Fiema de fora

por Jorge Aragão

A base aliada ao governador Flávio Dino (PCdoB) na Assembleia Legislativa tem atuado desde a semana passada para evitar a inclusão da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) no Conselho Deliberativo criado para analisar e aprovar projetos de adesão a incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado por meio de Medida Provisória editada em julho deste ano.

A medida visa garantir isenções do ICMS aos setores da indústria e agroindústria maranhenses. Para aderir aos incentivos, as empresas devem ter aprovação de um conselho originalmente formado por um membro da Secretaria de Indústria e Comércio, um da Seplan, um da Sefaz e um da Secretaria de Trabalho.

Na semana passada, durante debate da MP na Assembleia, o deputado Eduardo Braide (PMN) apresentou, então, uma emenda sugerindo a inclusão de um membro da Fiema no colegiado.

A proposta ganhou amplo apoio dos parlamentares, mesmo alguns governistas. Mas, quando a matéria seria votada – e provavelmente aprovada -, o líder do maior bloco governista, suplente de deputado Rafael Leitoa (PDT), colocou a bancada em obstrução, e evitou a votação. Que só deve ocorrer nesta semana, após muitas conversas no Palácio dos Leões.

Coluna Estado Maior

O insucesso de Carlos Brandão em Brasília

por Jorge Aragão

Sem rumo – O vice-governador Carlos Brandão perambulou por Brasília durante dois dias, à procura dos líderes nacionais do PSDB. Mas fracassou na tentativa de manter o partido atrelado ao governo comunista de Flávio Dino.

Quem viu o tucano na capital de Brasília disse ter ficado entristecido com o mico que a ligação com Dino o faz passar no PSDB.

Fracasso – Antes de ir a Brasília, Brandão tentou, também sem sucesso, garantir assinatura de prefeitos e deputados tucanos em uma nota de desagravo do Diretório Maranhense.

Ele queria apresentar este documento aos dirigentes do PSDB nacional, na tentativa de demovê-los da ideia de entregar o partido ao senador Roberto Rocha (ainda no PSB).

Parlamentares da legenda alertaram ainda que a forçação de barra do vice-governador apenas aceleraria a sua defenestração do ninho tucano.

Quem acompanhou o vice-governador Carlos Brandão em Brasília garante que as lideranças do PSDB sequer aceitaram ouvir suas lamentações.

Coluna Estado Maior

Perseguidor

por Jorge Aragão

O estudo está sendo feito por um grupo de WhatsApp que tem o sugestivo título de “Liberdade de Expressão” e reúne os principais jornalistas políticos do Maranhão.

Trata-se de um levantamento criterioso do número de processos, ações, interpelações e imposição de direitos de resposta usados pelo governador Flávio Dino (PCdoB) ao longo dos seus quase três anos de mandato. E os números são assustadores.

Não há registro nos últimos 30 anos – desde que o então senador Epítácio Cafeteira assumiu o comando do Governo do Estado, em 1987, de um número tão grande de ações judiciais tentando impor constrangimento a quem pensa ou se expressa diferente do que apregoa o Palácio dos Leões.

De lá para cá, além de Cafeteira, o Maranhão teve como governador os senadores João Alberto de Sousa, Edison Lobão e Roseana Sarney (todos do PMDB), o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), o ex-prefeito Jackson Lago (PDT) e Roseana Sarney novamente, sem que tenha havido qualquer tipo de registro de ação que implicasse em castração ao direito de informar e de criticar.

No governo comunista de Flávio Dino, por outro lado, não há um único jornalista, advogado ou intelectual que tenha ousado pensar diferente do que quer o Palácio dos Leões e não tenha sofrido pelo menos uma ação promovida pelo governador ou seus agentes.

A situação é grave do ponto de vista da liberdade de expressão, porque revela um estado de exceção, uma espécie de tirania, onde é proibido pensar diferente de quem comanda.

