A Rosa e a Amazônia

por Jorge Aragão

Por José Sarney

Volto ao tema da moda — que, para a tristeza de todos nós, continua sendo a destruição do meio ambiente —, com as lembranças e recordações de quem viveu um tempo parecido com este, o Brasil como o grande vilão mundial, que toca fogo na Amazônia e mata os índios.

Já disse como reagi a essa campanha, que nada tinha de verdadeira. Reconhecemos a nossa responsabilidade em relação ao desprezo dos governos brasileiros, e aqui não abro exceção, e a desídia em não encarar com a gravidade necessária a preservação deste continente, que é a Bacia Amazônica. Ficamos na retórica e nos esquecemos de agir. Uma coisa é clara e necessária: não podemos fechar os olhos àqueles que ali residem, nem à pobreza que faz parte daquela paisagem.

A consciência desse estado de coisas teve como primeiro governante preocupado com o verdadeiro desafio e a necessidade de enfrentá-lo o Presidente Castello Branco. Ele criou um grupo de trabalho para buscar o desenvolvimento sustentável para a região. Para ter um certo charme nacional, essa comissão — da qual eu fazia parte — se reuniu no navio Rosa da Fonseca, que subiu o Rio Amazonas sem que a floresta tivesse ouvidos para ouvir os debates que travamos dia e noite, examinando todos os aspectos econômicos e sociais que tínhamos a enfrentar.

Quando desembarcamos em Manaus, e meu amigo Arthur César Ferreira Reis nos recebeu, já tínhamos a formatação dos órgãos e a ideia de que a zona franca de Manaus era necessária como centro industrial de tecnologia e de progresso humano, a ser implantada com todos os subsídios necessários.

Outra grande decisão foi a de transformar a SPVEA, o órgão de coordenação regional, bolorento e burocrático, em Sudam, nos mesmos moldes da Sudene, com um conselho administrativo formado pelos governadores da área e representantes dos Ministérios, para coordenar projetos industriais e preservar a floresta, evitando a sua degradação.

Essas decisões, sobretudo a criação da Zona Franca de Manaus, provocou, de logo, uma reação de setores do empresariado paulista, que temeram pela destruição da indústria paulista.

A Zona Franca de Manaus passou a centralizar as ações destinadas ao desenvolvimento da Amazônia. Depois, veio o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia – FDA, com um volume respeitável de recursos. A indústria eletrônica logo descobriu as vantagens competitivas que passaram a existir e correu para Manaus e lá passou a fabricar os mais sofisticados produtos eletrônicos.

Mas, com pesar, verificamos que esse surto desenvolvimentista ficou muito restrito a Manaus. Até hoje os outros Estados clamam por melhor distribuição de recursos, pois as indústrias não se localizaram em outros lugares, nem criaram os empregos necessários.

Eu, a partir do modelo de Manaus, criei no Amapá a Zona de Livre Comércio de Macapá e Santana e a Zona Franca Verde para construir uma indústria baseada em matéria-prima de produtos locais.

Agora se fala muito no fogo e no problema indígena. Ambos muito graves. Mas não vejo uma palavra sobre o desenvolvimento da região, que respeite a natureza e seja capaz de dar melhores condições de vida à população.

Está quem manda

por Jorge Aragão

Por José Sarney

Nos meus primeiros meses como Presidente da República, tive que aprender a rotina das solenidades militares, sempre muito bem organizadas, com fórmulas estabelecidas há décadas e impecável respeito a horário e cerimonial. Justamente neste aprendizado, cometi uma das maiores gafes ao ser recebido no Corpo de Fuzileiros Navais de Brasília, no Dia da Marinha.

Diante da tropa formada estava o Ministro da Marinha, Almirante Henrique Saboia, um dos melhores homens públicos que conheci, grande profissional, mas sobretudo personalidade de honradez, cultura e sensatez. Devo-lhe grande ajuda de conselhos, recomendações e solidariedade.

Quando cheguei, ele, com grande garbo, deu a ordem a sua tropa, conforme os costumes navais, seguida pelo toque dos apitos dos marinheiros, e abriu a solenidade, anunciando: —”Está quem Manda!”

