PEC da Reeleição é rejeitada, inexplicavelmente, na CCJ

por Jorge Aragão

rc1Tem coisas que parecem só acontecer mesmo na Assembleia Legislativa do Maranhão. A PEC (Proposta de Emenda a Constituição) da Reeleição, check de autoria do deputado Rogério Cafeteira (PSC), hospital que prevê a extinção do instituto da reeleição para a Mesa Diretora da Assembleia, inexplicavelmente, parou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

A inexplicável votação da CCJ revoltou o autor da PEC, que da Tribuna da Assembleia criticou fortemente a decisão.

“Tive a surpresa quando cheguei a Casa de saber que a PEC da Reeleição, de minha autoria, foi negada na CCJ. Eu fiquei surpreso por dois motivos. O primeiro é que não existe nenhum razão legal para que ele não fosse admitido. Nenhuma. Depois porque a Casa já votou indo e voltando, esse mesmo assunto. Então se das outras vezes votou, por que agora ele não é mais admissível? A Constituição não mudou e como ele ficou inconstitucional?” questionou Cafeteira.

O deputado ainda demonstrou muita chateação com alguns colegas, principalmente aqueles que não conseguiram se reeleger e, segundo Cafeteira, estão em busca de espaço no futuro governo Flávio Dino.

“A situação é tão absurda, tão vergonhosa, que aqui as pessoas já não precisam nem ouvir o rei. Eles imaginam o que o rei pode está querendo e já se agacham para se colocarem na posição de subserviência”, assegurou.

Rogéria Cafeteira também acabou, mesmo que indiretamente, mandando recado para o deputado eleito Humberto Coutinho (PDT), até o momento candidato único do futuro governo.

“É que tem gente se achando já futuro presidente da Casa, e futuro presidente reeleito. Acho que esse pessoal devia prestar atenção na história recente desta Casa. Esta Assembleia não se curvou, naquela época, à governadora Roseana Sarney, que, se fizermos um paralelo, tinha muito mais poder, supostamente, do que o governo que aí vem se instalar. Quem decidirá o futuro presidente da Assembleia serão os 42 deputados estaduais e não o governador. É bom não esquecerem olhar pelo retrovisor o que aconteceu recentemente aqui”, finalizou.

Rogério Cafeteira assegurou que irá recorrer ao Plenário da decisão, realmente inexplicável, da Comissão de Constituição e Justiça.

Lobão Filho defende o nome de Luis Fernando na eventual ‘indireta’

por Jorge Aragão
Edinho quer espaços na disputa pelo Senado

Senador Lobão Filho

De O Estad0 – O impasse sobre a saída da governadora Roseana Sarney (PMDB) do governo estadual para disputar o Senado em outubro deste ano ainda abre espaço para discussões sobre quem poderia assumir o cargo. Para o senador Edison Lobão Filho (PMDB), ed um dos pré-candidatos ao Senado, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), é um nome de confiança para assumir o cargo. No entanto, Luis Fernando concorrendo no cargo, seria a melhor estratégia para a vitória do grupo.

Essa seria a justificativa, segundo o senador, para quem em uma eventual eleição indireta o próximo governador deveria ser Luis Fernando.

“Não é algo imprescindível, mas do ponto de visa estratégico o melhor seria Luis Fernando ser o governador em uma possível eleição indireta”, afirmou o Lobão Filho a O Estado.

Na análise do senador, se não for possível a escolha de Luis Fernando em uma eleição indireta, a segunda opção (também do ponto de vista estratégico do grupo político ao qual pertence) seria a governadora Roseana Sarney se manter no cargo.

“Na impossibilidade de eleger Luis Fernando pela via indireta, eu acho que ela ficando pode contribuir mais para a eleição dele [Luis Fernando]”, analisou o senador.

Essa leitura de Lobão Filho não significa, como o próprio fez questão de ressaltar, que o presidente da Assembleia não tenha condições de ser o governador do estado por cerca de nove meses em caso de renúncia da governadora. Arnaldo Melo é considerado por Lobão Filho um nome de confiança dentro do PMDB, leal, e que durante dois mandatos como presidente da Assembleia Legislativa demonstrou competência na área de gestão.

“Acho o Arnaldo Melo um político extremamente capaz, ele é do PMDB, sempre foi leal e demonstrou ser extremamente competente, porque está aí há dois mandatos na eleição da Assembleia”, afirmou o senador.

