O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, em entrevista ao Ponto Final, da Rádio Mirante AM, nesta sexta-feira (3), avaliou o trabalho da pasta neste primeiro mês de mandato.  Durante 23 dias, Cappelli atuou como interventor federal em Brasília, após ataque golpista aos prédios dos poderes no Distrito Federal.

Ricardo Cappelli começou destacando que várias pessoas foram presas no curso das investigações e outras prisões devem acontecer futuramente conforme a apuração avança.

“O que aconteceu é inaceitável. A gente está apurando tudo porque não é possível admitir o que aconteceu. Muitos já foram presos e outras prisões virão também”, disse Cappelli.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública também detalhou os momentos que antecederam o ataque.

“O mudou do dia primeiro para o dia oito? No dia 2, o senhor Anderson Torres, ex-Ministro da Justiça assume a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, ele muda o núcleo da secretaria e viaja. Boa parte do comando da Polícia Militar estava de férias no dia 8 e não houve um planejamento operacional. Informação não faltou. No dia seis, 48 horas antes do fato, a subsecretaria de inteligência enviou um relatório ao gabinete do secretário Anderson Torres informando que as manifestações seriam violentas e que existia o risco de invasão dos prédios públicos. Foi avisado dois dias antes. E nada aconteceu com essa informação”, explicou Cappelli.

Diante dos fatos, Ricardo Cappelli reforçou que a apuração segue acontecendo, que o ex-Ministro da Justiça e Secretário de Segurança do Distrito Federal está preso e concluiu que o golpe tentado pelos terroristas só não foi finalizado pois o grupo radical não contou o apoio da maioria no alto comando das forças armadas.

“A justiça está apurando. Anderson Torres está preso por determinação do STF. Agora a impressão que eu tenho é que são muitas coincidências juntas. Só não consumaram (o golpe) porque não houve maioria no alto comando das forças armadas para apoiar essa aventura”, disse o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Cappelli ainda comentou as críticas feitas ao ministro Flávio Dino sobre a atuação do Ministério da Justiça e Segurança Pública no episódio do atentado e os próximos debates que deverão ser travados na pasta.

Clique aqui e ouça na íntegra a entrevista com Ricardo Cappelli.