Eu, novato em ser o Comandante em Chefe das Forças Armadas, entendi a saudação do Almirante Saboia como “Está queimando.” Abandonei a postura solene de Comandante para me voltar, à procura de onde vinha o fogo. Fui socorrido por meu ajudante de ordens, Major Heitor, a explicar-me que não havia fogo e sim a saudação naval. Até hoje conto com vergonha minha gafe aos almirantes amigos.

Essa foi a exclamação que me veio à cabeça quando recebi a trágica notícia do que acontece na Amazônia, lembrando-me daquele tempo. Desta vez está queimando mesmo, e muito, e escandalosa e catastroficamente fora de controle a nossa Amazônia.

Quando caiu o muro de Berlim, com o fim da utopia socialista, nasceu a ideologia do Meio Ambiente. O Brasil foi colocado no banco dos réus sob a alegação de que destruía a Amazônia, pulmão do mundo — por produzir uma sobra de oxigênio, o que não é verdadeiro, o papel pertence às algas marinhas. A Amazônia é fundamental para a humanidade porque é a maior floresta úmida, tem a maior diversidade e faz, aí sim, a regulação do clima mundial.

Minha reação, eu que sou ambientalista, amante da Natureza, humanista, foi contestar o que não era verdadeiro como teoria, reconhecer que desde a Colônia o Brasil tinha descuidado de enfrentar o problema do Meio Ambiente e trabalhar. Criei o “Programa Nossa Natureza” — com a ajuda dos ministros Bayma Denis e João Alves —, o Ibama e toda uma estrutura nacional de órgãos e institutos de natureza científica e tecnológica, a começar pelo monitoramento das queimadas. Fomos o primeiro país no mundo a dedicar ao Meio Ambiente um capítulo da Constituição, trabalho dos deputados Feldman e Sarney Filho.

Respondi à comunidade internacional reivindicando para o Brasil a Conferência Mundial do Meio Ambiente, com os embaixadores Paulo Tarso, Ricúpero e Seixas Corrêa pedindo apoio para a candidatura do Rio de Janeiro. A Conferência Rio-92 foi um sucesso e cumpriu sua finalidade. Assim saímos do banco dos réus.

Agora, devemos fazer uma mobilização nacional contra o fogo. Começar pelos municípios, com brigadas de voluntários, chamar os Estados à colação e fazer um grande mutirão nacional.

Vamos dar uma resposta correta. Nada de retórica, tudo de trabalho.

Como eu entendi o que disse o Ministro Saboia: “Está queimando!”

Astro de Oguma no MDB e Lahesio Rodrigues no PSL

por Jorge Aragão

A segunda-feira (29) foi movimentada na área política, pelo menos no que diz respeito a eventuais mudanças de partidos.

O ex-presidente da Câmara de Vereadores, Astro de Ogum, que tem tido seu nome cogitado para disputar a Prefeitura de São Luís, esteve visitando a sede do MDB na capital maranhense.

Astro de Ogum atendeu um convite da cúpula do MDB e participou de uma reunião que contou com a presença até do ex-presidente da República, José Sarney. O assunto principal do encontro foi uma eventual transferência de Astro para o MDB, por onde poderia disputar as eleições de 2020.

O MDB não esconde de ninguém que quer ter uma candidatura própria para o Executivo em 2020 na capital maranhense. Além de Astro, outro nome que tem sido ventilado e do ex-deputado Victor Mendes.

A reunião desta segunda-feira foi a primeira e começou a amadurecer a ideia.

Lahesio –  Já o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Rodrigues Bonfim, deixou o PSDB e deve se filiar no PSL, partido do presidente da República Jair Bolsonaro.

Nesta segunda, Lahesio se reuniu com o presidente do PSL no Maranhão, vereador de São Luís, Chico Carvalho e deve oficializar sua transferência para a legenda nos próximos dias.

Lahesio é um dos prefeitos que sofreu perseguição do Governo Flávio Dino. No entanto, o gestor segue fazendo um bom trabalho, sem se precisar se curvar aos caprichos do comunista.

