Poder de articulação para o Senado Federal

por Jorge Aragão

Apesar de ainda faltar mais de um ano e nove meses para a disputa das eleições 2018, são cada vez mais intensas as manifestações pelas duas vagas que serão abertas no Senado da República, com o fim dos mandatos dos senadores Edison Lobão e João Alberto, ambos do PMDB.

Já manifestaram publicamente interesse pelas vagas o deputado federal Weverton Rocha (PDT), a deputada federal Eliziane Gama (PPS), o deputado José Reinaldo Tavares (PSB), Waldir Maranhão (PP), o ex-ministro Gastão Vieira (PROS), além do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB).

Outros nomes levantados pela classe política, mas que pregam unidade partidária, são o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) e os senadores que encerram os seus mandatos e podem buscar a reeleição, João Alberto e Edison Lobão. O presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho (PDT), articula candidatura nos bastidores. Quem também pretende entrar na disputa é o suplente de senador Lobão Filho (PMDB). No fim do ano passado, ele afirmou com exclusividade a O Estado ter interesse em uma das vagas.

Em todo esse contexto, portanto, são 12 os nomes levantados como potenciais candidatos às duas vagas para o Senado.

Resta saber quem vai ficar pelo meio do caminho ao longo dos próximos meses…

Estado Maior

Estranhas coincidências

por Jorge Aragão

O episódio envolvendo os chamados “aluguéis camaradas” do governo Flávio Dino (PCdoB) foi marcado por coincidências desde o seu início.

Foi coincidência, segundo afirmação do bisecretário Márcio Jerry, que a casa da Aurora alugada pela Funac – que pagou R$ 172 mil sem usar o imóvel – pertença a um membro do PCdoB e já tenha sido usada como comitê se campanha. É coincidência também que o imóvel alugado pela mesma Funac, na Rua das Cajazeiras – e pelo qual também foram pagos R$ 720 mil sem que o governo tenha usado o imóvel – pertença a parentes da construtora que indicou à secretária de Cidades do mesmo governo.

É coincidência que o governo tenha alugado também um imóvel no Centro de São Luís pertencente à família da mulher do governador comunista.

Mas nenhuma das coincidências é tão significativa quanto o fato de que todos os imóveis alugados pelo governo estavam com problemas estruturais ou legais na época do aluguel. E foi justamente o pagamento antecipado que ajudou os proprietários a corrigir esses problemas.

Foi assim com o imóvel da Aurora e o da Rua das Cajazeiras. Curiosamente (ou coincidentemente?), os dois imóveis só passaram a entrar em obras após as denúncias da imprensa.

E está bem aí o problema: pelos contratos de aluguel, os imóveis têm que ser entregues ao governo em plenas condições de uso. Mas, nos casos dos imóveis da Funac, o governo alugou e antecipou meses de aluguel antes de usar o imóvel e ainda gastou outros milhares de reais em reformas. E isto não foi nenhuma coincidência.

Estado Maior

Mais uma, entra tantas, incoerência de Flávio Dino

por Jorge Aragão

A confirmação de que o governo Flávio Dino (PCdoB) aderiu mesmo o programa de concessões em saneamento do governo federal, capitaneado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é mais uma prova de que várias das propostas de campanha do comunista ficaram mesmo só na promessa.

Na prática, a adesão ao programa prevê a privatização da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), no regime de concessão. Algo bem diferente do que prometera o governador em 2014.

Naquela época, ainda em campanha pelo Governo do Estado, Dino defendia a universalização do acesso a abastecimento d’água, mas rejeitava a privatização da Caema.

Isso mesmo: rejeitava a privatização.

O termo está expresso ainda hoje na página pessoal do governador no Facebook. – Flávio Dino rejeita privatizar a Caema e reafirma compromisso de levar água para a casa de todos os maranhenses até o fim de seu mandato, em 2018 -, diz a chamada para uma notícia publicada em seu perfil pela assessoria do então candidato, no dia 6 de setembro de 2014.

Pouco mais de dois anos depois, em dezembro de 2016, o tom mudou radicalmente. – Pro cidadão não interessa de onde está vindo a água. Se a empresa é estadual, municipal ou concessão, o que interessa é que abra a torneira e saia água com um preço justo. Essa é nossa meta e por isso nós estamos com esses novos caminhos -, admitiu.