Pressões – No entanto, na análise do parlamentar, as obrigações e pressões próprias da cadeira de governador impossibilitariam Arnaldo Melo de contribuir politicamente com a candidatura de Luis Fernando Silva.

“Não há nada a se falar de Arnaldo Melo. Mas ele, como governador, teria, por obrigação, outras preocupações além da campanha majoritária. Ele vem da Assembleia, teria uma carga de pressão de todos os deputados gigantesca, não sendo candidato. Eu acho que isso, esse conjunto de fatores, traria uma pressão insustentável para ele como governador em um período muito curto. O foco principal (candidatura de Luis Fernando) seria compartilhado com outras preocupações”, analisou Lobão Filho.

Sobre a indireta…

por Jorge Aragão
Arnaldo deseja o Governo

Arnaldo deseja o Governo

O presidente da Assembleia Legislativa, cialis deputado Arnaldo Melo (PMDB), pharm deu mostras ontem, thumb pela primeira vez, do que realmente pretende em relação a uma eventual eleição indireta de governador no Maranhão. Ao frisar várias vezes que tem apoio incondicional dos colegas que o elegeram ao comando da Casa, demonstrou também desejo de assumir o governo até dezembro, em caso de afastamento da governadora Roseana Sarney (PMDB). Mas frisou que não conversou sobre o assunto com a governadora Roseana bem com o secretário de estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB). 

Da coluna Estado Maior, de O Estado

PT pode abrir mão de espaços na indireta

por Jorge Aragão
Lideranças petistas divergem sobre a eleição indireta na Assembleia

Lideranças petistas divergem sobre a eleição indireta na Assembleia

De O Estado – Na sexta-feira (14), medicine o PT do Maranhão iniciará os debates sobre a tática eleitoral a ser seguida nas eleições deste ano. Nesses encontros da executiva estadual também será tratado o posicionamento do partido em relação à eleição indireta na Assembleia Legislativa. Sobre esse assunto, online a legenda está dividida, unhealthy e a orientação nacional é para que não haja participação dos petistas nesse processo.

A argumentação da nacional é de que a participação do PT na eleição indireta – caso ela ocorra – poderia antecipar uma decisão sobre o posicionamento do partido para as eleições de outubro no Maranhão. De acordo com o presidente estadual do PT, Raimundo Monteiro, que admitiu que há esse receio da direção nacional, a participação do PT na indireta poderia até atrapalhar as negociações da sigla em outros estados.

“O partido está com o pé no freio sobre a eleição indireta. Alguns acreditam que podemos antecipar o que será decidido no encontro do PT conforme o nosso calendário. De qualquer forma, isso [a eleição indireta] será discutido internamente e quem decidirá será a maioria”, garantiu Monteiro.

Dentro das alas petistas no Maranhão, essa discussão sobre o pleito na Assembleia divide opiniões. Existem membros da Construindo um Novo Brasil (CNB) – que é do presidente Raimundo Monteiro e defende a manutenção da aliança do PT com o PMDB no estado – que não querem o envolvimento do PT na indireta. Assim como membros de alas que querem a candidatura própria ou aliança com o PCdoB acreditam que o partido não pode deixar de participar desse pleito.

O presidente estadual, por exemplo, declarou, assim que foi confirmada sua vitória no Processo de Eleição Direta (PED) pela direção nacional, que historicamente o PT é contra eleição de colegiado (com escolha de representantes da população por meio de votação indireta) e por isso nem discutiria essa possibilidade. Monteiro voltou atrás dessa afirmação semanas depois, após pressão de parte da militância.

Posições – O vice-presidente petista no Maranhão, Augusto Lobato, também é contra essa participação, mas é um dos que defendem a discussão para a maioria decidir qual caminho seguir.

“O PT é um partido democrático. Tudo que tiver que ser decidido será por meio do voto da maioria”, afirmou vice-presidente.

Ainda segundo Lobato, entrar na disputa pleiteando a vaga de vice novamente é uma incoerência, porque a legenda tinha esse cargo e decidiu renunciar. “Se fosse disputar [a eleição indireta], não poderia ser com uma composição sendo vice. O partido tinha esse cargo, renunciou. Como agora quer ter o cargo novamente? É incoerente”, disse.

