O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), segue com dois pesos e duas medidas ao falar da pandemia e querer investigação sobre denúncias de corrupção.
Depois que surgiu a denúncia de um representante de empresa que relatou ter sido pressionado por um diretor de logística do Ministério da Saúde para o pagamento de propina, Flávio Dino, sem perder tempo, comentou o episódio nas redes sociais e insinuou uma tal máfia das vacinas.
‘Questão central a ser investigada passou a ser: qual a relação entre a decisão federal de atrasar a compra de vacinas, e escolher umas e não outras, com peculato e corrupção ? Além da máfia da cloroquina houve também a máfia das vacinas ?”, questionou o governador maranhense.
Dino ainda fez questão de, mais uma vez, imputar todas as vidas ceifadas nessa pandemia ao Governo Jair Bolsonaro.
“Há muitos e crescentes indícios de que o negacionismo sobre a pandemia era mero ardil visando gerar mercado para atuação de máfias. E assim se foram as vidas de 514.000 pessoas”, afirmou o socialista.
Mesmo com a exoneração imediata e sumária do servidor Roberto Dias, acusado de propina, o governador maranhense teria todo o direito, diria mais, teria o dever de cobrar explicações do Governo Federal, mas só que, infelizmente, Dino tem utilizado dois pesos e duas medidas no combate a corrupção na pandemia.
O Flávio Dino que acertadamente cobra explicações do Governo Bolsonaro, é exatamente o mesmo que assinou uma ação para que governadores não fossem prestar depoimento na CPI da Covid-19 sobre desvios de verbas federais nos seus respectivos estados.
Se o tal negacionismo e eventual máfia de vacinas podem ter ocasionado vítimas fatais na pandemia, o mesmo se deve afirmar, por uma questão de coerência, que os eventuais desvios de verbas públicas por gestores também levaram muitas pessoas a óbito.
Nunca esquecendo que o próprio governador maranhense se viu envolvido no pagamento de respiradores, junto ao Consórcio Nordeste, por um preço acima do mercado e que jamais chegaram ao Maranhão.
Será que existia uma máfia de respiradores??? Quantas pessoas morreram no Nordeste por falta de respiradores??? São perguntas que Dino também deveria fazer, isso se não utilizasse dois pesos e duas medidas.
Desta forma, a cobrança de Flávio Dino perde a credibilidade, já que sua indignação com eventuais desvios e óbitos na pandemia, acaba sendo, infelizmente, extremamente seletivo.