Coisas de Flávio Dino…

Estado Maior

Enfim, o arrego

por Jorge Aragão

dino

O governador Flávio Dino (PCdoB) gritou, praguejou, esperneou, lamentou, atacou, mas não teve jeito. Uma semana depois de ver ganhar as manchetes o pagamento por 18 meses pelo aluguel de uma casa fechada, pertencente a um membro do PCdoB e funcionário do seu governo, o comunista, enfim, deu sinais de recuo.

Por toda a manhã de ontem, ele ainda tentou atacar adversários, forçando, inclusive, comparação com alugueis de imóveis no governo anterior – como se dissesse: “Se eles podem, eu posso” -, mas, à tarde, diante das reportagens cada vez mais incontestáveis, foi obrigado a reconhecer que pode ter havido irregularidade no contrato.

“Vou analisar juridicamente a situação de o cidadão ser empregado de uma empresa pública. Friso: tal nomeação não passa por mim”, afirmou o governador, em um de seus perfis nas redes sociais; e tendo o cuidado para eximir-se da responsabilidade.

No caso, e na condição de ex-juiz federal, Flávio Dino nem precisaria recorrer a qualquer estudo jurídico para determinar as controvérsias do aluguel de uma casa que serviu de comitê para seu partido e pertence a um comunista que, hoje, responde por uma área importante do governo.

Mas não basta a Flávio Dino apenas dizer. Ele precisa fazer com a maior urgência possível. Sem esquecer, no entanto, que o seu governo começou 2017 com uma mancha com que ele terá de conviver até o final. Nem que tenha que se comparar ao adversário para se autojustificar.

Tentou de tudo – Foram exatos oito dias de idas e vindas do governo Flávio Dino tentando encontrar uma solução para o escândalo do “aluguel camarada”.

E a cada tentativa de resposta dos comunistas a coisa ficava ainda mais feia e complicada, diante dos fatos incontestáveis.

Ficou claro o abatimento do governador logo que suas primeiras versões começaram a virar poeira diante da realidade.

E o MP? – Apesar de já ter alcançado repercussão nacional, o “Escândalo da Funac” parece não ter despertado o interesse do Ministério Público.

O proprietário do imóvel alugado pelo governo, filiado ao PCdoB, participou da campanha do partido em 2014. O prédio foi utilizado como comitê de campanha.

E mais: Jean Carlos Oliveira, favorecido com o contrato de aluguel, é também nomeado na Emap. Mas isso tudo vai “passando batido”, sob as vistas do MP.

Estado Maior

Farra comunista

por Jorge Aragão

flaviodino

A revelação ontem, no blog do jornalista Daniel Matos, chefe de Reportagem de O Estado, de que o governador Flávio Dino mantém contrato de R$ 9,5 mil com um membro do PCdoB, para implantação de uma rejeitada unidade da Funac na Aurora, é mais um aspecto do aparelhamento a que está sujeito o Maranhão desde que os comunistas assumiram o poder no estado.

Recentemente, O Estado revelou que três membros do PCdoB e outro do PDT haviam acabado de perder a eleição em seus municípios e ganharam, de consolação, nomeações na Secretaria de Articulação Política e de Comunicação, chefiada pelo bi-secretário Márcio Jerry, homem forte do governo Dino.

Mas o aparelhamento não termina por aí. No início do governo, denúncias apontaram que imóveis alugados na Avenida Litorânea, na Avenida dos Holandeses e em outras áreas do Calhau, região nobre de São Luís, beneficiavam diretamente poderosos do governo comunista e do PCdoB.

E o que dizer do Réveillon de São Luís, que teve como principal atração ninguém menos que a sambista Leci Brandão, deputada estadual do PCdoB de São Paulo?

Neste aspecto, aliás, no apagar das luzes de 2016, o Diário Oficial do Estado trouxe uma série de liberação de recursos de convênios para festas de Réveillon em vários municípios administrados por prefeitos do PCdoB, e alguns tantos de comunistas e pedetistas, que compõem o consórcio comunista que ora dirige os destinos dos maranhenses.

O mais grave é que Flávio Dino e seus generais dão de ombros para as denúncias cada vez mais frequentes, como se estivessem acima do bem e do mal, sem a necessidade de dar satisfações à população que o elegeu sob o signo da mudança.

