Pacto de afogados

por Jorge Aragão

Foto: Karlos Geromy/Secom

O governador Flávio Dino (PCdoB) diz-se indignado com a delação do ex-executivo da Odebrecht, José de Carvalho Filho, que apontou pagamento de R$ 200 mil ao comunista nas eleições de 2010. Mas Dino não é visto cobrando apuração rápida para provar a inocência. Pelo contrário, ele já tem atuado é para barrar os avanços da Lava Jato.

O governador faria parte de uma espécie de confraria de delatados – do PT, PCdoB, PSDB, PMDB – para tentar dar um freio na operação. O assunto foi pauta do fim de semana do jornal Folha de S. Paulo, que revelou até um suposto contato sobre o tema entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A folha ouviu o próprio Flávio Dino, que falou de uma batalha entre o que chamou de “Partido da Lava Jato e o Lulismo”. “Há até uma data de lançamento desse confronto: 3 de maio, em Curitiba”, disse Dino, à coluna Painel.
3 de maio será o dia do depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro.

Mas o “pacto de afogados” foi proposto por Flávio Dino em seus próprios perfis de redes sociais. No Twitter, ele propôs um acordo dos partidos de centro e de esquerda para buscar uma saída institucional. E completou: “Fora da Política, não há salvação real”.

Desde o início da Operação Lava Jato, Flávio Dino já navegou em várias frentes. Comemorou a simples citação de adversários, fez festa com depoimentos que apontavam outros partidos e até se envolveu em embates com o juiz Sérgio Moro. Mas agora, pilhado na operação, ele age em causa própria, propondo o pacto de afogados.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

As soluções de Flávio Dino para: quase tudo…

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino apresentou uma lista de medidas, com seis tópicos, para que o Brasil possa contornar a crise financeira, econômica e política a que se encontra.

Dentre as medidas sugeridas está a paralisação da proposta legislativa que leva à reforma da Previdência; a redução de juros [vejam só] e manutenção de câmbio competitivo para empresas exportadoras; recuperação de ambiente de estabilidade e segurança jurídica; reforma tributária e diálogo entre partidos políticos e principais lideranças nacionais, em outras palavras, um pacto político.

Curioso é que o mesmo governador ainda não conseguiu apresentar soluções satisfatórias para o Maranhão, sobretudo nas áreas de infraestrutura, saúde, segurança pública e no setor econômico.

O que é que falta, na prática, afinal?

O recado de Igor Lago a Flávio Dino após citação na Lava Jato

por Jorge Aragão

A data da publicação é 12 de abril. Quarta-feira da semana passada, um dia depois de a imprensa nacional revelar o conteúdo da delação de José de Carvalho Filho – ex-executivo da Odebrecht -, e que comprometeu a imagem do governador Flávio Dino (PCdoB).

O delator afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) ter negociado propina com o governador, em troca de apoio a um projeto de lei que beneficiaria a empreiteira, para uso na campanha eleitoral de 2010. Naquele ano, Dino perdeu a eleição para o Governo do Maranhão.

A PGR pediu autorização para abertura de inquérito contra Dino ao ministro Edson Fachin, do STF, e o ministro encaminhou o pedido ao STJ.

Diante de todo esse contexto, Igor Lago, filho do ex-governador Jackson Lago, publicou o seguinte: “Maranhão. Pobre província do Brasil. A política resumiu-se aos sarneístas e seus dissidentes. O resultado não poderia ser pior: o sujo falando do mal lavado”…

Para bom entendedor…

Flávio Dino fez lobby para a Odebrecht no Governo Dilma, aponta delator

por Jorge Aragão

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

O Estado – Interesses do Odebtrecht na manutenção de um acordo entre os governos brasileiro e ucraniano para a continuidade da empresa binacional Alcantara Cyclone Space (ACS), no Maranhão, foram defendidos pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em 2015, quando ele já comandava o Estado.

Segundo José de Carvalho Filho, ex-funcionário da empresa – que tinha um contrato dentro do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em conjunto com a Camargo Corrêa, para construção de um novo centro técnico -, o comunista fez “esforço” para que o acordo entre os dois países fosse mantido e as obras, orçadas R$ 546 milhões, continuassem.

O delator fala que o lobby do governador do Maranhão ocorreu em 2015, no início do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rouseff (PT), de quem Dino era aliado.

