Mais leitos de UTI, três hospitais de campanha e mais leitos em hospitais particulares alugados pelo governo do Maranhão. Os números passam a impressão de que o sistema de saúde vai aguentar a quantidade de pessoas doentes na ilha de São Luís. Mas a verdade é que não vai e o aumento de mortes pode ser inevitável.

As promessas e anúncios de novos leitos de UTI ainda não se concretizaram, porque leva tempo. Custa caro e precisa de mão de obra especializada. Este é o motivo para dentre os mais de 735 leitos novos, somente 32 serem de UTI.

E leva tempo para funcionar efetivamente os equipamentos. Os que precisam de UTI agora, não terão. O sistema colapsou.

Os hospitais de campanha também ainda não se concretizaram e o próprio governador disse que demorarão cerca de 15 dias. E tem hospital que ainda nem local tem para ser instalado. Então, quem precisa agora de mais leitos, não terá. O sistema sucumbiu.

Para ter evitado o cenário que hoje passa a Ilha de São Luís era preciso da consciência da população. Menos gente na rua. Sem aglomeração. Isso não aconteceu. Decreto existe, mas fiscalização não.

Para os números atuais não piorarem, vidas não deverão ser trocadas por medo de desgaste político. O lockdown pode ser uma saída. Tudo fechado pelo tempo necessário para estabilização do falido sistema de saúde na capital e demais municípios da Ilha.

A obrigação de ficar em casa vai salvar vidas em São Luís.

Estado Maior

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Na noite desta quarta-feira (29), a Secretaria de Saúde do Maranhão divulgou um novo boletim sobre a Covid-19 no estado. A boa notícia, se é que podemos dizer assim, é o que número de óbitos acabou diminuindo, foram 18 mortes nas últimas 24 horas. O boletim confirmou além das 18 mortes, mais 386 novos casos.

Desta forma, os dados atuais do Maranhão são: 3.190 casos, com 184 mortes, 8.171 suspeitos e 734 pessoas recuperadas.

Os 18 óbitos foram registrados três no interior e 15 na Região Metropolitana. As mortes no interior foram em Morros (mulher de 68 anos, com diabetes), Imperatriz (homem de 78 anos, com hipertensão e problemas cardiológicos) e Santa Rita (homem de 69 anos, com hipertensão.

As 15 mortes na Região Metropolitana, foram 14 na capital e uma em São José de Ribamar, que foi um homem de 57 anos, sem comorbidades. Os óbitos em São Luís foram cinco mulheres e nove homens.

As mulheres que vieram a óbito são: 27 anos, com problemas oncológicos; 60 anos com diabetes; 41 anos, com obesidade; 90 anos, com hipertensão, problemas cardiológicos e reumatológicos; 60 anos, com hipertensão e diabetes.

Já os homens foram: 81 anos, com hipertensão e diabetes; 92 anos, sem comorbidades; 63 anos, hipertensão, fumante e problemas cardiológicos; 71 anos, com hipertensão; 73 anos, com problemas cardiológicos e fumante; 59 anos, com doença renal crônica; 43 anos, sem comorbidades; 19 anos, com obesidade e diabetes; 81 anos, com hipertensão.

A outra boa notícia é que o boletim confirmou que foram abertas novas vagas em leitos de UTI exclusivos para a Covid-19. Atualmente a ocupação de leitos de UTI na capital é de 79,87%, já de leitos clínicos é de 58,46%. No interior, a situação é mais cômoda, já que temos ocupação de leitos de UTI em 18,52% e leitos clínicos em 8,93%.

Rua Grande – Após o novo boletim e a pressão sofrida por total ausência de fiscalização, o governador Flávio Dino anunciou, nas redes sociais, que a partir desta quinta-feira (30), a Rua Grande estará interditada.

É óbvio que a decisão é acertada, mas é preciso mais, já que os decretos do governador não estão sendo cumpridos e como este Blog tem dito, lei sem fiscalização e/ou punição, não é lei, apenas recomendação.

É aguardar e conferir.

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a causar polêmica com os governadores dos estados brasileiros, quando afirmou, nesta quarta-feira (29), que seriam eles que deveriam responder sobre as mortes devido a Covid-19.

Defensor árduo do isolamento vertical, ou seja, isolar apenas as pessoas do grupo de risco, Bolsonaro lembrou aos jornalistas, quando questionado sobre o número de mortes do no Brasil, que foram os governadores que decidiram as medidas tomadas para combater a pandemia, logo seriam eles que deveriam ser questionados.

“Questão de mortes, a gente lamenta as mortes profundamente. Sabia que ia acontecer. Agora, quem tomou todas as medidas restritivas foram governadores e prefeitos. Essa conta tem que ser perguntada para os governadores. Perguntem o porquê terem tomado medidas tão restritivas e continua morrendo gente. Eles têm que responder. Vocês não vão colocar no meu colo essa conta”, destacou.

Bolsonaro lembrou ainda que, como decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e prefeitos têm autonomia para decidirem sobre medidas restritivas no combate ao coronavírus.

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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), segue anunciando, principalmente nas redes sociais, a criação de novos leitos para pacientes com a Covid-19, mas a realidade para quem precisa dos leitos é bem diferente.

O Blog teve o trabalho de fazer o levantamento de todos os leitos já anunciados pelo Governo do Maranhão e quantos efetivamente saíram do campo virtual. O resultado é aquilo que já se imaginava, a mídia é bem maior do que efetivamente as ações.

Só no seu Twitter vejam abaixo o que o governador prometeu de investimentos para a ampliação das ações de combate ao novo coronavírus.

Dia 26/03 anúncio de montagem leitos e equipes do HCI e anunciou mais leitos de UTI (Coroatá); Dia 27/03 anúncio de mais leitos de UTI (fotos sem descrever qual hospital) e uma vistoria ao Genésio Rego onde anunciou 52 novos leitos; Dia 30/03 incorpora seis ambulâncias UTI e afirmou ainda “já criamos 150 leitos na rede estadual de saúde”.

No dia 03/04 apresentou uma foto do HCI como hospital 100% Covid e anunciou mais 52 leitos sendo incorporados à rede estadual (fotos do Genésio Rego); No dia 05/04 Inauguração do Genésio Rêgo “são mais 52 leitos…”; No dia 07/04, anunciou 23 leitos em Timom; No dia 14/04 anúncio de mais 100 leitos “na próxima semana teremos mais 100 leitos”; No dia 15/04 outro anúncio “obra onde vamos instalar mais 50 leitos”;

No dia 17/04 escreveu: “prosseguem obras de ampliação… na próxima semana, teremos mais 100 leitos…”; No dia 20/04 anunciou “Hoje vamos abrir mais 10 leitos de UTI em São Luís” e afirmou ainda “começamos a pandemia com 252 leitos. Hoje temos 564 leitos exclusivos e estamos ampliando”; Já no dia 21/04 escreveu “resolvi hoje cedo alugar mais 200 leitos para rede estadual. Estamos nesse momento iniciando montagem dos equipamentos e contratação de equipe”; No dia 22/04 “mais leitos UTI disponíveis”, com uma foto sem identificar local; No dia 25/04 afirmou “neste Sábado abrimos mais 76 leitos de UTI clínicos no Hospital Real”; Já no dia 26/04 abordou as obras com leitos no Hospital do Servidor “em breve atenderemos mais 30 leitos”; e, por fim, no dia 28/04 anúncio de mais 104 respiradores que irão chegar.

Depois desse levantamento, fomos constatar o virtual com o real. No dia 19 de abril, o relatório emitido pelo Governo do Maranhão mostrava que ao todo teríamos 80 leitos de UTI e 235 leitos clínicos, totalizando 315 leitos. Só que com o anúncio feito no Twitter do dia 20/04 de mais 10 leitos de UTI o relatório desse dia já apresenta os mesmos.

Porém, no mesmo dia 20, o governador no Twitter fala em “564 leitos exclusivos”. Onde estão e quais são que não constam nem no relatório do próprio Governo do Maranhão ???

No levantamento feito pelo Blog, percebam que só do Genésio Rego o comunista fala como se fossem leitos diferentes em três twitters (dias 29/03; 03/04; 05/04). Usando palavras diferentes como “incorporados”, “são mais…”

Já no dia 21/04, o comunista diz que resolveu alugar mais 200 leitos e que já estão montando aparelhos e contratando equipes. Só que nesse mesmo dia, no JMTV 2ª edição, na TV Mirante, o secretário de Saúde, Carlos Lula, anunciou que esses leitos seriam Hospital Real com “200 leitos”.

No entanto, no dia 25/04, o governador fala no seu Twitter que estão abrindo mais 76 leitos no Hospital Real. Só que o Blog recebeu a informação que até o dia 27 de abril, apenas 40 leitos já estavam funcionando no Hospital Real.

Se contabilizamos os leitos informados no Twitter do dia 20/04 (564 leitos), mais os 200 do Hospital Real, mais os 50 leitos da Clinica São José (secretário Carlos Lula anunciou em entrevista), teríamos um total já de 814 leitos.

Só que o próprio relatório da Secretaria de Saúde do dia 28 de abril, é apontado no Estado todo, envolvendo capital e interior, só temos 621 leitos na rede estadual

Aí fica o questionamento, onde estariam os demais 186 leitos que estavam no twitter ???

Além disso, o boletim aponta que todos os 379 leitos que estão apontados no relatório do dia 28/04 apontava UTIs lotadas, mas 97 leitos clínicos livres na rede estadual, ou seja, 63,97% de ocupação.

Só que precisa de um outro questionamento, onde estariam esses leitos livres, uma vez que as UPAs estão dormindo com mais de 150 pacientes para serem transferidos para leitos de hospitais ???

É visível e comprovado com números reais, que o Governo Flávio Dino na questão do combate a pandemia precisa ser menos midiático e bem mais verdadeiro e ativo. Além disso, é preciso fazer algo que jamais foi feito, fiscalização, afinal, como este Blog tem dito, não existe lei e/ou decreto que funcione sem fiscalização e/ou punição.

Essa, infelizmente, é a realidade “nua e crua” do Maranhão, sem tirar e nem pôr.

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