Felizmente, as redes sociais começam a mostrar que tipo de mudança ocorreu no Maranhão.

Coluna Estado Maior

Para pior

por Jorge Aragão

dinogovDesde a eleição de 2014, o então candidato e hoje governador Flávio Dino prega aos quatro cantos uma mudança na administração pública estadual. E a estratégia, até consolidar esse discurso, classificado outrora por Luis Fernando Silva, prefeito eleito de São José de Ribamar, como “de gogó”, foi muito bem definida: primeiro descontruir a imagem de seus adversários; em seguida, já com os “pés” no poder, tentar efetivar políticas públicas de impacto social.

A segunda “meta”, contudo, jamais foi alcançada. Não há nesses primeiros dois anos de gestão qualquer programa de governo implantado pelo comunista que tenha transformado a vida da população maranhense.

Pelo contrário. Aumento de impostos; queda brusca de qualidade no atendimento nas UPAs; desestruturação da rede de Saúde, sobretudo com o fechamento de hospitais de 20 leitos do Programa Saúde é Vida nos municípios; desvalorização da Cultura com Carnaval e São João miúdos; intensificação de obras paliativas em período eleitoral – quem não lembra do Mais Asfalto já sob a análise da Justiça Eleitoral-; perseguição a prefeitos adversários; gastos elevados com jatinhos e helicópteros e festas particulares no Palácio dos Leões (privilégios?).

Flávio Dino, de forma até impressionante, tem conseguido ir de encontro a tudo o que pregou durante a campanha eleitoral. O discurso era de um Maranhão moderno, sem privilégios aos agora poderosos, com escolas estruturadas (e não somente com novo revestimento), hospitais funcionando, servidores e contratados valorizados.

O que se vê é o inverso de tudo o que foi propagado durante a campanha eleitoral de dois atrás.

A mudança de Dino chegou.

Coluna Estado Maior

Réveillon vermelho

por Jorge Aragão

leciO governo Flávio Dino (PCdoB) tem sido cada vez mais alvo de acusações segundo as quais estaria usando a máquina administrativa do Maranhão para beneficiar diretamente os seus camaradas comunistas.

São diversas as denúncias de que a estrutura do governo está aparelhada com membros do PCdoB em todos os escalões; e cada dia mais camaradas são nomeados, sobretudo na estrutura comandada pelo bisecretário Márcio Jerry, lugar-tenente do governador e presidente regional do partido.

Mas o governador e seus generais parecem pouco se incomodar com a denúncia. Tanto que não fazem nenhuma questão de esconder os favorecimentos à “comunistada”, tanto a do Maranhão quanto a do resto do país. E até a festa de Réveillon promovida pelo governo parece aparelhada para beneficiar o PCdoB.

Uma das principais atrações da virada comunista promovida por Flávio Dino é a sambista Leci Brandão, reconhecida como compositora e historiadora do samba, mas pouco conhecida do grande público. Fosse pelo seu histórico, Leci dificilmente seria contratada comercialmente para um evento de forte apelo popular como o Réveillon.

Mas ela tem um pistolão que a diferencia dos demais artistas disponíveis para o evento: é deputada estadual e militante histórica do PCdoB de São Paulo. Vai receber R$ 55 mil para cantar no dia 30 de dezembro em um dos palcos montados pelo governo.

O segundo Réveillon do Maranhão sob a égide de Flávio Dino ganha, portanto, fortes tons vermelhos.

Coluna Estado Maior

Discurso e prática

por Jorge Aragão

dinogovEm meio ao discurso do governador sobre crise econômica e aumento de impostos para enfrentar os supostos problemas de caixa do seu governo, eis que o comunista é pego em mais um contrassenso entre discurso e prática: o próprio portal da transparência do Governo do Estado revelou que Dino gastou quase R$ 7 milhões com jatinhos em 2016.

O curioso é que o grosso do gasto – algo em torno de R$ 1 milhão – ocorreu exatamente no período eleitoral, no mês de outubro.

Em 2015, logo quando assumiu o governo, Flávio Dino saiu-se com esta declaração, ao ser encontrado em um avião de carreira por um eleitor maranhense: “Se eu tivesse em um jatinho, eu estaria, só nesta viagem, gastando mais de R$ 49 mil. Prefiro não gastar esse dinheiro e revertê-lo em obras e mais saúde e educação para o nosso povo, que foi sofrido durante este tempo todo”.