“Tínhamos lá [em Alcântara], à época, um contrato com a Cyclone Space, um projeto que o governo terminou cancelando o convênio internacional com a Ucrânia e o Flávio Dino tinha interesse que isso seguisse, se empenhou nisso, mas todo o esforço dele, pessoal, foi insuficiente para sensibilizar o governo, que rasgou um acordo internacional”, relatou José Filho.

O tratado Brasil/Ucrânia, no entanto, acabou sendo quebrado pelo governo brasileiro em julho daquele ano. “Mesmo com todo o esforço do governador, o contrato foi rescindido”, completou o delator.

Encontros – O empenho do governador do Maranhão em resolver assuntos de interesse da Odebrecht é posterior a duas doações feitas pela empresa à campanha do comunista: uma em 2010, de R$ 200 mil, em forma de caixa dois, e outra em 2014, também de R$ 200 mil, mas de forma oficial, segundo delação de José de Carvalho Filho.

O lobby ocorreu, ainda de acordo com o ex-funcionário da empreiteira, após visita dele e de outro ex-executivo, João Pacífico, ao chefe do Executivo Estado.

Numa viagem ao Maranhão, quando Dino já era o governador, José Filho apresentou Pacífico ao comunista. “Solicitei a João Pacífico, que era o superintendente da área do Nordeste, levar ele para uma visita de cortesia e apresentá-lo ao governador”, disse o delator em depoimento, que acrescentou considerar normal esse tipo de encontro.

“É natural que você visite um governador na medida em que você tem interesse em ir ver a possibilidade de fazer investimento”, completou.

Governo aponta contradições de delação

Acusado de ter recebido recurso de caixa dois para sua campanha eleitoral de 2010, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem contado com o apoio de auxiliares do Governo do Estado e de aliados políticos numa nova ofensiva contra a delação de José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht que o delatou. Sustentam os governistas que há contradições na delação.

Num vídeo com trucagem, os comunistas tentam fazer parecer que o delator deu duas versões diferentes sobre o valor e sobre a forma de pagamento à campanha eleitoral.

Diz o material que em dado momento José Filho falou em R$ 400 mil; em outro, teria citado R$ 200 mil.

Em outro trecho, também editado, aparece o delator primeiro falando em doação não oficial, por meio de caixa dois; depois, em doação oficial.

A delação, no entanto, tem apenas uma versão: foram R$ 200 mil em 2010, por meio de caixa dois; e R$ 200 mil em 2014, de forma oficial, declarada.

A menção a R$ 400 mil não é do delator, mas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e repetida pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

Se no “baixo clero” teria agido assim, imagina como seria agora…

por Jorge Aragão

É claro que é muito cedo para fazer qualquer avaliação sobre o futuro político do governador do Maranhão Flavio Dino, citado com um dos beneficiados no esquema de Caixa 2 nas delações de ex-dirigentes da Odebrecht. É preciso aguardar um posicionamento do STJ (Superior Tribunal de Justiça), para saber se abrirá investigação ou não conta o governador comunista, o que poderá fazer o fato render nos noticiários local e nacional.

Entretanto, chegaria a ser cômica se não fosse trágica a desculpa utilizada por alguns asseclas para defender Flavio Dino em blogs e redes sociais. Alguns, mas subservientes do que se poderia imaginar, chegam a dizer que o valor supostamente recebido pelo governador comunista (R$ 400 mil) seria irrisório mediante os milhões recebidos por outros políticos também supostamente envolvidos no esquema da Odebrecht.

Inicialmente, o argumento é tolo e simplório, pois é como se quisessem diferenciar e/ou justificar quem recebeu mais ou menos propina, uma espécie de atenuante. O que convenhamos não deveria servir jamais de argumento para alguém que administra um Estado e se intitulava, ou se intitula, um arauto da moralidade.

Por fim e mais importante, é bom lembrarmos que em 2010 Flavio Dino não tinha todo esse poder de barganha, um deputado “baixo clero” na Câmara Federal e eleito em uma eleição sob suspeita no Maranhão. Além disso, pertencia a um partido sem força política (PCdoB) e que jamais havia conseguido se quer eleger um governador. Isso sem falar que Dino entrou na disputa pelo Governo do Maranhão contra Roseana Sarney, com poucas chances de vitória, tanto que foi derrotado ainda no Primeiro Turno.