O secretário estadual de Economia Solidária, José Antônio Heluy, pensa ao contrário de Lobato. De acordo com ele, o PT tem a aliança com o PMDB, participa da atual administração e o curso normal seria compor a chapa do candidato do governo.

“O processo legal é esse. O PT deve participar dessa eleição caso ela ocorra. Fazemos parte do governo, a aliança é sólida e o normal é tanto apoiar o candidato do PMDB, o Luis Fernando, quanto pleitear a vaga de vice. Não vejo problema”, afirmou.

Esse debate será definido no encontro de tática eleitoral, uma espécie de eleição interna da executiva estadual, que deverá ocorrer ainda este mês. A data prevista é dia 25.

“Sou homem de compromisso”, diz Arnaldo Melo sobre a indireta

por Jorge Aragão
Arnaldo Melo e Roseana Sarney

Arnaldo Melo e Roseana Sarney

De O Estado – O presidente da Assembleia Legislativa, decease deputado Arnaldo Melo (PMDB), drugs assegurou ontem após sessão ordinária, que cumprirá tudo aquilo que for acertado por seu grupo político em relação a eleição indireta na Casa, numa eventual renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Melo assegurou que jamais ouviu da governadora a confirmação de que ela sairá do Executivo para disputar uma vaga no Senado Federal, e informou estar tranquilo em relação ao processo que se aproxima. O peemedebista explicou que confia em seu grupo e rechaçou ruptura política com a chefe do Executivo.

Visivelmente tranquilo, Arnaldo Melo explicou que aguardará a decisão de Roseana em relação a possível candidatura ao Senado, para somente então editar junto aos demais deputados e em seguida colocar em votação no Plenário da Casa, a Resolução Legislativa que regulamentará os trâmites da eleição indireta. É na resolução que ficará estabelecido as regras gerais e específicas para o registro de candidatura, eventuais impugnações, votação e data do pleito.

Perguntado se existe algum tipo de impasse ou divisão na base governista em relação à eleição indireta, na qual ele figura como um dos cotados para a disputa, assim como o secretário de estado da Infraestrutura e pré-candidato ao Governo na eleição de outubro, Luis Fernando Silva (PMDB), Melo negou, e disse estar tranquilo em relação à linha sucessória no Executivo.

“O que for acertado comigo eu cumprirei. E tenho a certeza de que o grupo também cumprirá o que for acertado comigo. Portanto, vejo isso com muita tranquilidade”, afirmou.

 Prazos – Caso a governadora Roseana Sarney opte por renunciar o comando do Executivo para disputar a eleição de outubro, Arnaldo Melo é quem assume automaticamente o Governo do Estado. Nesta condição, ele tem a obrigação constitucional de realizar num prazo de 30 dias a eleição indireta para os cargos de governador e vice-governador.

Mas, como o prazo de desincompatibilização de cargos para quem pretende disputar a eleição de outubro acaba no dia 5 de abril, desde ontem, aquele que assumir o comando do Executivo como governador-tampão, estará inelegível para qualquer outro cargo, ou seja, poderá disputar somente a reeleição para o Governo.

Em relação a essa questão, Arnaldo também disse nada temer. “Essa questão do prazo de 30 dias não inviabiliza nada, essa é a verdade. Por exemplo, se um deputado assumisse hoje [ontem] o Governo, ele teria 29 dias para realizar a eleição, a não ser que ele não quisesse. Mas há prerrogativas constitucionais e regimentais para isso. No entanto, tudo é especulação, até porque não se pode dar um passo sobre esse projeto em razão de ser uma decisão unilateral e de foro íntimo da governadora. Somente podemos entrar nessa discussão se a governadora decidir deixar o Governo. Não há nenhum desconforto em relação a esse estreitamento de prazos”, disse.

Arnaldo reafirmou que aguardará a definição de Roseana e disse que caminhará junto a seu grupo político numa eventual eleição indireta. “Sou um homem de palavra e compromisso. Tenho 24 anos de mandato como deputado estadual, e durante todo esse tempo jamais mudei algum posicionamento meu. Sempre mantive o mesmo posicionamento, até nos momentos mais difíceis. Portanto, se eu assumir um mandato tampão ou qualquer outra coisa de acordo com o meu grupo, aquilo que estiver acertado com o grupo eu cumpro”, finalizou.

