A postura independente da senadora Eliziane Gama

por Jorge Aragão

A senadora Eliziane Gama (Cidadania), dia após dia, tem se mostrado uma política independente e com opiniões próprias, mesmo que elas não agradem ou coincidam com o pensamento de seus aliados.

Eliziane Gama pertence ao grupo político do governador Flávio Dino (PCdoB) e tem plena consciência da importância do comunista para a sua chegada ao Senado Federal.

No entanto, isso não lhe obriga a ser subserviente e muito menos concordar com todos os pensamentos de Flávio Dino.

Eliziane, enquanto deputada federal, já havia votado favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando Dino era contrário e chegou a pedir que sua base votasse em prol da petista, mas Eliziane agiu de acordo com a sua própria consciência.

Agora, diante da crise política extremamente grave da Venezuela, Eliziane Gama volta a mostrar sua independência. Mesmo Flávio Dino, por diversas vezes, já ter se posicionado favorável a ditadura de Nicolas Maduro, a senadora preferiu ficar do lado da democracia e do povo venezuelano.

Utilizando as redes sociais, Eliziane deixou claro que a ditadura implantada no país vizinho foi um retrocesso e apenas o retorno da Democracia pode devolver a esperança aos venezuelanos.

Desta forma, Eliziane demonstra sua independência de posicionamento, sem precisar ser desleal com o líder político do seu grupo. Eliziane, mesmo com o seu posicionamento, segue mantendo respeito, admiração e confiança mútua por Flávio Dino, sem  a necessidade de ser subserviente.

Que a postura adotada pela senadora Eliziane sirva de exemplo para alguns.

A Venezuela num abismo

por Jorge Aragão

Por José Sarney

Estamos assistindo à situação trágica e triste da Venezuela. Não é com satisfação que invoco ter sido a primeira voz a levantar-se no Brasil, em discurso no Senado, contra os atos ditatoriais iniciais de Hugo Chávez, fechando rádios e televisões, começando o esmagamento da democracia.

A começar pela falsidade de chamar o seu movimento de “democracia socialista bolivariana”, uma vez que Bolívar morreu em 1828, sua luta era contra as monarquias e a favor da implantação de repúblicas na América do Sul — e a palavra socialismo aparece pela primeira vez nas enciclopédias em 1838, dez anos após à morte do Libertador. A escalada para a morte do estado de direito venezuelano prosseguiu com a prisão dos líderes oposicionistas, lembremos Lopez e Ledezma e suas heroicas mulheres Lilian e Mitzy correndo o mundo para sua libertação.

Felipe González, ex-primeiro-ministro da Espanha, meu amigo, com uma carta minha de solidariedade, foi à Venezuela para integrar-se aos protestos contra a ditadura que ali se implantava. Tragédia maior estava por ocorrer: Chávez, que rejubilava-se de ficar no governo até 2013, morre, e o substitui essa figura bizarra e grotesca de Maduro. Chávez tinha um objetivo, que ele resumia no seu lema “pátria, socialismo ou morte”, e em querer que a Venezuela se tornasse potência militar do continente. Nos tempos áureos do petróleo de preços altíssimos, compra 60 bilhões de dólares de armas, mais de 160 caças russos, 600 mil bombas guiadas por GPS, estações de radar chinesas ultra-sofisticadas, 138 navios, 15 submarinos, 100 mil rifles AK-103, distribuídos às milícias, e o direito de produzi-los.

Perguntava eu no Senado, àquele tempo: “Já que habitamos um continente pacífico, armar-se desta maneira contra quem? Para quem? Com que objetivo?”. Evidentemente que tamanho poderio militar colocava o Brasil numa situação de inferioridade no continente e vulnerável em sua soberania. Denunciei que seu objetivo era retomar o território de Essequibo da Guiana — questão de limites da qual o Brasil participou e em que perdeu, no laudo do Rei da Itália, a parte do nosso território que levava nossa fronteira à bacia do rio Essequibo. Logo, uma guerra dessa natureza, que agora Maduro confessa ser um de seus objetivos, nos oferece uma visão do perigo que representa para nós uma ditadura dessas na Venezuela.

Chávez ainda dizia “a revolução na Venezuela é pacífica, mas não desprovida de armas”, o que se inspirava na frase de Lenine quando afirmou, na revolução de 1917 com o partido único: “Camaradas, agora não necessitamos de oposição: é melhor discutir com os rifles.”

Não deixemos passar essa oportunidade: o continente, bem como todas as nações civilizadas, deve se unir para encontrar uma solução pacífica para retirar a Venezuela dessa ditadura cruel e restituir o estado de direito ao país, que está à beira de uma guerra civil e vive uma catástrofe humanitária.

PCdoB emite Nota comemorando vitória de Maduro na Venezuela

por Jorge Aragão

O PT e o PCdoB, do governador Flávio Dino, emitiram Nota (veja aqui) comemorando a vitória no último domingo (20), do ditador Nicolas Maduro, na Venezuela.

Isso mesmo, enquanto milhares de pessoas deixam a Venezuela para fugir do regime ditatorial de Maduro e da miséria instalada no país vizinho, o PCdoB comemora a “vitória” do ditador em uma eleição onde a maioria dos venezuelanos se recusaram a ir para as urnas.

Enquanto o Brasil, EUA e mais 13 países não reconhecem o resultado da pseudo eleição na Venezuela, afirmando que tudo não passou de uma farsa e que o pleito não atendeu os padrões internacionais democráticos, os comunistas vibram com a continuidade da política de Maduro, mesmo sabendo que o regime implantado só levou pobreza e dor aos venezuelanos.

Pelo visto o sonho do PCdoB é transformar o que administra em uma Venezuela, afinal se acha que é bom para o país vizinho, imagina que deve ser bom para o Maranhão, único Estado onde o PCdoB conseguiu vencer alguma coisa.

Resta saber se os maranhenses pensam igual aos comunistas e querem que o Maranhão se transforme em uma Venezuela.