Vale lembrar que em São Pedro dos Crentes, Lahesio conseguiu derrotar Flávio Dino duas vezes nas urnas, tanto com Roseana Sarney quanto com Jair Bolsonaro.

É aguardar e conferir os próximos passos.

Em artigo, mesmo indiretamente, Sarney destaca encontro com Dino

por Jorge Aragão

O ex-presidente da República, José Sarney, mesmo que indiretamente, tratou, em artigo publicado no jornal O Estado, do encontro que teve recentemente com o atual governador do Maranhão, Flávio Dino.

De maneira discreta, como é sua característica, José Sarney no artigo “A política é o destino“, lembrou que jamais tratou um adversário como inimigo e “que nunca cravei por meu desejo espinho algum no peito de ninguém”.

Sarney ainda lembrou que a democracia é o campo do debate, nunca deixando de praticar o diálogo e respeitar os seus adversários. O ex-presidente disse ainda que “ressentimento e a inveja só fazem mal a quem os pratica”.

O primor de texto foi concluído com José Sarney afirmando que o Maranhão e o seu povo estão sempre em primeiro lugar e desejando “política respeitosa, civilizada e democrática”. Veja abaixo a íntegra da postagem: A política é destino.

Eu tenho afirmado ao longo da minha vida que nasci com uma total incapacidade de ter ódio e que rejeito a execrável teoria do Lenine de que devemos inverter na política o enunciado de Clausewitz de que “a guerra é a continuação da política por outros meios”.

Segundo essa tese, o adversário teria que ser tratado como inimigo, a quem não se deve apenas vencer, mas destruir, matar, aniquilar. Não se estaria mais na disputa das ideias e sim em um campo de batalha.

Para isso Lenine defendia o método da Revolução Francesa, da guilhotina na Praça da Concórdia, em Paris, e dizia ser o Terror necessário na disputa política. Ele o usou na Revolução Russa, e o resultado foram os milhões de mortos do comunismo.

Sempre fui coerente ao considerar a democracia o campo do debate, da disputa pessoal e política. Nunca deixei de praticar o diálogo, de respeitar os meus adversários — e quantos tive e tenho! — e nunca persegui ninguém, nem erigi estátuas à Deusa da Vingança, Adrasteia.

Outra coisa que nunca me corroeu a alma foi o ressentimento. Quantas e quantas vezes tenho repetido isso. O ressentimento e a inveja só fazem mal a quem os pratica. Corrói e angustia.

Por outro lado, não tenho motivo para tê-los. Deus me deu um destino de graças. Levou-me da Pinheiro, onde nasci, e de São Bento, onde passei a infância, por um caminho de estrelas, que colocou em minhas mãos. Fez-me Vice-Presidente e Presidente da República, Governador do meu Estado, três vezes Deputado Federal, cinco vezes Senador da República, o que mais tempo passou na Casa, 39 anos, seguido por Antônio Azeredo, 34, e Rui Barbosa, 32. Sou Doutor Honoris Causa pelas universidades de Coimbra, Pequim, Moscou e Federal do Maranhão, minha terra amada. Membro da Academia Brasileira de Letras (atualmente seu decano) e da Academia de Ciências de Lisboa, onde foi Secretário Perpétuo José Bonifácio. Escrevi 121 livros, alguns traduzidos em 12 línguas, em 169 edições. Fui publicado na mais importante coleção de literatura do mundo, a Folio, com 4.800 títulos, editada pela Gallimard. Entre 40 condecorações, tenho a maior do Brasil, a Medalha do Mérito Nacional, e a mais conhecida no mundo, criada por Napoleão, a Legião de Honra da França, no mais alto grau, Grã-Cruz.

Graças a esse meu jeito de ser, qualidades que Deus me deu, conquistei essa vida. Posso dizer, como Lincoln, que nunca cravei por meu desejo espinho algum no peito de ninguém. Napoleão dizia que “a política é destino, a literatura, vocação”. Dividi-me entre as duas.

Jamais posso me desinteressar da situação nacional e maranhense. Estou escrevendo um livro sobre nossa conjuntura, “O Brasil no seu Labirinto”.

