O site da revista Veja voltou a destacar, no fim de semana, o que considerou uma “façanha às avessas” do governador Flávio Dino (PCdoB).

– Em sua gestão, a miséria aumentou ainda mais no mais miserável de todos os estados brasileiros. Como “remédio”, o governador vem abrindo de forma temerária os cofres – diz a publicação.

Para a revista “nesse aspecto [Dino] provou ser um comunista”.

A publicação da revista semanal continua as críticas pesadas contra o governador Maranhense.

– Os últimos três anos do Maranhão foram no vermelho, com déficits consecutivos -, afirma o texto de Veja, que aponta, ainda, ampliação da concentração de renda e do desemprego.

O material foi todo publicado em um podcast.

Sentiu – Quem acusou o golpe após mais um petardo da revista Veja foi o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB).

Ele comentou o assunto em postagem nas redes sociais e, bem ao seu estilo, tentou desmerecer o conteúdo da publicação.

– Pauta politiqueira requentada e omissão dos avanços que a própria matéria destaca -, avaliou, no que foi muito criticado por seguidores.

Estado Maior

Por José Sarney

Ninguém pode avaliar a guerra necessária para o administrador fazer uma grande obra, com a complexidade e as dificuldades de coordenação, desde o projeto até à construção e à finalização da obra.

Quando assumi o governo do Maranhão, em 1966, o Maranhão estava às escuras. Não havia energia nem em São Luís nem em nenhum lugar do Estado inteiro. Um capitão do Exército, chamado César Cals, sonhava com a construção de uma Hidroelétrica no Rio Parnaíba, em Boa Esperança, onde o rio era mais estreito. Veio 1964 e o sonho morreu. Então, eu e um grupo de deputados do Piauí, entre eles o mais aguerrido, Milton Brandão, apoiamos o Cals e resolvemos ir à frente com a ideia. O Maranhão era contra, queria fazer uma pequena usina perto das nascentes do Itapecuru, inviável por problemas ambientais, de 18 MW, uma PCH, como se chama. Com minhas relações com o Presidente Castelo Branco fui a ele e mostrei que, como nordestino, podia fazer a primeira hidroelétrica da Região, beneficiando dois estados que ele bem conhecia, Maranhão e Piauí, que viviam de energia de pequeno motores a óleo ou a lenha (como era a Ullen de São Luís). Todo o Maranhão consumia o equivalente ao consumo do edifício Avenida Central, no Rio de Janeiro. Ele sensibilizou-se e mandou irmos ao Ministro de Minas e Energia, Dr. Mauro Thibau.

Fui a ele com o César Cals e o Milton Brandão. Ele foi radical. Iniciou dizendo: “Isso é uma total irresponsabilidade, fazer um castelo no deserto. Maranhão e Piauí juntos não tem demanda para uma usina dessas.” Saímos de cabeça baixa. Eu voltei ao Presidente Castelo e relatei a resposta do Ministro, fazendo um destaque para sensibilizar o Presidente. “Presidente, ele disse que seria um ‘Castelo’ no deserto”. O Presidente tomou como uma ironia e respondeu-me: “Pois dr. Sarney, volte ao Thibau, vou falar com ele e vamos ver esse castelo no deserto.” Senti que matava a cobra. Convidei os que tinham ido comigo da primeira vez e voltamos ao Ministério. O Thibau nos recebeu como uma seda e foi logo dizendo: “O Presidente falou-me e vamos tocar o assunto.”

A obra avançou a toda velocidade. Para melhorar logo a situação do Maranhão, convidei o César Cals para presidente da Cemar. Iniciamos a construção das linhas de transmissão no Estado antes da obra existir. Em breve, a convite do Presidente, eu assistia em sua companhia ao desvio do Rio Parnaíba. Mudamos a cidade de Nova Iorque, que ia ser inundada, para a margem da rodovia, com alguns protestos. Mas antes de deixar o governo liguei São Luís e outras cidades do nosso Estado com a energia de Boa Esperança. O Maranhão viu entre as palmeiras de babaçu as linhas de transmissão levadas pelas torres.

Deus deu-me a ventura de como Presidente da República terminar a construção de Tucuruí e ligar a usina a São Luís por dois grandes linhões de 600 MW. Também conectei, em Presidente Dutra, os Sistemas da Chesf e de Tucuruí, levando assim energia do Rio São Francisco à capital.

Graças à abundância de energia foi possível trazer a Alcoa e outras indústrias para cá.

Temos hoje a melhor estrutura de energia do Nordeste. Encontrei o Estado no escuro, deixei o Estado iluminado. Hoje ele é exportador de energia com o gás, que foi descoberto no poço pioneiro e exploratório mandado fazer por mim quando Presidente.

