Novas delações

por Jorge Aragão

Já acusado por um ex-executivo da Construtora Odebrecht de ter recebido R$ 200 mil em caixa 2 para a sua campanha eleitoral de 2010, o governador Flávio Dino (PCdoB) é um dos muitos políticos que também devem se preocupar com as novas delações, dessa vez das construtoras OAS e Camargo Corrêa.

Não se está aqui afirmando que Dino tenha recebido caixa 2 ou propina das duas empreiteiras; mas há declarações de delatores de que seu partido, o PCdoB, foi agraciado com somas milionárias para fechar aliança com a então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014.

O que há de oficial é que a campanha de Dino recebeu cerca de R$ 1,4 milhão em doações, tanto da OAS e da Camargo quanto de outras gigantes da construção, como Queiroz Galvão, UTC e a já notória Odebrecht.

Em denúncia publicada na revista Veja, em junho de 2016, o ex-deputado Pedro Correa denunciou que o PCdoB de Flávio Dino cobrava propina das obras do programa Minha Casa, Minha Vida. O contato comunista, segundo Correa, era um auxiliar do então ministro Aldo Rebello, uma das estrelas do partido.

Rebello ficava com 1/3 de toda a propina paga ao PCdoB por OAS e Camargo Correa. Os cruzamentos da Operação Lava Jato mostram que parte dessa propina abastecia as contas do comitê central de campanha do PCdoB. E o PCdoB repassava aos diretórios regionais para suas campanhas eleitorais.

É bom lembrar que, em 2014, o próprio Portal Vermelho, órgão de comunicação do comunismo brasileiro, publicara em destaque que “a prioridade do PCdoB é a eleição do governador Flávio Dino”. Por todas essas relações é que Dino tem com o que se preocupar com as novas delações.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

E o caso dos PMs desaparecidos, Jefferson Portela?

por Jorge Aragão

Os policiais militares Júlior César da Luz Pereira e Carlos Alberto Constantino Sousa, desapareceram no disa 17 de novembro do ano passado, na cidade de Buriticupu.

O caso ganhou repercussão nacional, mas jamais foi solucionado. E são muitos os mistérios que envolve o desaparecimento dos policiais.

Ontem, familiares dos PMs se deslocaram a São Luís para cobrar, do Governo do Estado e da Secretaria de Segurança Pública, a elucidação. Os parentes dos policias já pediram auxílio para a Organização das Nações Unidas (ONU).

E o Governo segue em silêncio.

As famílias, e a sociedade, continuam sem respostas…

 

 

Engajamento

por Jorge Aragão

São cada vez mais claros os sinais de engajamento político – com forte vinculação ao comunismo – do promotor de Justiça da Ordem Tributária, Paulo Roberto Barbosa Ramos. Desde o início de sua atuação no caso Sefaz, com fortes suspeitas de montagem na Secretaria de Transparência do governo Flávio Dino (PCdoB), Barbosa Ramos deu sinais de que empreenderia uma cruzada política contra a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).

Em março, ele conseguiu, na Justiça de 1º Grau, uma decisão de bloqueio dos bens da ex-governadora, decisão desfeita pelo desembargador Froz Sobrinho. A violência com que Barbosa Ramos partiu para cima do desembargador revelou ainda mais indícios de seu vínculo com o governo comunista.

“Muito estranho que um desembargador nomeado com a anuência da ré durante um dos seus governos tenha tomado esse tipo de medida. Por que decidiu dessa maneira tão rápida? É de se desconfiar de qualquer amparo jurídico para essa decisão”, disse o promotor, em um blog alinhado ao Palácio dos Leões.
Ontem, porém, o promotor engajado ouviu o que não queria. Durante a sessão do Tribunal de Justiça, o presidente da Corte, desembargador Cleones Cunha, saiu em desagravo de Froz Sobrinho, atitude que contou com apoio da Associação dos Magistrados e dos desembargadores presentes ao Pleno.

“O Tribunal não pode entender que um membro do Ministério Público se posicione daquela forma, colocando a honra e a integridade moral na imprensa, sem apresentar provas. E quando houver qualquer suspeita, a denúncia deve ser feita formalmente e não irresponsavelmente, da forma como foi feito”, disse Cunha.

É bom lembrar que, dias antes de assumir a promotoria de onde emitiu as ações contra Roseana, Barbosa Ramos esteve no Palácio dos Leões, em agradecimento ao apoio de Flávio Dino a um projeto de uma irmã sua. Depois disso, os sinais de seu engajamento comunista parecem cada vez mais efusivos.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Pacto de afogados

por Jorge Aragão

Foto: Karlos Geromy/Secom

O governador Flávio Dino (PCdoB) diz-se indignado com a delação do ex-executivo da Odebrecht, José de Carvalho Filho, que apontou pagamento de R$ 200 mil ao comunista nas eleições de 2010. Mas Dino não é visto cobrando apuração rápida para provar a inocência. Pelo contrário, ele já tem atuado é para barrar os avanços da Lava Jato.

