Futuro desenhado

por Jorge Aragão

O senador Roberto Rocha recebeu ontem o tiro de misericórdia em sua passagem pelo PSB, partido no qual entrou em 2012 e, desde então, enfrenta forte rejeição interna.

Eleito presidente municipal da legenda – exatamente na vaga aberta após destituição do filho do senador – o deputado Bira do Pindaré deixou claro que a militância não quer Rocha em suas fileiras. “O lugar deste indivíduo é qualquer um, menos aqui no PSB”, decretou o parlamentar.

Em tese, a rejeição do PSB inviabiliza quase que por completo o projeto eleitoral de Roberto Rocha. Mas ele tem duas janelas para buscar novo rumo partidário. Agora, ao fim de setembro, quando deve buscar abrigo no PSDB; e em abril de 2018, quando será dada a oportunidade aos que não se sentirem bem nos seus partidos.

De qualquer forma, Rocha praticamente construiu, ele próprio, o futuro que se desenha à sua frente. Autointitulado “jogador da política”, vem construindo, ao longo de 20 anos, jogadas que, se de um lado beneficiam seus interesses pessoais e familiares imediatos, por outro vão minando sua credibilidade nos diversos grupos, governistas ou oposicionistas.

Desde que deixou o PFL, ainda nos anos 90, o senador alimentou o sonho de ser governador do Maranhão, mas nunca construiu grupo necessário para balizar seu projeto. Esteve no grupo Sarney, no grupo de Jackson, com José Reinaldo, com João Castelo, com Edivaldo Júnior e com Flávio Dino. E não construiu identidade com nenhum deles.

O resultado pode ser uma candidatura de si para si mesmo em 2018.

Coluna Estado Maior

Sem postar mais nada…

por Jorge Aragão

Após dois dias atuando de forma exagerada nas redes sociais para justificar o injustificável, o governador Flávio Dino decidiu não mais tocar no assunto do aluguel da Clínica Eldorado. Passou a postar em seus perfis na internet somente propaganda da sua gestão.

A posição veio após as afirmações contidas na nota da SES, que foram desconstruídas em um vídeo da engenheira responsável pela reforma do imóvel.

O motivo para parar de postar a respeito do aluguel camarada da Eldorado foi também a péssima repercussão nas redes sociais.

Comparando entre comentários positivos e negativos, os comunistas perceberam que a ladainha anti-Sarney de Dino não estava mais funcionando.

Sem mais argumentos para justificar o aluguel da clínica fechada há um ano, o governador e seus subalternos recuaram e passaram a ignorar mais uma crise no governo.

Estado Maior

Quanto mais mexe, mais fede

por Jorge Aragão

Na ânsia desenfreada de justificar o que é abominável, a Secretaria de Saúde fez um vídeo divulgado ontem, por meio do qual a sua engenheira civil, Luciana Soares, sem se dar conta do pecado capital que está revelando, afirma com todas as letras que a reforma na Clínica Eldorado está sendo feita na “instalação elétrica” e na “parte do forro, assim como na parte de iluminação”. Será que a Secretaria de Saúde não leu o indigitado contrato de locação que ela assinou com a Clínica Eldorado?

Já não bastando o conteúdo da cláusula 8.2, que diz que as benfeitorias úteis não serão indenizáveis, há, ainda, a cláusula 6.1 do mesmo contrato, que diz que toda a reforma do imóvel locado haverá de ser custeada pelo locatário, Estado do Maranhão. O artigo deixa de fora exatamente os serviços que a engenheira civil falou que o Estado está custeando (instalação elétrica, forro e iluminação).

Ou seja, o governo Flávio Dino aluga um prédio sem usá-lo e faz a reforma desse prédio e os serviços que o próprio contrato diz que não eram obrigação do Estado. Trata-se, pois, de um exemplo clássico de dano aos cofres públicos, pois o Estado está reformando com dinheiro dos maranhenses, entre outras coisas, aquilo que o contrato previu expressamente que era dever da Clínica Eldorado reformar.