O Maranhão e seu povo estão em primeiro lugar, e é bom que tenhamos uma política respeitosa, civilizada e democrática.

Inegavelmente, um primor de texto, que realmente comprova porque José Sarney é uma lenda viva e um dos maiores políticos que o Brasil já teve.

César Pires e a conversa com José Sarney

por Jorge Aragão

Com a experiência e a maturidade de quem exerce o quinto mandato parlamentar, o deputado César Pires optou por não emitir nenhuma opinião pública sobre o recente encontro do ex-presidente José Sarney com o governador Flávio Dino, mesmo que tenha sido um conversa amena. Mas faz questão de afirmar que o fato em nada modifica sua posição política no parlamento, em oposição ao atual governo do Maranhão.

Esta semana, em São Luís, César Pires teve uma longa e agradável conversa com Sarney, sempre aprendendo com quem ele considera ser um dos políticos mais inteligentes do país. Eles conversaram sobre os campos da Baixada e suas riquezas, literatura e a conjuntura política e econômica nacional.

Conversaram sobre o livro “José Sarney, Bibliografia e Fortuna Crítica” que o ex-presidente fez questão de autografar e dar de presente ao deputado, além de mostrar o esboço da sua próxima obra, intitulada “O Brasil no seu labirinto”.

Com ufanismo, Sarney falou dos 120 títulos já produzidos por ele, em 168 edições registradas, alguns publicados em vários idiomas. Para o deputado, são metas inatingíveis por qualquer político do Maranhão no campo da literatura.

Depois dessa conversa, César Pires se ateve a destacar a admiração que sente por Sarney. Para ele, o ex-presidente mantém a postura de grandeza que marcou sua trajetória, sobretudo a sabedoria de perdoar, apesar de todas as agressões sofridas de seus adversários políticos.

Mas com relação à conversa do ex-presidente com o atual governador, César Pires entende que cabe somente a eles trazerem a público ou não o assunto que trataram.

É simples assim.

Adriano critica duramente encontro entre Flávio Dino e José Sarney

por Jorge Aragão

Mesmo depois de quase uma semana, o encontro político entre o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o ex-presidente da República, José Sarney (MDB), ainda rende comentários no parlamento estadual maranhense.

Nesta terça-feira (02), foi a vez do deputado estadual Adriano Sarney (PV), que é neto do ex-presidente Sarney, comentar o encontro. Adriano foi enfático em dizer que houve sim um acordo entre os dois políticos.

“O povo do Maranhão não é ingênuo, sim, houve um acordo entre José Sarney e Flávio Dino, é fato. O acordo em si foi implícito, explícito e para todos verem e quem divulgou foi o próprio Flávio Dino. Eu fui informado desse encontro algumas semanas antes, comentaram comigo e pediram a minha opinião desse encontro, desse pedido de encontro do Governador Flávio Dino com José Sarney. Eu, como Oposição aqui na Assembleia Legislativa, disse que aquele encontro eu não poderia opinar, porque era um encontro do José Sarney, que tem uma história, e de Flávio Dino que, hoje, é Governador do Maranhão”, destacou Adriano.

O deputado estadual disse ainda que esse não foi o primeiro encontro entre Flávio Dino e Sarney. Adriano disse que antes de assumir a EMBRATUR, no Governo Dilma Rousseff (PT), Flávio Dino teria ido a casa de Sarney pedir sua “benção”.

“O próprio Flávio Dino, quando quis ser presidente da EMBRATUR, foi à casa de José Sarney. Não sou eu que estou dizendo aqui, mas o próprio José Sarney. O próprio Flávio Dino já confessou isso. Foi à casa do José Sarney para pedir a bênção do José Sarney para ser presidente da EMBRATUR. E todos nós sabemos que foi a EMBRATUR que viabilizou a campanha de Flávio Dino, a primeira campanha de Flávio Dino para Governador do Estado do Maranhão”, destacou.

Adriano diz que fez questão de tratar do assunto para que alguns não confundam o seu posicionamento. O deputado assegurou que seguirá seu caminho de oposicionista ao Governo Flávio Dino, pois não concorda com a maneira como o comunista vai administrando o Maranhão.

