Clima tenso

por Jorge Aragão

O clima na reunião da bancada do Maranhão marcada para hoje não deverá ocorrer em tom ameno. O ambiente de tensão é quase certo e o debate sobre a distribuição da emenda de bancada impositiva deve ser acirrado.

Motivo: dos 18 deputados federais maranhenses, oito não assinaram a proposta que veio dos senadores do Maranhão porque se sentiram desrespeitados pelos colegas, cuja maioria é do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB).

Na verdade, não houve reunião. A proposta, que não conseguiu as assinaturas necessárias para ser protocolada na Comissão Mista de Orçamento, teria saído do Senado de uma reunião em que estavam presentes somente os três senadores maranhenses (Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (Cidadania) e Roberto Rocha (PSDB) e que já estava com o aval dos aliados de Dino no estado.

Em resumo, os deputados federais, na maioria, não tiveram acesso ao que estava sendo proposto e não assinaram a ata da pseudorreunião articulada pelo deputado Márcio Jerry (PCdoB). A bancada perdeu o prazo para protocolar a proposta na Comissão Mista de Orçamento e existe somente uma tentativa do coordenador da bancada, deputado Juscelino Filho (DEM), de conseguir estender este prazo para até amanhã.

Resumo de toda a história: devido a questões político-partidárias, os deputados federais e os senadores – envolvendo, claro, o governador Flávio Dino – estão em confronto direto, deixando de lado o que realmente deveria importar, que é o bem-estar dos maranhenses.

Amanhã parece ser a última tentativa de destinar mais de R$ 240 milhões para o estado. Dinheiro que é da emenda de bancada impositiva e deve constar no Orçamento Anual da União de 2020.

Estado Maior

A participação de Flávio Dino no Sínodo da Amazônia

por Jorge Aragão


O governador Flávio Dino esteve no Vaticano, onde debateu, nesta segunda-feira (28), a situação da região amazônica. Ao lado de outros chefes do executivo Estadual, ministros do meio ambiente e bispos dos nove países que compõem a região, Flávio Dino participou da Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan Amazônia. No centro das discussões, o tema “Caminhos e Compromissos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, que resultou no documento final: a Declaração dos Governadores da Pan Amazônia no Vaticano.

O evento, fruto de uma articulação entre o Consórcio de Governadores da Amazônia brasileira, da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN-A) e da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano, foi realizado no dia seguinte ao término do  11º Sínodo da Amazônia, em que o Papa Francisco reuniu com bispos, religiosos (inclusive de outras denominações), cientistas, especialistas, ONG e representantes de comunidades indígenas para tratar sobre a região Amazônica.

Durante a participação na Cúpula, o governador Flávio Dino lembrou que o Brasil experimentou dois momentos recentes que provam a existência de uma grave crise ambiental: as queimadas na Amazônia e, atualmente, o derramamento de óleo no nordeste brasileiro. Para o governador do Maranhão, a reunião tem o importante papel de combater o discurso de negação de uma crise ambiental e de enfrentar as consequências e impactos com rapidez que é exigida nessas situações.

“Bebendo da fonte do Sínodo da Amazônia, é preciso enfrentar o negacionismo e, ao mesmo tempo, enfrentar os discursos equivocados sobre a soberania nacional. A soberania nacional não é um valor que impeça a cooperação entre os povos, ao contrário, exige”, defendeu Flávio Dino.

Na oportunidade, o governador do Maranhão destacou ainda a importância dos países se comprometerem com as populações indígenas e demais povos tradicionais. “Me parece algo fundamental, sobretudo no que se refere à defesa dos territórios que estão, infelizmente, ameaçados por uma lógica integracionista, assimilacionista, que visa, na verdade, negar a dignidade dos povos tradicionais”, destacou Flávio Dino, apresentando aos presentes a experiência do Maranhão, que produziu um Plano Plurianual dedicado aos indígenas, sugerindo esta como uma alternativa específica também no documento final da Cúpula.

No discurso, Flávio Dino pontuou a necessidade urgente de combater, como foi orientado no Sínodo, o antagonismo do superdesenvolvimento, em que nações ricas e privilegiadas consomem em excesso, e o subdesenvolvimento, com nações excessivamente pobres. “(É preciso) que sejam lembradas que as responsabilidades dos conceitos das nações sejam diferenciadas, na medida em que os mais fortes devem, de fato, cumprir os seus compromissos atinentes à fonte de financiamento de um novo modelo de desenvolvimento equilibrado, sustentável para a Amazônia e para a humanidade”, ressaltou.