E revela ainda traços de perseguidor no perfil de Flávio Dino, já caracterizado pelo autoritarismo.

Coluna Estado Maior

O Estado é Flávio Dino ???

por Jorge Aragão

Comandada pelo advogado Rodrigo Maia, a Procuradoria-Geral do Estado tem se transformado em uma espécie de advocacia cartorial do governador Flávio Dino (PCdoB). É a PGE, sob o comando de Maia, quem exerce as funções de advogado de Dino, usando equipamentos e pessoal público até para pedir direito de resposta a textos e reportagens que façam críticas ao comunista.

Têm sido recorrentes as correspondências deste tipo, via Correios, assinadas por Maia – inclusive para O Estado -, o que, na visão de advogados renomados, é, por si só, uma ação de improbidade caracterizada.

Se Flávio Dino tem diferenças a esclarecer com jornais, blogs ou qualquer tipo de publicação em que ele se sinta ofendido em sua honra, cabem a ele e a seus advogados pessoais as ações necessárias. Mas ao procurador-geral do Estado não cabe servir como defensor pessoal de Dino.

À Procuradoria-Geral do Estado cabe defender os interesses do Estado como ente federativo, e não do governador como cidadão. Nem mesmo o autoritarismo de Rodrigo Maia – já caracterizado na tentativa de prender um coronel da PM que ousou abordá-lo em frente ao Tribunal de Justiça – dá a ele a autoridade de se arvorar de advogado de Flávio Dino.

Ao usar a PGE para servir aos interesses pessoais do governador, o procurador está em pleno exercício do abuso de autoridade.

Coluna Estado Maior

Números não mentem

por Jorge Aragão

Os números da pesquisa Escutec divulgados no fim de semana podem ter deixado o governo Flávio Dino soltando fogo pelo nariz, mas cabe a ele analisá-los com frieza e buscar entender o que houve com o seu tal projeto de mudança iniciado em 2014. E eles mostram claramente que os riscos de o comunista ser apeado do poder após fracassar nas promessas que fez aos maranhenses são cada vez mais reais.

Sem grandes obras consolidadas para mostrar ao eleitor, sem projeto claro para o Maranhão e ostentando problemas em diversas secretarias, Dino segue uma marcha autoritária, tentando abafar contrapontos e usando mentiras deslavadas para vender sua própria imagem.

Mas os números não mentem, jamais. E como não mentem, mostram que o eleitor não engoliu as falácias comunistas nem a enfadonha cantilena de culpar adversários pelos próprios fracassos da sua gestão.

No ápice do ilusionismo palaciano que parece encarnar como governador, Flávio Dino chegou a comemorar, no fim de semana, o fato de que manteria, em 2018, exatamente os mesmos índices de votos que obteve em 2014.

Ora, se após três anos de gestão de um mandato que surgiu sob o signo de que tudo seria diferente no Maranhão a partir do comunismo os índices ainda são os mesmos de 2014, isso significa apenas que não se avançou em nada, passados três anos de “mudança”.

É isso o que os números da Escutec mostraram a quem quiser ver. E como já se disse: os números não mentem. Jamais.

Coluna Estado Maior

Repetitivos e enfadonhos

por Jorge Aragão

Para tudo que é feito de bom ou de ruim pelo governo de Flávio Dino (PCdoB) a referência dele e de seus subalternos é sempre o grupo Sarney. Nas redes sociais, os comunistas não cansam de postar críticas cansativas e repetitivas contra os seus adversários políticos.

Flávio Dino, que pelo cargo que ocupa deveria se preocupar em mostrar o que vem fazendo com o dinheiro público e se manter à margem desse discurso de bater boca, prefere fazer todos os dias e em todos os momentos referência aos adversários.

É uma obsessão que os comunistas demonstram ter. E para manter a ladainha, mentem, dissimulam, se contradizem.

Em relação às constantes críticas, Dino não costuma receber qualquer resposta de quem ele agride todos os dias. Não há membros do grupo Sarney que direcionam falas para agredir o comunista.

