Mais Impostos assegura saúde fiscal do Governo Flávio Dino

por Jorge Aragão

O jornal O Estado fez algumas observações importantes sobre a saúde fiscal do Maranhão, na gestão Flávio Dino. O matutino lembrou que o aumento de impostos no Governo Flávio Dino, apelidado de Mais Impostos, foi determinante para o resultado comemorado pelos comunistas.

De acordo com o levantamento do jornal O Estado de São Paulo, que colocou o Maranhão entre os Estados com boa saúde fiscal, o governo comunista tem conseguido controlar gastos com pessoal e reduziu esse tipo de despesa a apenas 39,49% da Receita Corrente Líquida (RCL), valor bem abaixo do primeiro limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 44,10 %.

Dados do Relatório de Gestão Fiscal do Governo do Maranhão, referente ao 2º quadrimestre de 2017 – o mais recente divulgado pela Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) – apontam, contudo, que o motivo da diminuição do percentual do gasto com pessoal não tem qualquer relação com controle de despesas ou cortes na folha de pagamento.

Segundo o documento, que engloba o desempenho da gestão fiscal entre setembro de 2016 e agosto de 2017, o gasto com pagamento do funcionalismo público, na verdade, cresceu desde a última vez em que o Maranhão esteve perto do limite de alerta da LRF.

O Relatório de Gestão Fiscal do 1º quadrimestre de 2016, divulgado em maio daquele ano, apontava que a folha de pagamento do Estado consumira, então, R$ 4,8 bilhões nos 12 meses anteriores. Como a Receita Corrente no mesmo período foi de R$ 10,8 bilhões, o percentual de gasto com pessoal era de 44,6%, 3,5 pontos percentuais acima do limite de alerta.

Agora, apesar de o percentual dessa despesa estar na casa dos 39,49%, a folha de pessoal está consumindo quase R$ 300 milhões a mais: R$ 5,096 bilhões. A diferença está na Receita Corrente Líquida: foi de R$ 12,9 bilhões no período, ainda segundo o mesmo relatório da Seplan.

Mais impostos – A justificativa para o resultado é a maior tributação do contribuinte maranhense. Como aumentou sensivelmente a cobrança de impostos no Maranhão nos últimos anos, o governador Flávio Dino tem conseguido gastar mais com o funcionalismo público e, mesmo assim, estar com alguma folga percentual, de acordo com a LRF.

Em dezembro de 2016, por exemplo, ao conseguir aprovar na Assembleia Legislativa um segundo aumento das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da energia elétrica, de combustíveis, de cigarros e de serviços como telefonia e TV por assinatura – o primeiro ocorreu em 2015, numa votação realizada na surdina -, a gestão comunista já contabilizava um incremento de R$ 250 milhões na arrecadação em 2017.

Desse total, R$ 187,5 milhões ficaram nos cofres da gestão Flávio Dino (PCdoB) e o restante, R$ 62,5 milhões – o que corresponde a 25% do valor total -, foi repartido, por lei, com os municípios. É com esse dinheiro, tirado do bolso do contribuinte maranhense, que o governo comunista consegue reforçar o caixa, melhorar o resultado da receita corrente e, consequentemente, gastar mais com uma máquina mais inchada, sem, contudo, descumprir a LRF.

Comparação – Apesar de todo o esforço de mídia do governador Flávio Dino (PCdoB), o resultado fiscal da atual gestão ainda fica aquém daquele entregue pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Para efeito de comparação, no 3º quadrimestre de 2014, último da administração da emedebista, o gasto com pessoal consumia apenas 38,70% da Receita Corrente Líquida (RCL).

Novos impostos – Para manter os altos gastos com a folha de pagamento e não enfrentar problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo Flávio Dino (PCdoB) espera arrecadar ainda mais impostos em 2018, ano da eleição.

De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado no fim do ano passado pela Assembleia Legislativa, a arrecadação de impostos deverá ser maior em, pelo menos, R$ 500 milhões neste ano, em comparação com a Lei Orçamentária aprovada em 2017.

Segundo dados da proposta, a receita de impostos prevista para 2018 é de R$ 8,1 bilhões – R$ 581 milhões a mais do que em 2017.Desse total, 465,7 milhões devem ser arrecadados apenas com IPVA – R$ 31 milhões a mais do que em 2017.

A maior fatia, no entanto, fica com o ICMS: os comunistas estimam arrecadar nada menos do que R$ 6,68 bilhões com este tributo em 2018 – aí incluída também a cota parte municipal. O valor é quase R$ 440 milhões a mais do que o aprovado na lei deste ano.

A disputa acirrada pelo Senado no Maranhão

por Jorge Aragão

Faltando pouco mais de um ano para as convenções que irão definir os candidatos às eleições de 2018, já são sete os pré-candidatos às duas vagas de senador pelo Maranhão. São quatro interessados no grupo da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) e três postulantes na órbita do governo Flávio Dino (PCdoB).

E além do diferencial numérico, a lista do grupo roseanista tem como diferencial adicional em relação aos nomes postos pelos aliados do governo comunista a trajetória consolidada de seus pré-candidatos.

A começar pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), os aliados de Roseana interessados na vaga de senador têm também os atuais ocupantes do posto, Edson Lobão e João Alberto (ambos do PMDB), e o também ex-ministro Gastão Vieira (Pros), embora este último se porte hoje como alguém mais independente.

O histórico dos quatro pré-candidatos tem forte peso no tabuleiro político. Com quase dez mandatos de deputado federal, Sarney Filho, por exemplo, já é ministro pela segunda vez. Foi ministro do Meio Ambiente no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e é uma das maiores referências no setor ambiental no mundo.

Gastão Vieira também foi ministro (do Turismo, no governo Dilma), além de várias vezes secretário de estado e com vários mandatos de deputado federal. Em 2014, ele foi candidato a senador.

Os dois atuais ocupantes da vaga no Senado têm cacife também consolidado; Lobão foi ministro de Minas e Energia, vice presidente do Senado e governador do Maranhão. João Alberto, além do Governo do Estado, comandou a Prefeitura de Bacabal, foi vice-governador, deputado federal, secretário de estado e está no segundo mandato de senado.

Dos outros três nomes – que representam o grupo de Flávio Dino na disputa -apenas José Reinaldo Tavares tem lastro político histórico. Ele foi deputado federal, ministro dos Transportes, vice-governador e governador do Maranhão.

Os deputados federais, Weverton Rocha (PDT) e Waldir Maranhão (PP) estão em início de carreira política. E trazem como diferencial a ousadia política, de se colocar entre os postulantes ao cargo de senador. E já mobilizam prefeitos no interior para seu projeto.

Cada grupo que entrar na disputa de 2018 com candidato a governador poderá apresentar até dois nomes para a disputa do Senado. E é dentro dessa gama de possibilidades que podem surgir outras possibilidades ao eleitor. Daí é que surgem nomes como o do ex-juiz Márlon Reis (Rede); do prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PDT); do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB) e da deputada federal Eliziane Gama (PPS).

Todos estes nomes, no entanto, mostram-se ainda incipientes ao eleitor. Sem falar nos chamados partido da ultra-esquerda (PSTU, PCB, PSOL), que devem lançar seus candidatos à disputa. Mesmo sem chance alguma de vitória.

De O Estado do Maranhão