Definitivamente, não adianta mais o Governo do Estado falar em Lei de Locação e que as benfeitorias seriam supostamente necessárias. O contrato de locação que prevalece quanto ao ponto, já que ele não é omisso quanto às reformas – e a lei somente poderia ser utilizada em caso de omissão contratual -, está marcado por improbidades, ilegalidades e inconstitucionalidades já reveladas aqui.

Em nome da moralidade, com a urgência que o caso requer, cabe ao governo comunista estancar a sangria de desculpas, iniquidades e do dinheiro público.

Pernas curtas – A cada vez que o governo Flávio Dino apresenta um argumento para se explicar no episódio do aluguel da Clínica Eldorado, o contrato assinado pela SES o desmente categoricamente.

Foi assim quando afirmou que os custos da reforma seriam descontados do aluguel, o que é desmentido no item 8.2 do contrato. E agora, quando bota uma engenheira para falar de serviços pagos pelo governo e que o próprio item 6.1 do contrato diz que deveriam ser pagos pelos donos do imóvel.

Coluna Estado Maior

Confissão de culpa

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino acabou por confessar, em alto e bom som, que os três anos do seu mandato à frente do Estado tiveram uma consequência nefasta para o Maranhão. Em discurso na cidade de Caxias, ele revelou que o Estado está quebrado, sem nenhum tostão.

Ora, se o próprio Dino está no comando do governo desde 2015, e tem falado que está modernizando o Maranhão desde então, fala de obras, de serviços e de investimentos, então quem quebrou o Estado? Só há uma resposta possível: o Estado está quebrado, segundo o governador, por obra e graça do próprio Flávio Dino.

É preciso lembrar e relembrar que Dino recebeu o Maranhão com todas as contas em dia e com um caixa de R$ 2 bilhões, fruto da operação de crédito realizada pela gestão de Roseana Sarney (PMDB) no BNDES e que ficou todo para usufruto do governo comunista. Se os cofres estaduais estão zerados, então foi Dino quem gastou os R$ 2 bilhões deixados em caixa. E gastou mal, pelo que se vê.

A declaração de Dino dada em Caxias repercutiu imediatamente nas redes sociais. O senador Roberto Rocha ironizou: “Meus cumprimentos pela entrega dos kits de irrigação, hoje, em Caxias; na oportunidade, ele confessou que faliu o estado”.

E a tropa-de-choque do governador tratou de tentar minimizar o estrago da confissão de culpa comunista. O seu líder na Assembleia, Rogério Cafeteira, como sempre o primeiro a sair em defesa, mesmo sem argumentos, alegou que dos R$ 2 bilhões do BNDES, R$ 1,2 bilhão foram glosados pelo banco.

O fato é que Dino vai ter de se explicar, de qualquer forma, porque diz, hoje – passados três anos de comando do Estado – que o Maranhão está quebrado. Ele deve explicações.

Coluna Estado Maior

Pesquisas…

por Jorge Aragão

A ex-governadora Roseana Sarney já tomou conhecimento dos novos números sobre a corrida eleitoral levantados na região Leste do Maranhão.

Ela se impressionou com o fato de que o governador Flávio Dino tem fraco desempenho até em cidades onde o prefeito, geralmente comunista, faz campanha noite e dia.

Segundo apurou a coluna, dos 10 municípios pesquisados na região, apenas em Santa Filomena Dino consegue dianteira sobre Roseana.

Explicado – Durante muito tempo, o Instituto Exata sempre surgia com pesquisas favoráveis ao governo Flávio Dino logo que outro instituto apresentava números diferentes.

Agora, já se sabe por que a empresa dispunha de dados tão rápidos para agradar ao Palácio dos Leões. É que, pelo contrato com o governo, a Exata tem que sublocar os levantamentos ao notório instituto DataM, que já foi até proibido de pesquisar por fraude eleitoral.

