O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tem sempre direcionado muitas críticas ao governo federal, na pessoa do seu titular, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

E tem todo o direito de fazê-lo. Faz parte do processo democrático. O debate é salutar para a construção de uma sociedade cada vez mais justa.

Mas se tem algo do qual o comunista não pode reclamar é da “generosidade”, por assim dizer, e Bolsonaro com o seu governo. Sobretudo em tempos de pandemia.

Durante a semana, a União, por intermédio do Ministério da Saúde, confirmou o aporte de mais R$ 672 milhões ao Estado e aos municípios maranhenses como mais um reforço financeiro para o combate à pandemia do novo coronavírus.

Desse total, mais de R$ 96,3 milhões são verbas exclusivamente direcionadas ao governo Flávio Dino. O restante vai para os municípios.

Desde o início da pandemia, no total, o governo federal já mandou quase R$ 250 milhões em recursos extras para o Governo do Maranhão. É dinheiro novo, enviado exclusivamente em razão da crise sanitária da Covid-19.

Num momento em que, alegando diminuição de procura por assistência, o governo estadual já desativa leitos hospitalares, é dinheiro o suficiente para garantir o apoio necessário à rede estadual de saúde nestes tempos.

Estado Maior

De acordo com o novo boletim da SES, desta sexta-feira (03), tivemos 34 novos óbitos (09 na Região Metropolitana e 25 no interior maranhense), mais 2.189 novos casos (75 na Região Metropolitana e 2.114 no interior maranhense).

Com isso, o balanço atual do coronavírus no Maranhão é o seguinte: 88.214 casos, com 2.153 mortes, 67.541 pessoas recuperadas, 6.407 suspeitos e já são 216 municípios maranhenses que já tiveram registros oficiais Covid-19. Ou seja, já temos quase 99,8% das cidades do Maranhão com pessoas infectadas.

Para a SES, apenas uma cidades não tem o registro da doença, Lagoa do Mato.

Sobre os leitos, atualmente a ocupação de leitos de UTI na capital é de 80,11%, já de leitos clínicos é de 25,22%. No interior, com exceção de Imperatriz, a ocupação de leitos de UTI está em 58,45% e leitos clínicos em 44,50%. Já em Imperatriz, a ocupação de leitos de UTI alcançou 88,89%, já de leitos clínicos, a taxa é de 79,01%.

Vale destacar ainda que, até o momento, já tivemos 2.428 profissionais da Saúde infectados, mas com 2.290 recuperados e, infelizmente, 42 óbitos durante toda a pandemia.

Os 34 novos óbitos vieram: Alto Alegre do Maranhão (01); Bom de Jesus das Selvas (01); Esperantinópolis (01); Lago da Pedra (01); Presidente Dutra (01); Santa Luzia (01); Santa Rita (01); São João dos Patos (01); São Raimundo das Mangabeiras (01); Senador La Roque (01); Tufilândia (01); Turilândia (01); Vargem Grande (01); Vitorino Freire (01); Paço do Lumiar (02); Urbano Santos (02); Grajaú (03); Imperatriz (03); Santa Quitéria (03); São Luis (07).

Se já não bastasse o aumento absurdo de número de casos suspeitos da Covid-19, no Maranhão, outro aumento de dados tem gerado preocupação no estado, a crescente no número de ativos.

Os números de suspeitos seguem crescendo vertiginosamente. Em 15 de junho, os casos estavam abaixo de mil, mas foram subindo, chegando a 4.306, no dia 28 e já no último boletim, da quinta-feira (02), o número de suspeitos alcançou a marca de 6.545.

A preocupação é que quanto maior o número de suspeitos, maior será o número de novos casos que teremos no Maranhão.

Só que outro dado começa a preocupar também. O número de pessoas ativas, ou seja, contaminadas, segue crescendo. No fim de junho, os ativos eram 17.310, mas já no último boletim chegou a 19.090.

Para completar os números preocupantes da doença no Maranhão, é impressionante como os óbitos em 24 horas, registrados nos boletins da Secretaria de Saúde, não diminuem.

Já estamos a mais de 30 dias com o registro de mais de 30 óbitos por dia, nos boletins da SES. A última vez que tivemos menos de 30 óbitos em um boletim, foi no dia 1º de junho. E isso sem entrarmos no mérito da divergência, para menos, dos dados da SES para os números das prefeituras municipais.

A dúvida, nesse momento, é se esses números seriam uma segunda onda da Covid-19 no estado ou se são reflexos dos inúmeros casos ainda existentes no interior do Maranhão???

É aguardar e conferir.

Na coletiva desta sexta-feira (03), sobre a Covid-19, o governador do Maranhão, Flávio Dino, fez questão de destacar que o estado tem atualmente a menor taxa de transmissão de coronavírus em todo o Brasil. O índice no Maranhão se mantém abaixo de 1, neste momento aparece com taxa de contágio de 0,80.

Dino afirmou que os números são do projeto Covid-19 Analytics, feito em parceria pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Além de fazer um balanço da doença, onde destacou que a trajetória estaria linear e por esse motivo seguindo com a flexibilização do distanciamento social, Dino afirmou que está sendo avaliada a aplicação de multas para as pessoas que não utilizarem as máscaras que protegem contra a Covid-19.

O governador também confirmou o retorno das aulas para agosto, mas com um sistema híbrido, pelo menos na rede estadual de ensino.

No entanto, Flávio Dino não comentou sobre o crescimento do número de casos suspeitos, de ativos e o fato de que nos boletins da Secretaria de Saúde, por mais de 30 dias, o número de óbitos em 24 horas, sempre esteve acima de 30 vidas perdidas.

Como o governador não abordou, o Blog abordará o assunto na próxima postagem.