O governador faria parte de uma espécie de confraria de delatados – do PT, PCdoB, PSDB, PMDB – para tentar dar um freio na operação. O assunto foi pauta do fim de semana do jornal Folha de S. Paulo, que revelou até um suposto contato sobre o tema entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A folha ouviu o próprio Flávio Dino, que falou de uma batalha entre o que chamou de “Partido da Lava Jato e o Lulismo”. “Há até uma data de lançamento desse confronto: 3 de maio, em Curitiba”, disse Dino, à coluna Painel.
3 de maio será o dia do depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro.

Mas o “pacto de afogados” foi proposto por Flávio Dino em seus próprios perfis de redes sociais. No Twitter, ele propôs um acordo dos partidos de centro e de esquerda para buscar uma saída institucional. E completou: “Fora da Política, não há salvação real”.

Desde o início da Operação Lava Jato, Flávio Dino já navegou em várias frentes. Comemorou a simples citação de adversários, fez festa com depoimentos que apontavam outros partidos e até se envolveu em embates com o juiz Sérgio Moro. Mas agora, pilhado na operação, ele age em causa própria, propondo o pacto de afogados.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

As soluções de Flávio Dino para: quase tudo…

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino apresentou uma lista de medidas, com seis tópicos, para que o Brasil possa contornar a crise financeira, econômica e política a que se encontra.

Dentre as medidas sugeridas está a paralisação da proposta legislativa que leva à reforma da Previdência; a redução de juros [vejam só] e manutenção de câmbio competitivo para empresas exportadoras; recuperação de ambiente de estabilidade e segurança jurídica; reforma tributária e diálogo entre partidos políticos e principais lideranças nacionais, em outras palavras, um pacto político.

Curioso é que o mesmo governador ainda não conseguiu apresentar soluções satisfatórias para o Maranhão, sobretudo nas áreas de infraestrutura, saúde, segurança pública e no setor econômico.

O que é que falta, na prática, afinal?

O recado de Igor Lago a Flávio Dino após citação na Lava Jato

por Jorge Aragão

A data da publicação é 12 de abril. Quarta-feira da semana passada, um dia depois de a imprensa nacional revelar o conteúdo da delação de José de Carvalho Filho – ex-executivo da Odebrecht -, e que comprometeu a imagem do governador Flávio Dino (PCdoB).

O delator afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) ter negociado propina com o governador, em troca de apoio a um projeto de lei que beneficiaria a empreiteira, para uso na campanha eleitoral de 2010. Naquele ano, Dino perdeu a eleição para o Governo do Maranhão.

A PGR pediu autorização para abertura de inquérito contra Dino ao ministro Edson Fachin, do STF, e o ministro encaminhou o pedido ao STJ.

Diante de todo esse contexto, Igor Lago, filho do ex-governador Jackson Lago, publicou o seguinte: “Maranhão. Pobre província do Brasil. A política resumiu-se aos sarneístas e seus dissidentes. O resultado não poderia ser pior: o sujo falando do mal lavado”…

Para bom entendedor…

Telhado de vidro

por Jorge Aragão

O surgimento do nome do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), na nova Lista da Lava Jato, teve efeito bombástico entre seus aliados. Por um motivo principal: o comunista construiu ao longo da sua carreira política a imagem de um homem impiedoso com os deslizes dos seus adversários.

Meras citações ou suspeitas – como as que hoje recaem contra ele próprio – foram sempre tratadas, nos últimos 11 anos, como condenações sumárias.

Oriundo do Judiciário, o atual chefe do Executivo maranhense parece ter esquecido dos preceitos do devido processo legal.

E com a mesma voracidade que apontava o dedo a seus adversários com contas a prestar à Justiça, perseguiu desafetos usando a força do Estado, depois de eleito governador.

O que se tem no Maranhão, então, desde a posse de Flávio Dino é um quase estado de exceção, com inimigos políticos temerosos de perseguição todas as vezes em que o governo se via diante de uma crise.
Mas Dino tinha um telhado de vidro, tal é a consistência da delação feita por um ex-executivo da Odebrecht contra ele.

E, agora, sofre de parte dos seus adversários o mesmo tipo de ataque que ele mesmo proferiu na direção contrária nos últimos anos.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

O possível vazamento de informações a Flávio Dino

por Jorge Aragão

Desde ontem a imprensa aponta para possível vazamento de informações da delação de José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, que acusou Flávio Dino (PCdoB) de ter recebido propina de R$ 400 mil.