Coluna Estado Maior

Momento novo

por Jorge Aragão

As mudanças nas regras eleitorais em 2018 terão desfechos inusitados para candidatos a deputados estaduais e federais. O “Distritão”, que garante a eleição apenas dos mais votados, independentemente do partido ou coligação, impede, por exemplo, que parlamentares sejam eleitos com poucos votos, carregados pelos chamados puxadores de voto.

Para se ter uma ideia do impacto da mudança, se a regra tivesse sido posta em prática em 2016, quatro dos atuais vereadores de São Luís – Edson Gaguinho (PHS), Genival Alves (PRTB), Cézar Bombeiro (PSD) e Silvino Abreu (PRTB) – não teriam sido eleitos.

Com o “Distritão”, esses quatro perderiam o lugar para Pastor Paulo Luiz (PRB), Sebastião Albuquerque (PRP), Paulo Victor (PROS) e Armando Costa (PSDC), bem mais votados.

Outro impacto do “Distritão” em 2018 será na formação de alianças e coligações. Já se especula, por exemplo, que o secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, pode até deixar de ser candidato, para evitar suplência a adversários. É que Jerry seria candidato para puxar votos e formar uma bancada de suplentes do seu partido, o PCdoB, voltando à secretaria, em caso de reeleição de Flávio Dino, garantindo mais um deputado governista.

Com a nova regra, ele não tem garantia de que seu suplente seja um aliado. E tudo pode mudar.

Coluna Estado Maior

Oficiais comissionados

por Jorge Aragão

O clima de medo imposto na Polícia Militar pelo regime comunista que comanda o Maranhão levou a uma curiosa postura de oficiais: contra as ações do comando da Secretaria de Segurança e o próprio Palácio dos Leões, esses oficiais usam redes sociais, blogs e familiares para difundir as questões que consideram ilegais no âmbito da PM.

Um dos focos de discordância do oficialato é a Medida Provisória nº 243/17, recém-editada pelo governo Flávio Dino (PCdoB) e que, entre outros pontos, cria a figura do oficial comissionado, espécie de agente administrativo de livre nomeação pelo governador e que será efetivado na estrutura do Comando Geral, com patente de major.

O Estado Maior da Polícia Militar mostra-se abertamente contrário à medida – que, junto com outra, ainda em gestação, de contratação de “policiais temporários”, abre espaço para a terceirização dos serviços militares no estado – e tem se rebelado contra ela nos bastidores.

Com relação aos chamados “policiais temporários”, o governo nega peremptoriamente e afirma que está lançando concurso público para a PM e para o Corpo de Bombeiros, embora não diga quando será divulgado o Edital. Já com relação aos “oficiais comissionados”, não pode negar, já que a MP está publicada no Diário Oficial e já foi encaminhada à apreciação dos deputados estaduais.

O curioso é que essa medida do governo vem sendo atacada por pareceres contrários da Procuradoria-Geral do Estado desde 2015. Mesmo assim, o governador decidiu editá-la.

Aparelhamento – Os oficiais da PMMA temem que a MP 243/17 crie uma espécie de aparelhamento da polícia no Maranhão. Com oficiais indicados por livre escolha do governador e seus agentes, avaliam os militares, a PM perde a condição de independência necessária ao exercício da Segurança.

E pode se transformar em uma espécie de polícia política, própria dos regimes totalitários ao redor do mundo.

Só ele – O deputado Sousa Neto (Pros) tem sido o grande porta-voz dos anseios dos policiais civis e militares desde o início do governo Flávio Dino.

O curioso é que, na Assembleia Legislativa, há dois deputados vindos exclusivamente dos setores policiais. Mas o agente civil Júnior Verde (PRB) e o Cabo Campos (PSC) preferem seguir as orientações do governo a atuar em defesa de suas categorias.

