heluyDe O Estado – Militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) no Maranhão desembarcam hoje em São Paulo para acompanhar de perto a reunião da Executiva Nacional que pode definir o resultado do Processo de Eleição Direta (PED) da legenda. O tema não está oficialmente na pauta do primeiro encontro da direção partidária em 2014, discount mas lideranças locais acreditam que ele possa ser debatido após inclusão extraordinária.

Em contato feito ontem por telefone com O Estado, o secretário de Estado de Trabalho e Economia Solidária, José Antônio Heluy (foto), afirmou não ter certeza de que o PED será decidido hoje, mas adiantou que também estará na capital paulista para o encontro.

“O assunto não está na pauta da reunião, portanto não é seguro afirmar que será decidido amanhã [hoje]. Agora, como ele pode ser incluído extraordinariamente na lista de debates, eu e outros companheiros do PT do Maranhão estamos indo para acompanhar de perto o desenrolar”, explicou.

O impasse sobre o resultado do pleito interno, contudo, não deve influenciar no posicionamento da sigla em relação à política de alianças para a eleição de outubro deste ano. Sobre isso, concordam pelo menos quatro lideranças do PT no Maranhão.

Definido – Além de Heluy, têm mesma opinião o secretário de Estado de Articulação Institucional, Rodrigo Comerciário; o presidente do Diretório Municipal do PT em São Luís, Fernando Silva, e o candidato a presidente da legenda na capital, Joab Jeremias. Todos entendem que a disputa pelo controle da sigla encerra-se no próprio partido.

“O que há no PT é uma disputa normal por espaços dentro do partido, mas essa disputa se encerra aí. No debate sobre alianças, mesmo a maioria daqueles que são oposição ao presidente [Raimundo Monteiro] defende a repetição dessa aliança”, declarou Heluy.

Para Comerciário, um dos principais adversários de Monteiro na disputa interna, o embate pelo comando partidário não influencia na postura da militância em relação à disputa eleitoral. “Nosso posicionamento não mudou em nada. Lançamos uma candidatura competitiva pela presidência do Diretório Estadual do PT e fizemos oposição ao atual presidente. Mas isso é uma disputa interna. No debate sobre a eleição deste ano, continuamos do mesmo lado que sempre estivemos, defendendo a aliança com o PMDB”, destacou.

Fernando Silva entende que a composição com os peemedebistas não é apenas um desejo da militância local, mas uma “prioridade” do PT, mesmo em âmbito nacional. “O PT tem duas prioridades para 2014: a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e a composição com o PMDB. É a partir dessas duas premissas que temos trabalhado junto com nossa militância”, pontuou.

O posicionamento público de Joab Jeremias, candidato a presidente do Diretório do PT em São Luís e membro de um dos grupos que fazem oposição à tendência de Monteiro dentro do partido, reforça a tese de que, fora o embate interno, a maioria da sigla busca a aliança com os peemedebistas.

“Minha posição de apoio à aliança com o PMDB é pelo respeito ao presidente José Sarney e por acreditar que, com essa composição, chegaremos à vitória mais uma vez”, relatou.

pedptIndefinição – Atualmente, o Diretório Estadual do PT é presidido por Raimundo Monteiro, que pertence à tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma da presidente Dilma Rousseff. Ele concorreu à reeleição em novembro do ano passado e proclamou-se vencedor do pleito dois dias após a votação no PED.

Proclamado reeleito em 1º turno por sua própria chapa, “O Partido que Muda o Brasil”, foi o dirigente quem contestou o resultado apresentado pela comissão eleitoral – que apontava a necessidade de realização de 2º turno.

Apoiados em atas de votação colhidas em todos os 166 municípios onde ocorreu o PED, os aliados do atual presidente divulgaram que ele foi reeleito com 6.098 votos – contra 6.026 de todos os demais concorrentes juntos.

A comissão eleitoral, no entanto, divulgou dados divergentes, ainda apontando liderança de Raimundo Monteiro, com 2.856 votos, mas chancelando a necessidade de realização de um 2º escrutínio, já que o segundo colocado, Henrique Souza, obteve 2.085 votos, que, somados aos dos demais candidatos, ultrapassariam os 50% de sufrágios. Nesse caso, os números são o resultado da apuração das urnas de apenas 133 municípios.

Como permaneceu a divergência entre a comissão eleitoral e a chapa de Monteiro, a direção nacional do partido decidiu analisar o caso e, somente após discussão em colegiado, divulgar o resultado final da eleição. Em dezembro do ano passado, a própria direção do partido informou que resolveria a situação no Maranhão no fim do mês de janeiro. Hoje, o tema deve ser decidido.