Ricardo Murad estuda possibilidade de não disputar reeleição

por Jorge Aragão

ricARDODe O Estado – O secretário de estado da Saúde, for sale Ricardo Murad (PMDB), ambulance estuda abrir mão da disputa de reeleição na Assembleia Legislativa, advice caso a governadora Roseana Sarney (PMDB) opte por não renunciar ao comando do Executivo para disputar o Senado Federal, e permaneça à frente da administração estadual até o fim de seu mandato, que vai até 31 de dezembro.

Isso ocorreria na possibilidade de não haver consenso entre os membros da base governista na Assembleia Legislativa, em relação ao candidato que deve disputar a eleição indireta na Casa. Roseana já assegurou às demais lideranças de seu grupo que somente renunciará se todos os deputados governistas apoiarem o nome que for escolhido pelo grupo para a indireta.

A análise de Ricardo Murad é confirmada por fontes do Governo. O secretário, no entanto, jamais tratou do tema oficialmente com a imprensa. Ontem O Estado tentou contato com o peemedebista, mas não conseguiu.

A decisão do secretário teria por objetivo assegurar, ao lado da governadora Roseana Sarney e de toda a equipe de primeiro escalão do Executivo, a conclusão dos programas de Governo. Até o fim do ano, Murad tem como meta entregar todos os 72 hospitais do Saúde é Vida. Até o momento, 10 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 37 hospitais foram entregues nas mais diversas regiões do estado.

Para o peemedebista, os projetos de seu grupo político estão acima de seus objetivos pessoais, por isso a análise de cenário e o estudo acerca da possibilidade de permanecer no Governo até o fim da gestão de Roseana.

Na semana passada, a governadora entregou mais quatro hospitais do Saúde é Vida. Os municípios contemplados foram Zé Doca, Araguanã, Palmeirândia e Apicum-Açu. Programa Saúde é Vida, carro-chefe do Governo do Estado, é coordenado e executado por Ricardo Murad.

Indireta -A eventual eleição indireta na Assembleia Legislativa somente deverá ocorrer caso Roseana renuncie o comando do Executivo para a disputa do Senado Federal. Isso porque a Constituição Federal e Estadual determinam que, em caso de vacância dos cargos de governador e vice-governador nos dois últimos anos de mandato, fica sob a responsabilidade do Poder Legislativo realizar o pleito para os postos. Na atual administração estadual, já não há mais a figura do vice-governador, uma vez que Washington Oliveira foi eleito conselheiro de contas do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão.

Portanto, ocorrendo a renúncia de Roseana, o Estado passa automaticamente a ser comandado pelo presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB), que deve realizar a eleição indireta num prazo de 30 dias. Ele é um dos cotados para o posto e pode lançar candidatura para o pleito.O secretário de estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), é outro nome forte dentro do grupo para a eleição.

Eleito, o governador indireto fica no Executivo até dezembro, podendo ainda disputar a reeleição para o posto no mês de outubro, na eleição coordenada pela Justiça Eleitoral.

PSB, mesmo que indiretamente, vai se aproximando do PPS no Maranhão

por Jorge Aragão
Eduardo Campos e Eliziane Gama

Eduardo Campos e Eliziane Gama

De O Estado – O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, pilule Eduardo Campos, help pré-candidato à Presidência da República oficializou ontem a entrada do PSDB em sua administração. O acordo deve garantir apoio do PSB à candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo e pode resultar numa aliança da legenda com a deputada estadual Eliziane Gama (PPS), pré-candidata ao Governo do Maranhão.

Em setembro, durante o 18º Congresso do PPS realizado em São Paulo, a legenda aprovou por 152 votos contra 98 um indicativo de apoio a Eduardo Campos, que disputará a Presidência da República com a presidente Dilma Rousseff (PT) em outubro deste ano. Na ocasião, o posicionamento do PPS visou três principais objetivos: garantir apoio dos socialistas à reeleição da Alckmin; a união das oposições contra o PT/PMDB no Rio de Janeiro e a aliança do PSB com o PPS em prol da candidatura de Gama.

O primeiro sinal, portanto, de que Gama pode receber o apoio do PSB para a eleição no estado, ocorreu ontem, com a movimentação de Eduardo Campos em Pernambuco. Campos já havia realizado uma série de conversas com o deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE) antes de anunciar o acordo. Cabe ao PSBD agora, indicar o titular para a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, além da presidência do Detran, em Pernambuco.