Coluna Estado Maior

Dança dos partidos

por Jorge Aragão

As eleições de 2018 tendem a reconfigurar o cenário partidário do Maranhão, a partir da articulação para o pleito nacional, sobretudo com a aproximação entre o PMDB e o PSDB. Isso significa, no Maranhão, que alguns partidos, tradicionalmente alinhados em âmbito nacional, devem deixar a órbita do governo Flávio Dino (PCdoB), que tende a seguir a tendência Direita x Esquerda.

Ficam cada vez mais claros os sinais de que o presidente Michel Temer (PMDB) pode apoiar um nome do PSDB nas eleições do ano que vem, sobretudo se esse nome for o do prefeito de São Paulo, João Doria, apoiado pelo capital paulista e pela mídia tradicional brasileira. Uma candidatura de direita, claramente, sem o ranço radical de um Jair Bolsonaro (sem partido), por exemplo.

Essa aliança PMDB/PSDB atrairia partidos como o DEM, o PTB, o PP, o PSD e até o PPS, que se identifica historicamente com os ideais tucanos. E afastaria para o campo da chamada esquerda partidos como o PT, o PDT, o PSB e o PCdoB.

No Maranhão, teoricamente, esta configuração nacional tende a afastar de Flávio Dino o PSDB, o DEM e o PTB, que têm, inclusive, postos no governo. Mas garante ao comunista a aliança com PT, PDT e PSB, replicando no Maranhão a aliança de esquerda. E as consequências para a campanha maranhense serão evidentes.

Coluna Estado Maior

Roseana em Brasília

por Jorge Aragão

Uma intensa especulação de bastidores ganhou corpo a partir da semana passada, dando conta de que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) poderá assumir o Ministério das Cidades no governo Michel Temer (PMDB).

A “notícia”, surgida em Brasília e rapidamente espalhada pelo Maranhão, não foi confirmada por nenhum dos membros do grupo da ex-governadora, mas foi suficiente para embaralhar o debate sobre as eleições de 2018.

Desde então, são várias as especulações colaterais a respeito do tema, o que só evidenciou a importância da ex-governadora no cenário eleitoral.

Assumindo o ministério, Roseana estaria afirmando que não será candidata, dizem alguns. Mas ela pode, também, aproveitar o tempo na pasta para aumentar ainda mais o seu cacife eleitoral, pensam outros. E, assim, as mais diversas interpretações e contra interpretações surgiram no noticiário político desde a última quarta-feira, 2.

A história ganhou mais força por causa da vitória de Michel Temer na votação das denúncias apresentadas contra o presidente à Câmara Federal. Ao derrotar os interesses de quem o queria fora do posto, Temer mostrou que deve mesmo ficar até o fim do mandato, promovendo as reformas necessárias.

O fato é que os comunistas encastelados no Palácio dos Leões, apesar de desdenharem das pesquisas que apontam favoritismo de Roseana, reconhecem que o vínculo com o Governo Federal é um trunfo a mais da ex-governadora na disputa de 2018.

Coluna Estado Maior

Inversão de prioridades

por Jorge Aragão

Críticas ao governo Flávio Dino aumentaram na sexta-feira, 4, quando se descobriu que o governador promoveu corte de 9,3 milhões na Educação.

A verba, aponta o decreto editado no fim do mês de julho, deveria ser empregada na educação de jovens, adultos e idosos em 11 municípios maranhenses – algunsdeles com os piores índices de desenvolvimento do país.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que Flávio Dino promove remanejamentos dessa natureza: em junho, por meio de dois decretos distintos, ele retirou R$ 8,4 milhões da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o que causou protestos de professores. A maior parte do recurso foi destinada à Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema).

Em defesa do governo, aliados dizem que esse tipo de remanejamento é algo comum na administração pública e que não significa, necessariamente, retirar dinheiro da pasta – já que outros decretos podem ser editados para repor o orçamento.

A questão é: por que sempre da Educação?

Coluna Estado Maior