E a suspeita tem razão de ser.

Oficialmente, o sigilo das delações de ex-executivos da Odebrecht só foi levantado no dia 4 de abril, data em que o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, decidiu abrir 76 inquéritos contra agentes políticos e remeter às instâncias competentes as 200 demais petições.

Mas, para se defender, Flávio Dino apresentou uma certidão do dia 17 de março, duas semanas antes da quebra do sigilo dos dados. O documento diz que o comunista “não apresentou Parecer ou qualquer outra manifestação escrita ao Projeto de Lei 2.279/2007 no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania”.

Além disso, o governador apresenta uma pesquisa sobre os autores do projeto, para provar que ele não assinou o texto original da proposta: o documento foi impresso no dia 16 de março.

Confrontados com essa informação, comunistas apressaram-se em dizer que as “cartas de seguro” foram tiradas pelo governador com antecedência diante de boatos sobre a delação. Eles não explicaram como souberam que os supostos boatos tratavam-se, especificamente, do PL 2.279/2007.

Daí, a suspeita do vazamento de informações ao governador.

Os privilégios de Dino

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) apresentou, por meio de redes sociais, certidão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados como prova de que não relatou o Projeto de Lei nº 2.279/2007, argumento apontado pelo delator José Filho, ex-funcionário da Odebrecht, como motivo para a empresa conceder a propina de R$ 400 mil a Dino para a campanha eleitoral de 2010.

O que chama atenção no documento não é o texto dizendo que Flávio Dino quando foi deputado federal jamais foi relator do projeto de lei. O que chama a atenção é a data da emissão do documento: 17 de março deste ano.

Fica a pergunta: por qual motivo Flávio Dino pediu uma certidão dessa sobre a relatoria do Projeto de Lei 2.279/2007 com tanta antecedência? Esse questionamento foi feito ao homem mais forte do governo comunista, Márcio Jerry, que comanda a Secretária de Comunicação. A resposta? Nenhuma. Até mesmo porque é difícil justificar o que não tem justificativa plausível.

Mas a certidão só sugere algo que parece ser recorrente para Dino: ele teve informações privilegiadas pelo menos um mês antes da citação de seu nome por delatores da Lava Jato.

Recorrente porque, na Operação Turing da Polícia Federal, Dino também parece ter tido informações privilegiadas, podendo agir para proteger a imagem de seu governo ao demitir semanas antes o principal cabeça o esquema de desvio de dinheiro público na Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.

Com a divulgação do documento, Flávio Dino deixou sob suspeita a pessoa que tem todo acesso aos documentos da delação: o subprocurador-geral da República, Nicolao Dino, irmão do governador.

Como o governador não explicou os motivos para pedir uma certidão um mês antes de a delação ser divulgada, e como até onde se sabe ele não possui “bola de cristal”, resta ao Ministério Público Federal apurar e buscar a verdade sobre essa “carta de seguro” apresentada pelo comunista.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

PSDB ainda sem rumo

por Jorge Aragão

Em confronto direto no PSDB, o vice-governador Carlos Brandão e o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira devem iniciar uma guerra aberta pelo comando regional do partido.

Até então acuado, Brandão resolveu reagir e está arregimentando prefeitos eleitos pela legenda em 2016, para forçar a cúpula nacional a liberar a aliança com o PCdoB também nas eleições de 2018. O vice entende que apenas com esta liberação poderá manter o sonho de continuar no governo comunista. Em posição contrária, Madeira tenta o controle do partido para sair da zona de influência de Flávio Dino e, quem sabe, até lançar um candidato competitivo ao Governo do Estado.

A princípio, Carlos Brandão, até pela própria lógica do desenho político nacional, poderia ser classificado como derrotado nesta guerra. Mas ele tem vencido batalhas importantes, o que mantém acesa a chama da possibilidade de ficar onde está.

Uma das vitórias do vice-governador foi o adiamento da decisão da direção nacional sobre o futuro do partido no Maranhão. Madeira esperava esta decisão ainda no mês de março. Já se chegou a abril e não há sinal de quando a cúpula tucana decidirá a questão.

Para o ex-prefeito de Imperatriz, é fundamental que o problema de posicionamento do PSDB seja decidido agora, até para dar tempo de – no caso de defecções dos dinistas – conseguir novos nomes de peso para a disputa proporcional e majoritária de 2018.

Usando da força do cargo, Brandão também tem oprimido levantes em vários setores do partido. Usa todas as suas forças, mas ainda não está consolidado no controle da legenda. Mas Madeira também não.

 

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão