Polícia Política: sobrou para o Coronel Heron Santos

por Jorge Aragão

Jornal Folha de São Paulo

Uma sindicância sigilosa feita pela Polícia Militar do Maranhão apontou quatro responsáveis pela determinação de espionagem de opositores do governo Flávio Dino, inclusive um coronel que foi filiado a seu partido, o PC do B. A apuração poupou, no entanto, o comando da corporação.

Segundo o governo, os quatro policiais envolvidos foram questionados e deverão apresentar sua defesa para que eventuais medidas sejam tomadas. Diz que a determinação de espionagem foi ilegal.

Candidato a deputado estadual em 2014, o coronel Heron Santos foi responsabilizado por ordenar, em abril, que comandantes informassem “as lideranças que fazem oposição (…), que podem causar embaraços no pleito eleitoral” (saiba mais).

Heron havia sido convidado informalmente pelo comandante-geral da PM do Maranhão, Jorge Luongo, a realizar um planejamento da chamada Operação Eleições 2018.

O subcomandante-geral, Pedro Ribeiro, orientou outro coronel, Zózimo Neto, a dar o apoio necessário a Heron na tarefa.

Por iniciativa própria, sem submetê-la a aprovação de seus superiores, segundo a sindicância, Heron instruiu Zózimo a ampliar a orientação para unidades do interior.

Zózimo repassou a ordem ao tenente coronel Emerson Farias Costa, que, na ausência do superior, assinou o ofício, extrapolando sua competência, “haja vista que não havia qualquer tipo de delegação de seu chefe imediato”, assinalou o investigador.

Segundo a apuração, o coronel Heron passou a cobrar Costa, a major Ana Paula Fróes Barros e um soldado sobre os resultados do monitoramento.

Em resposta, a major repassou o pedido de informações e, para isso, convocou reunião com PMs e determinou a elaboração de um e-mail para as unidades do interior.

Foram responsabilizados o coronel Heron, o tenente Costa, a major Ana Paula por “ter faltado com a verdade” na reunião com PMs em que exigiu celeridade na cobrança das informações do interior, e o major Antônio Carlos Araújo Castro, “por ter utilizado sem autorização a assinatura do coronel Markus Lima”.

Ricardo Murad defende afastamento do Coronel Heron da PM

por Jorge Aragão

Utilizando as redes sociais, o ex-secretário de Saúde do Maranhão e pré-candidato ao Governo do Estado, Ricardo Murad (PRP), defendeu publicamente o afastamento, até o término das investigações, do Coronel Heron Santos da Polícia Militar.

O Coronel Heron, que foi candidato a deputado estadual pelo PCdoB, mesmo partido do governador Flávio Dino e do secretário Jefferson Portela, tem sido citado em praticamente todos os depoimentos de oficiais da Polícia Militar, como sendo o oficial que exigia celeridade no “fichamento” dos adversários políticos do governador, para que ele pudesse entregar a cúpula da PM do Maranhão.

É aguardar e conferir.

Flávio Dino silencia após revelação do seu Coordenador de Eleições

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB), mesmo sendo useiro e vezeiro em utilizar as redes sociais, simplesmente adotou um silêncio sepulcral no escândalo da Polícia Política, principalmente após a revelação bombástica feita pela TV Mirante, na noite de quinta-feira (26).

Na reportagem, o jornalista Alex Barbosa teve acesso a depoimentos de oficiais da Polícia Militar, chamados de 5º escalão por aliados do governador, e todos citam o Coronel Heron Santos como o oficial que cobrava celeridade no “fichamento” dos adversários políticos de Flávio Dino.

O “batom na cueca” é que o Coronel Heron Santos, promovido na gestão comunista, simplesmente é filiado ao PCdoB, mesmo partido de Flávio Dino e do secretário de Segurança, Jefferson Portela. Além disso, o Coronel Heron foi candidato a deputado estadual em 2014, quando Dino se elegeu governador (reveja).

Ou seja, depois de insistirem que o memorando que ordenou o “fichamento” de adversários políticos, tratava-se de um caso isolado, depois de sugerirem que poderia ter sido uma armação de oficiais ligados a Oposição, e sempre afirmarem que a cúpula do Governo e da Segurança não sabiam de nada, o jeito foi silenciar, afinal a revelação de um tal Coordenador de Eleições e o envolvimento do Coronel Heron Santos (PCdoB) no escândalo, foram mais do que suficiente para demonstrar quem estava mentindo e quem estava falando a verdade.

É simples assim.