Em contato feito ontem por telefone com O Estado, o secretário de Estado de Trabalho e Economia Solidária, José Antônio Heluy (foto), afirmou não ter certeza de que o PED será decidido hoje, mas adiantou que também estará na capital paulista para o encontro.
“O assunto não está na pauta da reunião, portanto não é seguro afirmar que será decidido amanhã [hoje]. Agora, como ele pode ser incluído extraordinariamente na lista de debates, eu e outros companheiros do PT do Maranhão estamos indo para acompanhar de perto o desenrolar”, explicou.
O impasse sobre o resultado do pleito interno, contudo, não deve influenciar no posicionamento da sigla em relação à política de alianças para a eleição de outubro deste ano. Sobre isso, concordam pelo menos quatro lideranças do PT no Maranhão.
Definido – Além de Heluy, têm mesma opinião o secretário de Estado de Articulação Institucional, Rodrigo Comerciário; o presidente do Diretório Municipal do PT em São Luís, Fernando Silva, e o candidato a presidente da legenda na capital, Joab Jeremias. Todos entendem que a disputa pelo controle da sigla encerra-se no próprio partido.
“O que há no PT é uma disputa normal por espaços dentro do partido, mas essa disputa se encerra aí. No debate sobre alianças, mesmo a maioria daqueles que são oposição ao presidente [Raimundo Monteiro] defende a repetição dessa aliança”, declarou Heluy.
Para Comerciário, um dos principais adversários de Monteiro na disputa interna, o embate pelo comando partidário não influencia na postura da militância em relação à disputa eleitoral. “Nosso posicionamento não mudou em nada. Lançamos uma candidatura competitiva pela presidência do Diretório Estadual do PT e fizemos oposição ao atual presidente. Mas isso é uma disputa interna. No debate sobre a eleição deste ano, continuamos do mesmo lado que sempre estivemos, defendendo a aliança com o PMDB”, destacou.
Fernando Silva entende que a composição com os peemedebistas não é apenas um desejo da militância local, mas uma “prioridade” do PT, mesmo em âmbito nacional. “O PT tem duas prioridades para 2014: a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e a composição com o PMDB. É a partir dessas duas premissas que temos trabalhado junto com nossa militância”, pontuou.
O posicionamento público de Joab Jeremias, candidato a presidente do Diretório do PT em São Luís e membro de um dos grupos que fazem oposição à tendência de Monteiro dentro do partido, reforça a tese de que, fora o embate interno, a maioria da sigla busca a aliança com os peemedebistas.
“Minha posição de apoio à aliança com o PMDB é pelo respeito ao presidente José Sarney e por acreditar que, com essa composição, chegaremos à vitória mais uma vez”, relatou.
Proclamado reeleito em 1º turno por sua própria chapa, “O Partido que Muda o Brasil”, foi o dirigente quem contestou o resultado apresentado pela comissão eleitoral – que apontava a necessidade de realização de 2º turno.
Apoiados em atas de votação colhidas em todos os 166 municípios onde ocorreu o PED, os aliados do atual presidente divulgaram que ele foi reeleito com 6.098 votos – contra 6.026 de todos os demais concorrentes juntos.
A comissão eleitoral, no entanto, divulgou dados divergentes, ainda apontando liderança de Raimundo Monteiro, com 2.856 votos, mas chancelando a necessidade de realização de um 2º escrutínio, já que o segundo colocado, Henrique Souza, obteve 2.085 votos, que, somados aos dos demais candidatos, ultrapassariam os 50% de sufrágios. Nesse caso, os números são o resultado da apuração das urnas de apenas 133 municípios.
Como permaneceu a divergência entre a comissão eleitoral e a chapa de Monteiro, a direção nacional do partido decidiu analisar o caso e, somente após discussão em colegiado, divulgar o resultado final da eleição. Em dezembro do ano passado, a própria direção do partido informou que resolveria a situação no Maranhão no fim do mês de janeiro. Hoje, o tema deve ser decidido.