“Agora por que eu estou falando isso aqui? Porque o mandato do Adriano é do Adriano. E aqui eu vi algumas pessoas, inclusive o deputado Wellington do Curso, dizer que talvez ele seja o único de oposição. E não será o único de oposição porque no meu mandato eu não posso trair aqueles que me elegeram. Eu nunca vou trair aqueles que me elegeram. Eu fui o deputado estadual de oposição mais votado no Maranhão. Tive mais de 50 mil votos. Não acredito no Governo Flávio Dino, não acredito na forma de administrar e eu tenho a minha independência como parlamentar. O mandato foi o povo que me concedeu com o meu suor com a minha luta. Se José Sarney e Flávio Dino entraram em algum acordo, esse acordo certamente não me envolveu e não me envolverá jamais, porque nesse mandato quem é o titular sou eu”, afirmou.

Adriano finalizou dizendo que não enxergou na visita de Flávio Dino a José Sarney nenhum gesto democrata, mas sim uma indecência.

“A visita de Flávio Dino foi uma indecência, não foi nada de democrata, democrata seria Flávio Dino ir ao José Sarney no começo do seu primeiro mandato, quando José Sarney tinha força com Michel Temer, quando José Sarney tinha força com a Dilma, com o Lula, quando José Sarney poderia fazer alguma coisa, de fato, pelo Maranhão. Mas agora todos nós sabemos que ele não tem força nenhuma no Governo Bolsonaro”, finalizou.

Agora é aguardar e conferir, afinal o discurso de Adriano Sarney sobre o encontro de Flávio Dino e José Sarney, muito provavelmente, terá desdobramentos.

O Real e o Cruzado

por Jorge Aragão

Por José Sarney

Celebramos no dia 1º de julho o 25 anos do Real, a moeda criada pelo bem-sucedido plano para baixar a inflação brasileira a níveis que permitem aos agentes econômicos a previsibilidade orçamentária, pilar da economia de mercado.

Quando, em 1985, assumi a presidência da República, herdei uma forte inflação, provocada, em grande parte, pela combinação de preços do petróleo, descontrole da dívida externa e conjuntura das taxas internacionais Libor e prime rate — que se mantiveram muito altas no meu governo, chegando a 9,3 e 10,9 (naqueles anos, descontada a inflação, as taxas chegaram a ser negativas para o mundo industrial).

A solução do FMI era a recessão econômica, que tinha um preço social impagável, a refletir-se, sobretudo, no nível de emprego. Nada se compara à angústia de quem não pode suprir as necessidades de sua família e, tendo disposição para trabalhar, não encontra oportunidade — e volto a lembrar o drama dos 42 milhões de trabalhadores que hoje ou estão procurando emprego sem encontrar ou desistiram de procurar ou trabalham no mercado informal sem qualquer garantia e, impossibilitados de contribuir para a Previdência, veem o anúncio de sua falência.

Não aceitei este caminho. Com João Sayad, resolvemos examinar o caminho heterodoxo de Israel. Para lá enviamos Pérsio Arida, e ele, com André Lara Resende e Francisco Lopes, formulou o esboço do que seria o Plano Cruzado.

Quando me expuseram o plano, disseram ter dúvidas que algum presidente tivesse coragem de decretar congelamento de preços. Eu tive a coragem de adotar todo o Plano Cruzado, inclusive os ajustes salariais que pensavam necessários para enfrentar o lado recessivo do plano.

O plano introduziu no País a participação da sociedade na vida pública, que começou com os “fiscais do Sarney“. O crescimento econômico foi de 119% naqueles cinco anos, só igualado no governo Lula. A inflação, que só atingiu o pico depois do meu governo, era compensada pela correção monetária, de modo que, para os assalariados, o efeito inflacionário era muito menor. O desemprego atingiu a menor taxa de nossa História, e os trabalhadores tiveram, finalmente, acesso à sociedade de consumo.