As críticas ácidas que os governistas recebem vêm de quem é realmente, pelo menos até agora, seu adversário em 2018: Roberto Rocha. O senador não poupa alfinetadas nem ao governo Dino, nem ao governador e muito menos aos comunistas.

E ao contrário do grupo Sarney, Rocha articula para desmontar os apoios partidários de Dino, a exemplo que fez com o PSDB, fará com o PSB e ainda levará o PPS.

Sobre Rocha, nenhuma palavra, nenhuma crítica. Nem Flávio Dino e nem seus seguidores. Deve ser porque quem diz o que quer, pode ouvir o que não quer. E os comunistas sabem que se falarem, com certeza ouvirão do senador o que não gostariam.

Coluna Estado Maior

Escolha é renúncia

por Jorge Aragão

Movimentos do PSDB do Maranhão, como o da Juventude e o da Mulher, divulgaram nota para demonstrar o descontentamento dos tucanos com a decisão da direção nacional de filiar o senador Roberto Rocha ao partido.

Assim como membros desses segmentos da legenda, os nomes de destaque como Carlos Brandão, Neto Evangelista e outros que apoiam o governo de Flávio Dino tendem a culpar Roberto Rocha pela situação em que se encontra o tucanato no Maranhão.

Querem colocar na conta do senador o fato de a direção nacional não querer mais qualquer acordo com Flávio Dino. Mas não há culpa a ser colocada em Rocha. A culpa toda da situação em que se encontram os tucanos maranhenses é de Flávio Dino. Ele é o único culpado.

O PSDB do Maranhão fez seu dever de casa, apoiando o governo comunista e deixando o partido nas mãos de Carlos Brandão, que queria porque queria a reedição da aliança PSDB/PCdoB em 2018.

Não fez o mesmo o governador do Maranhão. Em suas diversas caras, Dino foi ao encontro do PSDB e disse que se sentia do partido. Uma semana depois, foi a evento do PT para falar da necessidade de ter a legenda ao seu lado. Essa bipolaridade do comunista já deixou insatisfeitos os tucanos de bico duro.

A gota d’água foi o ato público do ex-presidente Lula em frente ao Palácio dos Leões com a participação especial de Flávio Dino. O comunista parece desconhecer que muitas vezes escolha é uma questão de renúncia.

E que pelo cenário nacional seria impossível ele ter novamente o palanque eclético que ele sonha em reeditar. Ele tinha que fazer escolhas, mas preferiu jogar com a inteligência alheia.

De forma dissimulada, Dino ainda acredita que existem incautos na política para engolir a historinha Sarney/anti-Sarney pregada por ele.

Coluna Estado Maior

Vice derrotado

por Jorge Aragão

O vice-governador Carlos Brandão foi o maior derrotado na reviravolta que o PSDB tomou em relação ao Maranhão, garantindo ao senador Roberto Rocha (ainda no PSB) legenda para disputar o Governo do Estado em 2018.

A derrota de Brandão foi ainda mais significativa do que a do próprio governador Flávio Dino (PCdoB), já que o governador nunca morreu de amores pelos tucanos e tem, agora, o PT para fazer as vezes no tempo de propaganda eleitoral.

Brandão sai fragilizado não apenas politicamente, mas eleitoralmente com vistas a 2018, ainda que garanta aos aliados concorrer a uma vaga na Câmara Federal. Vice quase figurativo no governo de Flávio Dino, o tucano nunca ocupou espaços de poder, não ampliou a participação do PSDB no governo e vive diminuído em sua terra natal, Colinas, pelo conterrâneo Márcio Jerry, principal auxiliar do governador.

E até no momento em que vê o partido que comanda tomar decisões à sua revelia, o vice de Flávio Dino não consegue gerar fatos positivos para si mesmo. Sua suposta tentativa de transferir-se para o PP – divulgada por blogs alinhados – esbarrou na negativa do deputado federal André Fufuca, que garantiu nunca ter tratado do assunto no partido.