A saga da energia que começou em Boa Esperança é um trunfo do Maranhão para hoje e para um grande futuro.

O portal The Intercept Brasil parece não estar muito disposto a esquecer o episódio do Cajueiro, onde famílias maranhenses foram despejadas na zona rural de São Luis.

Durante a semana, o site fez uma matéria muito forte sobre o assunto, começando pelo título: “Como a grana da China desaloja pobres no Maranhão – com o aval de Flávio Dino”.

Na reportagem, o The Intercept Brasil destaca ainda que foi graças a uma série de decisões tomadas pelo governador Flávio Dino, durante quase cinco anos de gestão, que construiu-se o cenário que levou à violência contra moradores do Cajueiro.

Desta vez, o The Intercept divulgou um filme nas redes sociais detalhando toda a situação, que culminou com o despejo e a violência contra as famílias que residiam na localidade.

No filme, de quase cinco minutos, demonstra-se padrões de atuação de secretarias específicas, narrativas oficiais que se repetem, irregularidades que viabilizam empreendimentos e, sobretudo, a ameaça constante e violenta aos direitos dos povos tradicionais, como o do Cajueiro, e aos seus territórios centenários. Veja abaixo.

Reação – O governador Flávio Dino dessa vez não demorou para reagir, mas novamente pecou pela incoerência.

Inicialmente, como costumeiramente faz, tentou transferir a responsabilidade para a Justiça, afirmando que apenas cumpriu uma determinação judicial. O problema é que o comunista só cumpre as decisões que lhe convém e a maior prova disso é que até um decreto para não cumprir decisões judiciais foi feito, mas depois revogado (reveja).

Pior é que deu a entender que quem está lhe atacando seria uma “esquerda”, financiada com recursos dos Estados Unidos.

Vale lembrar que o The Intercept Brasil é um portal que tem a frente o jornalista Glenn Greenwald, o mesmo responsável pela Vaza Jato, que atacava diariamente o ex-juiz federal e ministro da Justiça Sérgio Moro e outros membros da força tarefa da Lava Jato.

No entanto, nesse episódio, o jornalista americano foi defendido, por diversas vezes, por Flávio Dino e seus asseclas, mas, agora, depois das publicações sobre o Cajueiro, parece que mudaram de idéia sobre o The Intercept Brasil.

A chegada do período carnavalesco mostrou que, ao menos no interior do estado, o Ministério Público e a Justiça estão vigilantes contra abusos de gestores que querem usar o período para se promover.

Em Tuntum, o juiz Raniel Barbosa Nunes, da 79ª Zona Eleitoral, atendeu a um pedido formulado em representação do Ministério Público Eleitoral e concedeu liminar proibindo a divulgação em redes sociais de imagem, mídia ou cor alusiva ao grupo político do prefeito Cleomar Tema – conhecido na cidade como grupo da Labigó -, ou do seu pré-candidato a prefeito, Dida do Tio Luís.

Os dois tentaram alavancar a imagem do indicado do grupo para concorrer nas eleições deste ano num bloco de carnaval denominado “Vem com o Tio”. Para o juiz, a brincadeira estava sendo usada para promover eleitoralmente o pré-candidato. –

Analisando os fatos, verifica-se […] pela documentação colacionada aos autos em que constam prints de redes sociais de pessoas veiculando convites para o bloco “VEM COM O TIO”, fazendo alusão a cores e símbolos do partido, assim como o anúncio da pré-candidatura do noticiado. […] há indícios suficientes de que os requeridos irão fazer o uso promocional em favor das suas candidaturas através do evento contestado -, destacou o juiz.

Em Viana, o prefeito Magrado Barros foi proibido de mandar às ruas um bloco de Carnaval custeado com recursos públicos, mas que, na verdade, tinha o objetivo de promover a imagem do gestor e do seu grupo político, já de olho na disputa eleitoral.

Nesse caso, a decisão proibindo o desfile do bloco foi de Odete Maria Trovão, também atendendo a um pedido do MP.

Em São Luís, ainda não houve nenhuma decisão por algum abuso que tenha sido cometido por pré-candidato a prefeito ou a vereador.

Estado Maior

Os pré-candidatos à Prefeitura de São Luís começam a se movimentar mais intensamente para buscar alianças, encorpando as candidaturas e ampliando o palanque, principalmente por conta do horário eleitoral gratuito, durante a campanha eleitoral.

Nesta semana, o deputado estadual Adriano Sarney (PV) e o federal Rubens Júnior (PCdoB) realizaram reuniões com possíveis aliados.