A mesma equipe fez o Plano Cruzado e o Plano Real, valendo-se da experiência do primeiro para acertar no segundo. A coragem de fazer o Plano Cruzado, primeira experiência de solução heterodoxa da inflação, permitiu o Real. Parabéns a Fernando Henrique, a cuja persistência deve-se o sucesso do Plano Real, e a Itamar, que o viabilizou.

Devemos ressaltar ainda dois homens decisivos: Rubens Ricúpero, mártir do Real, atingido por afirmação óbvia e menor de que não devemos divulgar nossos males, e Bill Clinton, amigo de FHC, que num momento de crise de 98 ajudou injetando 70 bilhões de dólares em nosso País.

Já lhes falei da recomendação do provérbio chinês de que, se você vai beber água num poço, deve pensar em quem abriu o poço.

Ao comemorarmos os 25 anos do Real, tão importante para o País, lembremos o Plano Cruzado.

Eduardo Braide comenta encontro de Flávio Dino e José Sarney

por Jorge Aragão

O deputado federal e pré-candidato a Prefeitura de São Luís, Eduardo Braide (PMN), comentou o encontro político entre o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o ex-presidente da República, José Sarney (MDB).

Ao comentar o assunto, durante entrevista concedida na Rádio Mirante AM, Braide, que sempre tem disputado as eleições como uma terceira via, deixou claro que essa dicotomia Sarney e Anti-Sarney era apenas desculpa para quem não quer trabalhar.

“Primeiro eu quero dizer que esse debate de um grupo A contra o grupo B, sempre foi desculpa de quem não quer trabalhar. Política é a arte do diálogo. Eu quero acreditar que isso sirva de marco para que acabe essa crítica de um lado e do outro que na minha opinião só serviu para atrasar o estado”, destacou.

Coerência – Já a ex-deputada estadual Andrea Murad, nas redes sociais, fez questão de elogiar a postura adotada pelo deputado estadual Wellington do Curso (PSDB).

Entre os deputados estaduais que comentaram o encontro, Wellington foi o único que questionou a postura de Flávio Dino.

“Como que o governador Flávio Dino se elegeu duas vezes falando mal do grupo Sarney, dizendo que o grupo Sarney, ou o José Sarney, destruiu o Maranhão, era um atraso para o Maranhão, era prejudicial para a democracia, e agora ele vai atrás de José Sarney para tomar conselho?”, questionou Wellington.

E o encontro Flávio Dino e José Sarney segue movimentando o debate político no Maranhão.

Quando será o encontro com o ex-presidente Collor, meu caro Dino ???

por Jorge Aragão

Apesar das inúmeras especulações, algumas sem sentido algum, tanto o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), quanto o ex-presidente da República, José Sarney (MDB), tem mantido as discrição sobre o encontro que ambos tiveram, em Brasília, na tarde de quarta-feira (26).

Somente o comunista se posicionou nas redes sociais, afirmando que tem procurado conversar com os ex-presidentes da República sobre o atual momento que atravessa o Brasil. Dino entende que a democracia está ameaçada e por esse motivo já teria conversado com Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT).

“Hoje conversei com o ex-presidente José Sarney sobre quadro nacional. Apresentei a ele a minha avaliação de que a democracia brasileira corre perigo, em face dos graves fatos que estamos assistindo. Já estive com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique, com a mesma preocupação”, escreveu Dino nas redes sociais.

Flávio Dino deve manter um encontro, nos próximos dias, com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também sobre o mesmo assunto.

No entanto, o comunista ainda não confirmou quando irá procurar o ex-presidente e atual senador da República, Fernando Collor de Mello. Ou será que esse encontro não acontecerá ???

Com a palavra o governador Flávio Dino.

É aguardar e conferir.

Flávio Dino confirma encontro com José Sarney

por Jorge Aragão

O que estava sendo especulado, inclusive na imprensa nacional, um possível encontro entre o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o ex-presidente da República, José Sarney (MDB), foi confirmado oficialmente pelo comunista. O encontro estava sendo cogitado desde que Dino visitou o ex-presidente Lula.

Nas redes sociais, Flávio Dino confirmou o encontro e disse que conversaram sobre o atual quadro da democracia brasileira.

Agora é aguardar e conferir os desdobramentos desse encontro.