O Blog do Jorge Aragão não entrou e nem vai entrar no mérito da Operação Turing, que inclusive está com suspeita de vazamento, conforme o Blog já demonstrou (reveja), mas é preciso se questionar a real necessidade da prisão temporária de três blogueiros, autorizada pelo juiz federal Magno Linhares e efetivada pela Polícia Federal.

A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar, dura cinco dias e podendo ser prorrogada por mais cinco dias. Entretanto, os três blogueiros foram liberados e tiveram suas respectivas prisões revogadas ainda no mesmo dia, ou seja, menos de 24 horas após suas prisões.

A decisão de revogar a prisão foi do mesmo magistrado, o juiz federal Magno Linhares, titular da 2ª Vara da Justiça Federal, após a solicitação feita pelo delegado da Polícia Federal, Max Eduardo Alves Ribeiro, que afirmou que os blogueiros foram “interrogados e reinquiridos, tendo prestado esclarecimentos amplos, verossímeis e suficientes a respeito dos fatos sob investigação”, o que acabou inviabilizando a permanência deles na prisão.

Se a prisão temporária não foi prorrogada e/ou pelo menos cumprida na sua totalidade, fica o questionamento natural se existiria mesmo a necessidade da prisão ou se foi mais uma ação de espetacularização da Polícia Federal, como tem ocorrido em todo o Brasil, vide o exemplo da fatídica Operação Carne Fraca?

Se seria apenas para interrogar os três blogueiros, como efetivamente parece que foi feito, o caminho correto não seria intimá-los para prestar depoimentos ou até mesmo utilizar, mesmo que equivocadamente, o mecanismo da condução coercitiva?

Afinal não é comum que pessoas presas na prisão temporária ganhem liberdade logo no primeiro dia de suas prisões. Sendo assim, fica o questionamento: existia mesmo a necessidade da prisão dos blogueiros?

O Blog do Jorge Aragão deixa claro e reitera que não apoia e jamais apoiará a prática de extorsão, crime do qual os três blogueiros estão sendo acusados, mas também não pode deixar de questionar a prisão e a soltura de todos em menos de 24 horas.