Brandão vai deixar o PSDB, obviamente. Isso porque pretende manter-se atrelado ao governo Flávio Dino até as eleições. Até porque não tem clima e nem perspectiva para seguir rumo diferente. Ficará no cargo, menor, porém, do que entrou.

Coluna Estado Maior

Desprezo pelo PSDB

por Jorge Aragão

Convencido de que perderá mesmo o PSDB nas eleições de 2018, o governador Flávio Dino (PCdoB) já não faz nenhuma cerimônia da antipatia que nutre pelo partido que hoje lhe dá o vice-governador, Carlos Brandão. Em entrevistas e discursos, o comunista faz questão de atacar os tucanos e seus pré-candidatos a presidente.

Em 2014, Flávio Dino estendeu até tapete vermelho para o PSDB maranhense, interessado no tempo da legenda na propaganda eleitoral, sabendo, à época, que não poderia contar com o PT. Numa das mais absurdas posturas políticas já vistas no Maranhão, ele chegou a bater foto ao lado do então presidenciável Aécio Neves (MG), usando até bottom do “45”.

O tempo passou, Dino elegeu-se governador tendo o tucano Carlos Brandão como vice. Mas à medida que o governo foi caminhando, o PSDB foi tendo do governador a importância que ele realmente dava à legenda. Hoje relegado à pasta do Desenvolvimento Social, ocupada pelo deputado estadual Neto Evangelista, o ninho tucano maranhense tem pouca ou nenhuma importância para o governador, agora em namoro aberto com o PT.

Os ataques do comunista aos presidenciáveis tucanos Geraldo Alckmin e, sobretudo, João Doria Júnior, são cada vez mais intensos, inclusive com comparações políticas que não servem de lisonjeio para nenhuma liderança.

A relação com o PSDB vai mostrando que Dino sabe usar perfeitamente as peças que têm à disposição em cada situação eleitoral. Ao mesmo tempo em que se desfaz delas sem nenhum constrangimento.

Coluna Estado Maior

Apesar de Flávio Dino

por Jorge Aragão

A Secretaria de Comunicação do governo Flávio Dino (PCdoB) bombardeou a mídia alinhada ao Palácio dos Leões, ontem, para comemorar um estudo do banco Santander que aponta estimativa de crescimento do PIB maranhense ao fim de 2017. A festa midiática foi grande, atribuindo a Flávio Dino o desempenho do Maranhão.

Mas os títulos deveriam ser, “apesar de Flávio Dino, o Maranhão terá bom desempenho no PIB de 2017”. E por que o “apesar de Flávio Dino…”?

Pelo simples fato de que, segundo o estudo, desenvolvido pelos economistas Everton Gomes e Rodolfo Margato, o desempenho no PIB será puxado pelo setor agropecuário, exatamente um dos menos apoiados pelo governo comunista no Maranhão.

Ao se analisar o estudo, percebe-se claramente que, sob a gestão de Dino, todos os demais setores da economia maranhense – Serviços, Indústria, Turismo… – apresentam desempenho negativo. E a agropecuária carrega nas costas o PIB maranhense, apesar do desdém do governador ao setor.

Dino faz vista grossa para invasões de terra no interior maranhense, joga loas em figuras como João Pedro Stédile e trata com frieza empresários que transformam regiões inteiras em campo de produção e geração de renda.

Para se ter ideia do maltrato do governador comunista aos pecuaristas, a categoria está sendo multada, hoje, por venda de bezerros de há quatro anos, por causa de uma regra inventada agora neste período. Sem falar, é claro, no desrespeito com a Associação de Criadores, que desalojou do Parque Independência, extinguindo a Expoema, voltando depois após forte pressão popular.

O PIB do Maranhão, portanto, tende a crescer em 2017; não por causa de Flávio Dino, mas apesar de Flávio Dino.

Coluna Estado Maior