O tempo passou e descobriu-se que Flávio Dino só usara um avião comercial porque, à época, a licitação para contratação do “seu jatinho” ainda não havia sido concluída, o que ocorreu logo depois.

A frase virou, assim, mais um dos símbolos da demagogia política; e o eleitor, certamente, percebeu ter feito cara de bobo ao divulgar o encontro com o comunista.

E o ano se encerra para Flávio Dino como um governador que incha a folha do Estado com comunistas, gasta os tubos com aviões e jatinhos e aumenta o imposto do maranhense para poder pagar essa conta. Uma bela mudança para o Maranhão.

Coluna Estado Maior

O velho antídoto

por Jorge Aragão

flaviodino

Jornais, blogs e programas de rádio alinhados ao governador Flávio Dino (PCdoB) amanheceram na sexta-feira,23, fazendo festa para uma pesquisa do Instituto Exata que apontou 61% de aprovação popular ao governo comunista do Maranhão. Chamou atenção o fato de a pesquisa ser divulgada, de uma hora para outra, logo após informações de que o Palácio dos Leões já tinha em mãos números do desgaste de Flávio Dino por causa do aumento dos impostos.

Mas o impacto do levantamento Exata não surtiu o efeito esperado por uma questão simples: já é conhecido esse antídoto usado pelo comunista sempre que se vê em posição desfavorável em termos de popularidade. Nesses momentos, ele se utiliza de dois expedientes já notórios em sua gestão: uma entrevista de repercussão nacional ou uma pesquisa que mostra números favoráveis. Ou os dois juntos. É sempre assim que o Palácio dos Leões se posiciona nos maus momentos do governador.

O fato é que o aumento intempestivo do ICMS – com incidência em combustíveis, bebidas, energia elétrica e comunicações – causou forte impacto negativo na imagem do governador, que se elegeu prometendo não aumentar impostos no Maranhão.

Não é a primeira vez que o Instituto Exata saca do bolso pesquisas de popularidade feitas a pedido do Palácio dos Leões – que mantém contrato institucional com a empresa – e sempre em horas difíceis para Flávio Dino.

Os números chegaram de forma tão abrupta às mãos dos agentes de mídia vinculados ao comunista que nem eles tiveram coragem de fazer o estardalhaço esperado pelo governador. Que, aliás, já havia aparecido com uma matéria publicada no jornal espanhol El País, no início da semana, outro de seus expedientes anticrise na imagem.

Coluna Estado Maior

Medindo o estrago

por Jorge Aragão

flaviodino

Agentes do governo Flávio Dino (PCdoB) encomendaram, às pressas, levantamento para medir o impacto das medidas de aumento de impostos na imagem do governador comunista. Os números vão mostrar se o desgaste aparente se reflete em queda nos índices de popularidade.

A coluna não conseguiu saber em nome de quem a pesquisa foi feita, mas soube que alguns resultados já foram passados a gente graúda do Palácio dos Leões, como o lugar-tenente do governador, secretário Márcio Jerry, e ao chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares. E as primeiras impressões não agradaram ao próprio Flávio Dino.

Eleito com base em uma forte campanha de desconstrução do grupo da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), Dino conseguiu o voto do eleitor maranhense, mas nunca teve carisma para conquistar a empatia pessoal deste mesmo eleitor. E à medida que o governo comunista avançou – com seus defeitos e personalidades próprias -, esta antipatia foi-se acentuando.

Os dados que Márcio Jerry começa a ver neste fim de ano são o reflexo puro e simples da falta de empatia do governador com o povo, acentuado pela forte rejeição ao reajuste do ICMS, que vai gerar despesas adicionais aos maranhenses a partir de março.

Talvez até por isso Flávio Dino vai aproveitar os primeiros dias de janeiro para tirar férias, repousar, desestressar-se, desopilar o fígado, enfim, esfriar a cabeça, que se mostrou quente demais diante da reação popular às suas medidas impopulares.

O governador comunista quer aproveitar o período para reorganizar as estratégias – tanto governamentais quanto pessoais – e tentar guaribar a imagem em 2017. Porque, a partir de então, terá apenas um ano para convencer o maranhense de que não apostou errado no discurso da mudança.

Coluna Estado Maior