No evento, o Monsenhor Marcelo Sanchez Sorondo, representando o Papa Francisco, fez um discurso em defesa dos mais pobres, direitos humanos e contra o tráfico de drogas na região.

Eric Costa assume comando da Famem, após licença de Erlânio

por Jorge Aragão

Durante os próximos 40 dias a Famem – Federação dos Municípios do Estado do Maranhão – terá um novo presidente.

O prefeito de Barra do Corda, Eric Costa, que é o primeiro-vice presidente da Famem, irá assumir o comando da entidade em virtude de uma licença médica do presidente Erlânio Xavier.

O prefeito de Igarapé Grande terá que se submeter a uma intervenção cirúrgica e ainda pediu um tempo maior para se dedicar no fim deste ano a cidade em que administra, deixando a Famem sob o comando de Eric Costa.

A mudança não deverá alterar em nada a continuidade da atual gestão.

AST: Bolsonaro confirma ampliação de aeroporto e porto de Alcântara

por Jorge Aragão

O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem deixado claro que o AST (Acordo de Salvaguardas Tecnológicas), entre Brasil e EUA, envolvendo a Base de Alcântara, é uma prioridade no seu governo.

Depois de comemorar a aprovação do AST na Câmara Federal (reveja), Bolsonaro voltou a abordar o assunto nas redes sociais. O presidente deixou claro que o aeroporto e porto de Alcântara serão ampliados.

Uma equipe do Ministério da Infraestrutura, por determinação de Bolsonaro, fez um sobrevoo e constatou algumas obras emergenciais que precisam ser feitas na região.


O AST já foi aprovado na Câmara Federal e durante esta semana deve começar a ser apreciado no Senado Federal. O senador maranhense Roberto Rocha (PSDB), será o relator da matéria. Roberto Rocha assegurou que dará mais celeridade ao acordo já assinado desde março de 2019.

Vale destacar que além de Rocha, os outros dois senadores do Maranhão – Eliziane Gama (Cidadania) e Weverton Rocha (PDT) – já confirmaram que também irão votar pela aprovação do AST.

É aguardar e conferir.

Prioridade

por Jorge Aragão

Começa a tramitar esta semana no Senado Federal, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 523/19, Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que autoriza parceria entre Brasil e Estados Unidos da América (EUA) para exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

A peça foi aprovada pela Câmara Federal na última terça-feira por 329 votos a favor e 86 contrários em turno único, em regime de urgência. A informação da bancada maranhense no Congresso Nacional é de que o acordo é uma das prioridades do Governo Federal para este ano.

A expectativa do Executivo é de que a tramitação do projeto no Senado seja rápida, para que haja aprovação do texto até o período que antecede o recesso parlamentar de fim de ano. Para isso, contudo, será necessária a intervenção de governistas na Casa.

Regimentalmente, a peça precisa passar por pelo menos três colegiados antes de ir ao Plenário: Comissão de Relações Exteriores; Comissão de Ciência e Tecnologia e Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Para driblar a morosidade é provável que um dos governistas protocole requerimento com pedido de urgência. Se aprovado, o requerimento elimina algumas etapas na tramitação [a exemplo de votação em dois turnos] e dá celeridade à análise.

Foi justamente o que ocorreu na Câmara Federal.

A bancada maranhense já se posicionou a O Estado com voto em bloco pela aprovação do acordo. Trata com reserva apenas sobre alguns pontos, o que deve ser resolvido até a apreciação do mérito do projeto.

Se alinhado esse entendimento da bancada à prioridade já dada pelo Governo Federal ao AST, é provável que o acordo Brasil – Estados Unidos seja selado logo.

Estado Maior

Em defesa do Mercosul

por Jorge Aragão

Por José Sarney

Estou acompanhando com grande apreensão o debate sobre o Mercosul, com algumas vozes defendendo a sua extinção. Não quero abordar o assunto sob o ângulo econômico, mas devo fazê-lo sob o geopolítico.

Quando assumi o governo, com o desinteresse dos políticos pela política externa, tive margem para buscar concretizar algumas ideias que, como voz isolada, defendera nos meus trinta anos de Parlamento, com o meu conhecimento da História da América Latina, sobretudo do Cone Sul. E uma das coisas que eu não entendia era a rivalidade histórica entre o Brasil e a Argentina.

Pedi a Olavo Setúbal, meu ministro das Relações Exteriores, que fosse a Buenos Aires e apresentasse o desejo de um novo relacionamento, que acabasse com as nossas divergências, baseadas na teoria completamente errada de que quem dominasse o Prata dominaria a América do Sul. Isso era uma ideia velha, do tempo do Prestes João e das minas de prata do Potosí, na Bolívia.

Ficávamos presos nesse equívoco, mantendo a maioria de nossas tropas de defesa na fronteira sul, com hipóteses de guerra pregadas nas escolas militares dos dois países, enquanto, no norte, as guerrilhas convulsionavam o Peru, o Suriname, a Venezuela, a Colômbia. Assim, precisávamos voltar os nossos olhos para o norte, já invadido por guerrilheiros das FARCs em São Gabriel da Cachoeira, expulsos numa operação relâmpago e competente das nossas Forças Armadas.

Propus ao Presidente da Argentina, Alfonsín, uma reunião logo, realizada em agosto de 1985, e, nela, as bases do que seriam as nossas novas relações. Alfonsín estabeleceu comigo uma grande empatia, comungando das mesmas ideias de acabarmos as divergências históricas.

O primeiro grande problema era o nuclear, com os dois países lutando para ter a bomba atômica. Acabamos logo com a competição, inclusive com a visita de Alfonsín a Itaipu, que, naquele tempo, era considerava pelos argentinos uma bomba de água. Resultou disso o Tratado de Buenos Aires, depois recebido com o nome de Mercosul.

Nosso objetivo era fazer da América Latina, a partir do fim da divergência entre o Brasil e a Argentina, um mercado comum igual ao europeu — a União Europeia viria no futuro —, que começou com o Tratado do Aço entre a França e a Alemanha.

A ideia do Mercosul, de integração, considerada por Sanguinetti como o passo mais importante de nossa história, prevaleceu, e não podemos deixar de reconhecer que criou um comércio poderoso entre nossos países. Resultou disso o fato de sermos o único continente no mundo livre de armas nucleares, o que considero um serviço que eu e Alfonsín prestamos à humanidade.

Mexer agora com o Mercosul, mesmo com os erros que o enfraqueceram ao longo do tempo, é ressuscitar a antiga estrutura de conflito no Cone Sul e esperar pelas consequências geopolíticas que daí virão, sem dúvida.

Esta é uma advertência que me vem à cabeça, e não tenho dúvidas de que é preciso manejar com cuidado esse assunto, que não é econômico, mas pode ter um impacto da maior profundidade em nosso futuro.

Gastão Vieira irá debater Educação em Portugal

por Jorge Aragão

O deputado Gastão Vieira cumpre, nesta semana, intensa agenda de encontros com especialistas em Educação e Finanças, em Lisboa.

Estão previstos encontros com os ex-ministros da Educação de Portugal, Nuno Crato e Vitorino Canas, com especialistas da Universidade de Lisboa, o brasileiro e doutor em economia, professor José Roberto Afonso, o coordenador de administração da ULisboa, professor João Ricardo Catarino, e com o presidente do Conselho de Finanças Públicas Portuguesa, professor Miguel Aubyn.

“Portugal é um grande exemplo para o Brasil porque já viveu o que estamos vivendo agora e fez uma revolução educacional simples. Por isso, tenho muita curiosidade em saber como conseguiram tanto êxito” explicou, acrescentando que “o Brasil está passando por uma das mais graves crises fiscais da história e precisa se reinventar. Portugal encontrou caminhos e janelas de oportunidade em meio à crise e estamos tentando fazer o mesmo aqui. Vou sentar com especialistas em educação, finanças, administração e gestão, que estavam à frente do país naquele momento para entender melhor como fizeram ”, concluiu o deputado Gastão Vieira.

Senadores maranhenses serão unânimes em prol do AST

por Jorge Aragão

Se na Câmara Federal não teve a unanimidade entre os deputados do Maranhão para a aprovação do AST (Acordo de Salvaguardas Tecnológicas), essa unanimidade deverá ser encontrada no Senado, entre os senadores maranhenses.

Os três senadores do Maranhão – Roberto Rocha (PSDB), Eliziane Gama (Cidadania) e Weverton Rocha (PDT) – já se manifestaram publicamente a favor do acordo entre Brasil e EUA, envolvendo o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Vale destacar, mais uma vez, que no Senado o relator do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 523/19, que autoriza o AST, será o senador Roberto Rocha, que desde o início tem prometido maior celeridade na tramitação.

O AST foi assinado em março, mas só foi votado nesta semana na Câmara Federal. O acordo foi aprovado com 329 votos a favor e 86 contrários. No entanto, não teve a unanimidade dos deputados do Maranhão.

Dos 18 deputados maranhenses, 16 votaram a favor, apenas o deputado Bira do Pindaré (PSB) foi contra e teve ainda a abstenção do deputado Zé Carlos (PT).

Agora é aguardar e conferir a votação no Senado, que tem como expectativa a aprovação do AST até o fim deste ano.

Não agir é igual a poluir

por Jorge Aragão

Por Adriano Sarney

O óleo já foi derramado na costa brasileira e agora começou o jogo de empurra empurra entre governos federal, estadual e municipal. Fato é que todos eles estão errados, nenhum se preparou para desastres ambientais como esse ou qualquer outro. Agora é hora de agir ou virar cúmplice do descaso com o meio ambiente, turismo, saúde, pesca, etc. Vamos aos fatos e às sugestões para amenizar os impactos.

As primeiras notícias sobre a chegada de óleo na costa do Nordeste brasileiro datam de 30 de agosto, no estado da Paraíba. Segundo os números mais recentes, já foram recolhidas mais de 1.000 toneladas de óleo em mais de 200 localidades. Algumas dessas áreas ficam em nosso estado, uma por exemplo, é no belo município de Santo Amaro, localizado nos Lençóis Maranhenses, e outra é na Reserva Extrativista de Cururupu, onde 90% dos manguezais são preservados. Imaginem esse óleo no rico bioma dos manguezais? Pode-se até retirar o petróleo da areia, mas da lama é praticamente impossível.

Especialistas apontam que o óleo é procedente do vazamento de um navio-tanque da Venezuela, grande produtora de petróleo e comandada por uma ditadura que sofre com embargos de vários países. Há probabilidade de que o vazamento esteja relacionado à operação de navios irregulares daquele país, os chamados navios fantasmas ou dark ships, que circulam sem identificação e com o sistema de localização desligado. Nesse caso, a relação com a Venezuela tem relevância do ponto de vista político e econômico: uma vez que impossibilita o rastreamento, o dark ship poderia ser utilizado para fugir de sanções atribuídas ao óleo venezuelano, adulterando a verdadeira origem do produto.

Após mais de 50 dias da notícia do desastre, o que se vê são agentes dos órgãos ambientais nacionais, estaduais e municipais, bem como agentes da Marinha e da Agência Nacional do Petróleo, atuando de maneira pouco coordenada e com recursos escassos, sem que tenha sido acionado o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).

Segundo o site da BBC Brasil, o PNC, criado em 2013, estabelece a estrutura organizacional de resposta do governo ao acidente, atribuindo responsabilidades a diversos órgãos, estabelecendo uma metodologia de resposta, dando uma estrutura e organização financeira e permitindo que união, estados e municípios participem conjuntamente das decisões.

Hoje, o PNC é o ferramenta mais eficiente para enfrentarmos esta crise. É preciso acioná-lo imediatamente. No âmbito estadual e municipal, apesar de termos na atividade portuária uma de nossas maiores vocações, não se tem conhecimento da existência de algum plano de contingenciamento para desastres ou crimes de derramamento de óleo. Nesta semana vou apresentar sugestões legislativas para compor um Plano para o estado do Maranhão. Assim como cobrei na tribuna e apoio a oferta adicional do seguro defeso para os pescadores afetados enquanto houver esse impedimento do desenvolvimento das suas atividades normais.

Não pretendo responsabilizar os governos federal, estaduais e municipais, pois eles não são culpados pelo acidente ou pelo crime. Mas é importante lembrar que o povo nos avalia pela nossa atitude diante ao problema. É preciso mais investimentos nos órgãos de controle e fiscalização ambiental nas três esferas: federal, estadual e municipal. Garantir a nossa soberania, neste momento, é proteger as pessoas, seus territórios e os ecossistemas. É debater sobre as escolhas que fazemos enquanto sociedade que busca um novo significado a nossa relação com o ambiente.

E a PEC Paralela, meu caro Flávio Dino ???

por Jorge Aragão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), no intuito de, mais uma vez, criticar o Governo Bolsonaro, fez uma comparação sobre a Reforma da Previdência, recém aprovada no Congresso Nacional, com a crise que o Chile vai atravessando.

Para o comunista maranhense, que está no Vaticano, a crise no Chile e a Reforma da Previdência pertencem ao regime de capitalização que é um desastre.

O que Flávio Dino não comentou é que existe uma PEC Paralela que vai tramitando no Senado, com o único intuito de incluir nessa mesma Reforma da Previdência, tão criticada por Dino, os Estados e Municípios.

A questão é que o governador ainda não demonstrou empenho nem publicamente e muito menos acionou os seus aliados na Bancada do Maranhão, para deixar claro que não quer que o Estado que administre seja incluído na tão “desastrosa” Reforma da Previdência.

É aguardar e conferir uma postura mais dura do governador Flávio Dino contra a PEC Paralela.