Com os cargos, o PSDB pernambucano passa a apoiar o candidato pessebista ao governo de Pernambuco. O PSB, por sua vez, deverá apoiar a reeleição de Alckmin em São Paulo.

O governador justificou a entrada do PSDB em sua administração como fruto de “uma relação de muito tempo” e não como um benefício em troca de apoio político. “Cada um vai interpretar da forma que desejar interpretar. A interpretação é livre. A relação nossa com o PSDB de Pernambuco é uma relação que vem de muito tempo”, afirmou Campos.

Tecnicamente, o acordo em Pernambuco não significa apoio do partido em outros estados. Mas, como Roberto Freire, presidente do PPS já havia adiantado, o partido fica mais próximo do PPS, que exigia justamente ao PSB, a junção da oposição em São Paulo, em prol da reeleição de Geraldo Alckmin. Com os partidos unidos em um dos grandes centros do país, ele obtém a prerrogativa de aliança com a sigla. Para Roberto Freire, a candidatura de Eliziane Gama no Maranhão é uma das prioridades do partido. Por isso a busca por aliança com o PSB.

Em decisão inédita, juiz anula eleição em Guimarães

por Jorge Aragão

Mary Guerreiro poderá ser beneficiada com a decisão

Em decisão inédita, for sale pelo menos no Maranhão, medicine o juiz Paulo de Assis Ribeiro, medical titular da 30ª Zona Eleitoral, determinou, nesta sexta-feira (14), a realização de nova eleição na cidade de Guimarães. A informação foi dada com exclusividade no blog do jornalista Gilberto Léda (veja aqui).

O juiz decidiu anular a eleição pelo fato de que a candidata vitoriosa, Nilce Farias (PMDB), teria substituído o candidato considerado ficha-suja, Artur Farias, que é seu irmão, um dia antes do pleito de 07 de outubro. O magistrado teria entendido que a “estratégia” dos peemedebistas induziu os eleitores ao erro e que pode o ato ser considerado fraude eleitoral.

O Blog é totalmente contra esse tipo de prática que infelizmente tem sido ainda mais comum, após a Lei da Ficha-Limpa e deixou isso claro na postagem feita no dia 06 de outubro, intitulada “É preciso avançar mais…” (reveja aqui). No entanto, causa estranheza que a primeira decisão deste porte seja justamente “favorável” a uma candidata que é ligada indiretamente ao judiciário maranhense.

A decisão proferida pelo magistrado poderá beneficiar a candidata derrotada Mary Jane Guerreiro (PSL), que é esposa do atual presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Guerreiro Júnior.

Claro que uma coisa pode nada ter haver com a outra e tudo pode não passar de uma grande coincidência, mas que causa estranheza, isso causa.

Vale lembrar que na legislação eleitoral não existe prazo determinado para a substituição de candidatura, o que é um erro gravíssimo. Além disso, a decisão em Guimarães pode fazer com que outros candidatos que se sentiram prejudicados com outras substituições, pois Guimarães não foi a única, recorram também a Justiça.

Como a decisão foi monocrática, a prefeita eleita pode e deve recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral, mas caso a decisão seja mantida, será o presidente da Câmara de Vereadores de Guimarães que comandará o município até que a celeuma seja resolvida.

Democracia e AI-5

por Jorge Aragão

Por José Sarney

A melhor definição de democracia que conheço é de Lincoln: “regime do povo, pelo povo e para o povo”. Na Oração Fúnebre aos mortos no Peloponeso, Péricles fala, pela primeira vez, da necessidade de que um governo seja constituído pelo povo: “chama-se democracia porque não é um governo dos poucos, mas dos muitos”. Era a maneira de superar a lei do mais forte.

No Brasil a democracia teoricamente se instalou com a República, antagonista da Monarquia. Mas ela não pôde instaurar o governo do povo, porque o povo não era republicano, e sim monarquista. Aristides Lobo diz que ele — povo — assistiu bestificado à proclamação da República.

Tivemos ao longo da República Velha intervenções militares conhecidas como “salvacionistas“. Os militares as faziam dizendo proteger as instituições. Por isso eu considero que a última dessas intervenções tenha sido a de 64. Os militares diziam que era para salvar a democracia. Castello evitou que 64 virasse uma quartelada. Mas em 1968 Costa e Silva, em meio a uma crise paroxística com o Congresso, editou o AI-5, rasgando os direitos individuais, inclusive o habeas corpus.

Fui o único governador que não se solidarizou com o AI-5; passei telegrama a Costa e Silva dizendo que não concordava e esperava que logo voltássemos à normalidade democrática. Por isso fui ameaçado de cassação.

Dez anos depois, eu era Senador e no Congresso fui o relator da Emenda Constitucional nº 11, que revogou o AI-5. Em 1985, coube a mim presidir a transição democrática, fazendo eleições todos os anos, acabando com a eleição indireta, dando anistia aos sindicalistas banidos, legalizando as centrais sindicais, acabando com os municípios de segurança nacional, revogando toda a legislação autoritária e convocando a Constituinte. Fiz isso com a diretriz de que a abertura seria feita com as Forças Armadas, e não contra as Forças Armadas, e que, sendo o seu Comandante-em-Chefe, cumpria o dever de zelar pelos meus subordinados, não deixando ocorrer nenhuma revanche. Os ventos da liberdade varreram como nunca o nosso País.

Os momentos de ruptura democrática no Brasil ocorreram sempre em meio a crises institucionais gravíssimas. Agora temos uma Constituição absolutamente democrática, a mais longeva da história da República. Na coerência de minha atitude ao longo da vida de democrata, não posso admitir com o meu silêncio que alguém pense em romper com nosso caminho de liberdade e democracia. Assim, condenei a atitude de um deputado que voltou a falar do AI-5, coisa do século passado, de um tempo que já se findou. Hoje o Brasil é uma sociedade de democracia consolidada e de instituições fortes. Assim, vejo com grande satisfação a reação nacional quase unânime de repelir qualquer tentativa de violar a Constituição.

A democracia veio para sempre, e eu dei a minha contribuição para que assim seja.

CCJ, com dois maranhenses, aguarda denúncia de Michel Temer

por Jorge Aragão

A Câmara dos Deputados se prepara para receber a denúncia contra o presidente Michel Temer. O ministro Edson Fachin decidiu nesta quarta-feira (28) enviar à Casa a denúncia de corrupção passiva da Procuradoria Geral da República.

Titulares na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, os deputados maranhenses Juscelino Filho (DEM) e Rubens Pereira Jr. (PCdoB), não se posicionaram oficialmente sobre como votariam.

O líder do Democratas, deputado Efraim Filho (PB), afirmou a independência dos quatro membros do partido na comissão: “Os nomes do DEM na CCJ estarão todos preservados. Não vou mudar ninguém para atender algum desejo do governo ou algo assim. Eles vão votar com convicção deles”, disse.

O crime de corrupção passiva é definido no Código Penal como o ato de “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”, com pena de 2 a 12 anos de prisão e multa, em caso de condenação. A denúncia é baseada na delação de Joesley Batista, dono da JBS, e de outros executivos da empresa. Por enquanto, Michel Temer não é réu e nem responde a processo. Virará réu apenas se tanto a Câmara quanto o STF admitirem o pedido. Só com autorização da Casa é que o Supremo poderá dar andamento ao processo.

Trâmite: No Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral, Rodrigo Janot, protocolou em 26/06, a denúncia no Supremo. Em 28/06, o ministro Edson Fachin decidiu enviá-la à Câmara.

Já na Câmara dos Deputados, que aguarda o recebimento da denúncia: 1) O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebe o documento do STF, notifica o presidente Michel Temer e envia o pedido de abertura do processo à CCJC; 2) Na CCJC, Temer tem um prazo de 10 sessões ordinárias para se manifestar; 3) A partir da manifestação ou do fim do prazo, a CCJC tem cinco sessões para aceitar ou rejeitar o pedido de abertura do inquérito; 4) Após a votação, o parecer é lido em plenário, publicado e incluído na Ordem do Dia da sessão seguinte ao recebimento pela Mesa Diretora; 5) A votação em plenário é nominal. Para aceitar a denúncia, são necessários 342 votos. Para rejeitar, 172 (1/3 da Casa); 6) Se a Câmara rejeitar, o processo é suspenso até que Temer não esteja mais no cargo; Se a Câmara aceitar, o STF tem prazo de duas sessões para confirmar a abertura do processo e Temer é afastado por 180 dias. Neste caso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assume o cargo interinamente; 7) Caso Temer seja condenado, ele perde o mandato e uma eleição indireta é marcada dentro de um prazo de até 30 dias.

No mais, é aguardar e conferir.