Ou seja, se Flavio Dino realmente participou do Caixa 2 da Odebrecht, como afirmou o delator José de Carvalho Filho, estando no “baixo clero” e praticamente sem nenhum poder de barganha, como poderia agir estando hoje num outro patamar da política brasileira?

Esse é o questionamento que precisa ser feito, inclusive pelos asseclas do comunista.

Flávio Dino seria o Cuba no esquema da Odebrecht

por Jorge Aragão

O Blog do jornalista Marco D’Eça trouxe com exclusividade uma planilha, que estaria com o Ministério Público Federal, e indicaria que o apelido do governador do Maranhão, Flávio Dino, citado no esquema da Odebrecht, seria “Cuba”.

Na planilha, ao lado do nome Cuba estaria o número 200, que seria o valor das parcelas que supostamente teriam sido recebidas pelo governador comunista. A planilha apresenta o nome de outros inúmeros apelidos de políticos que estariam envolvido no esquema da Odebredcht.

Vale destacar que Cuba era exatamente o destino de interesse da Odebrecht com relação ao projeto 2279/2007, que tinha Flávio Dino (PCdoB) como protetor.

Ou seja, mais uma explicação que precisa ser dada pelo governador comunista Flávio Dino, que, ao que tudo indica, para alguns dirigentes da Odebrecht era simplesmente Cuba.

Telhado de vidro

por Jorge Aragão

O surgimento do nome do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), na nova Lista da Lava Jato, teve efeito bombástico entre seus aliados. Por um motivo principal: o comunista construiu ao longo da sua carreira política a imagem de um homem impiedoso com os deslizes dos seus adversários.

Meras citações ou suspeitas – como as que hoje recaem contra ele próprio – foram sempre tratadas, nos últimos 11 anos, como condenações sumárias.

Oriundo do Judiciário, o atual chefe do Executivo maranhense parece ter esquecido dos preceitos do devido processo legal.

E com a mesma voracidade que apontava o dedo a seus adversários com contas a prestar à Justiça, perseguiu desafetos usando a força do Estado, depois de eleito governador.

O que se tem no Maranhão, então, desde a posse de Flávio Dino é um quase estado de exceção, com inimigos políticos temerosos de perseguição todas as vezes em que o governo se via diante de uma crise.
Mas Dino tinha um telhado de vidro, tal é a consistência da delação feita por um ex-executivo da Odebrecht contra ele.

E, agora, sofre de parte dos seus adversários o mesmo tipo de ataque que ele mesmo proferiu na direção contrária nos últimos anos.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Flávio Dino negociou propina dentro de gabinete, diz delator

por Jorge Aragão

O Estado – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tratou do recebimento de recursos de caixa 2 para a campanha ao Governo do Estado de 2010 dentro do seu gabinete na Câmara dos Deputados. A revelação foi feita pelo delator José de Carvalho Filho.

Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o ex-funcionário da Odebrecht detalhou o pagamento de R$ 200 mil à campanha de Flávio Dino em 2010, em troca do apoio do comunista, então deputado federal, ao Projeto de Lei nº 2.279/2007, de interesse da empreiteira, na Câmara dos Deputados. Outros R$ 200 mil foram pagos na campanha de 2014, segundo ele, de forma oficial.

A proposta, então em tramitação na Câmara, garantiria segurança jurídica a investimentos da construtora em Cuba, em virtude do embargo econômico dos Estados Unidos às ilha comunista.

Aos 4m45 segundos do depoimento, um dos investigadores pergunta a José Filho se ele entregou ao então parlamentar a senha de acesso ao Drousys – sistema de informática paralelo da Odebrecht, de acesso restrito, para pagamento e controle de propinas – no gabinete. “Pessoalmente a ele”, confirmar o delator.

Flávio Dino afirma ser inocente, por não ter sido autor de projeto que teria motivado a negociação com a Odebrecht.

“Citação é estranha”, diz Othelino Neto em defesa de Flávio Dino

por Jorge Aragão

O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) foi à tribuna, na sessão da quarta-feira (12), e apresentou ao Plenário da Assembleia Legislativa certidão, disponibilizada pela Câmara Federal, comprovando que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não se manifestou sobre o Projeto de Lei 2.279, de 2007, que teria por finalidade beneficiar a Odebrecht. O parlamentar estranhou a citação do nome do ex-deputado e sugere que possa haver alguma trama para o depoimento da delação. O PL é de autoria de 32 parlamentares e nove partidos.