O pré-candidato do PV manteve encontro com vereador Chico Carvalho, presidente estadual do PSL no Maranhão. O partido ainda não decidiu que rumo tomará, mas parece haver desistido de lançar candidatura própria.

“Foi boa a conversa com o vereador e presidente do PSL Chico Carvalho”, avaliou Adriano após a reunião.

Já o pré-candidato do PCdoB reuniu-se com o presidente estadual do Progressistas (antigo PP), deputado federal André Fufuca, na sede da legenda.

Tivemos uma conversa muito proveitosa com o deputado federal André Fufuca. Avanço para uma agenda de diálogo à favor de São Luís”, comentou Rubens Júnior.

 

No entanto, quem já se adiantou e fechou, inclusive com dois partidos, foram os pré-candidatos Eduardo Braide (Podemos) e Detinha (PL).

Braide já garantiu no seu palanque o PSD e o PMN, enquanto que Detinha assegurou apoio do Avante e Patriota.

É aguardar e conferir, pois até no Carnaval as conversas devem seguir a todo vapor.

Nesta sexta-feira (21), será aberta a programação oficial do Carnaval do Maranhão 2020. Serão mais de 300 atrações locais e nacionais até 25 de fevereiro nos circuitos Beira-Mar, Madre Deus e no novíssimo Rio Bacanga, além da já tradicional Passarela do Samba, montada no Anel Viário.

Para evitar transtornos e informar aos foliões o roteiro certo da diversão, a Secretaria de Estado da Cultura (Secma) divulgou detalhes como o percurso dos trios e a localização dos palcos em cada um dos circuitos carnavalescos.

Circuito Beira-Mar – Criado em 2017, o circuito Beira-Mar vem se consolidando como um dos principais corredores do carnaval maranhense. Neste ano, o circuito será o palco para grandes nomes da música brasileira.

Artistas maranhenses como os grupos Criolina, Argumento e Lamparina dividirão trios e palco com Duda Beat, Maria Rita, Cidade Negra, Zeca Baleiro, Otto, Margareth Menezes, entre outros.

O percurso será iniciado na região da Praça Maria Aragão, se estende por toda a Avenida Beira-Mar e termina na altura da Casa do Maranhão – pouco antes do Terminal da Integração da Praia Grande.

O palco principal também ficará localizado na região da Praça Maria Aragão. O local receberá ainda uma praça de alimentação e um hospital de campanha especialmente montados para o carnaval. As arquibancadas estão sendo fixadas em frente ao prédio da antiga RFFSA, que será o espaço dedicado à imprensa.

Circuito Rio Bacanga – Novidade do carnaval deste ano, o Circuito Rio Bacanga promete atrair milhares de pessoas para a interseção entre as avenidas Vitorino Freire e Africanos, com shows de artistas nacionais e locais, como Saia Rodada, Ávine Vinny, Mano Walter, Thaís Moreno, Bicho Terra e Jegue Folia, além de blocos que vão levantar a galera ao longo do circuito.

O início do percurso será em frente à sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA), na Avenida Vitorino Freire. O corredor da folia percorrerá boa parte da via no sentido Centro Histórico, sendo finalizado após o prédio da Justiça Federal (e próximo à região do Anel Viário), mesmo local onde será montado o palco principal do circuito.

Também no perímetro que marca a parte final do percurso, serão instalados praça de alimentação, lounge, área da imprensa e house mix.

Madre Deus – No Circuito Madre Deus foi mantida a tradição do carnaval com a apresentação de blocos tradicionais, grupos afros, grupos de samba, tribos de índio, tambor de crioula e shows de artistas locais, como os músicos da Banda Banguela, Turma do Quinto, Paulinho Akomabu, Roberto Ricci, dentre outros.

Por lá, o início do circuito será na Praça da Saudade, em frente ao Cemitério do Gavião. O percurso da folia percorrerá as ruas do bairro cultural, incluindo o Largo do Caroçudo, passando pela Rua São Pantaleão, com desfecho no Beco das Minas (ao lado da Casa das Minas).

O Circuito Madre Deus contará com banheiros químicos e torres de observação espalhados por todo o circuito, além de ambulâncias e tendas de apoio.

Programação completa – A festa também tem os desfiles na Passarela do Samba. Toda a programação do Carnaval do Maranhão 2020 pode ser consultada no site www.ma.gov.br/carnavaldomaranhao ou no app Carnaval do Maranhão, disponível para celulares com sistema operacional Android.

O Carnaval do Maranhão 2020 é uma realização do Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de São Luís e apoio do Grupo Mateus.