Na tribuna, Othelino Neto tratou da citação do governador Flávio Dino (PCdoB), em uma das delações da Operação Lava Jato, e destacou o documento da Câmara Federal que o isenta de qualquer tipo de favorecimento em relação ao Projeto de Lei que seria de interesse da empreiteira. “Nós confiamos na Justiça e não temos a pretensão de antecipar resultado de nada, mas eu, assim como boa parte da sociedade maranhense e brasileira, confio no governador, que é um homem de conduta ilibada, probo em todas as funções públicas que exerceu”, disse.

Othelino esclareceu aos deputados estaduais que a delação se refere a um Projeto de Lei que não foi nem aprovado e que já tramita há dez anos na Câmara. O então deputado federal, Flávio Dino, era membro da Comissão de Constituição e Justiça, um dos mais influentes. Não emitiu parecer sobre a matéria, que não foi sequer apreciada na CCJ e muito menos aprovada pela Câmara dos Deputados. “Ou seja, que tipo de negócio é esse que o sujeito vai, contrata um serviço, que é aceito, é pago e depois o produto não é entregue? Na verdade, é um absurdo o que está sendo feito. Agora que seja investigado e se separe bem uma coisa da outra”, disse o vice-presidente da Assembleia Legislativa.

Durante o seu pronunciamento, o deputado esclareceu que o governador não é réu em processo da operação Lava Jato e nem foi denunciado pelo Ministério Público, como tenta explorar, maldosamente, a oposição. Segundo o parlamentar, ele apenas foi citado em uma delação premiada que será analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém não existe inquérito, somente uma petição, já que o nome de Flávio Dino fora mencionado em um caso que a própria Câmara Federal tratou de esclarecer acerca desse projeto de Lei em certidão que prova não ter havido nenhuma manifestação sobre a matéria por parte do então deputado federal.

 

Para Othelino Neto, a citação de Flávio Dino na delação da Odebrecht foi algo estranho, absurdo e que parece ter “mão de gente”, principalmente, quando o delator diz ter procurado o então deputado federal, Flávio Dino, para que interviesse no sentido de acelerar e agilizar a aprovação de um Projeto de Lei – envolvendo, inclusive, a relação com Cuba – para atender a interesses da Odebrecht.

“Diz ainda o delator, em seu depoimento, que Flávio Dino teria solicitado vantagens e não afirma, sequer, ter entregue R$ 400 mil reais para ajudar na campanha de 2010 e não diz quem solicitou. Fala que a senha teria sido entregue para alguém. Então ele inovou em uma nova modalidade de entregar a propina. Queríamos nós saber o que é essa senha? Para quem ele entregou essa senha?”, indagou o deputado.

Othelino Neto disse ainda que a delação, por si só, não torna ninguém criminoso ou condenado. Sobre a questão, o deputado já havia falado na tribuna que, neste momento, no Brasil, a grande imprensa tem utilizado, reiteradas vezes, como pauta principal, a tentativa de desmoralizar a classe política.

“Eu já vim a esta tribuna algumas vezes comentar a importância da Lava Jato para o Brasil, no sentido de combater a corrupção e também pelo valor pedagógico de evitar atos dessa natureza, evitando desvio de recursos públicos. Todos nós temos a consciência de que esta operação tem esse valor histórico para o país e, claro, que concordamos e apoiamos. Eu, contudo, já fiz algumas críticas aos excessos que aconteceram neste processo”, comentou.

 

Delator detalha negociação para pagamento de propina a Flávio Dino

por Jorge Aragão

O Supremo Tribunal Federal (STF) disponibilizou ontem à imprensa, HDs com os vídeos de todas as delações da Operação Lava Jato, antes protegidos por segredo de Justiça.

Um dos vídeos é o de José de Carvalho Filho, delator que informou ter pago propina ao governador Flávio Dino (PCdoB), para as eleições de 2010, em troca de apoio a um projeto de lei que tramitava na Câmara Federal.

O vídeo, de cerca de 20 minutos está publicado no youtube na página do blog do jornalista Gilberto Léda.

No conteúdo, o delator informa como se deu a negociação que resultou no pagamento de propina ao governador do Maranhão.