Sem explicações

por Jorge Aragão

Enrolado com a revelação de que um de seus prestadores de serviços na área da Saúde desviou pelo menos R$ 18 milhões em contratos com o estado, o governo Flávio Dino (PCdoB), ao invés de dar explicações, preferiu – como sempre – responsabilizar a gestão anterior.

Mas os documentos contradizem os comunistas. O Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Pessoa, o IDAC, assinou nada menos que quatro acordos de trabalho no governo Flávio Dino – dois contratos e dois aditivos -, totalizando mais de R$ 220 milhões. E todos os contratos sem licitação.

O primeiro deles se deu ainda na gestão de Marcos Pacheco, em 2015. Foi um contrato de R$ 18,9 milhões, aditivado três meses depois. Ainda em 2015, o IDAC abocanhou mais um contrato sem licitação na gestão comunista, desta vez no valor de R$ 102 milhões, para gerenciar unidades de saúde no interior.

Este contrato foi aditivado por igual valor um ano depois, totalizando R$ 204 milhões para o IDAC cuidar dos hospitais no interior.

Caberia ao governo Flávio Dino tão somente justificar por que manteve contratos com o instituto e se há intenção de cancelar o acordo. Mas prefere deixar de lado as explicações.

Coluna Estado Maior

Ainda os eventos da última sexta-feira…

por Jorge Aragão

Bastidores – O encontro dos ex-governadores José Reinaldo Tavares (ainda no PSB) e Roseana Sarney (PMDB) deu o que falar nos bastidores políticos.

Roseana estava no restaurante Cabana do Sol, com amigos, quando Tavares chegou ao mesmo ambiente; se cumprimentaram e conversaram.

Mas, para muitos, o encontro não foi tão casual assim, e pode ter repercussão nas eleições de 2018.

Todos juntos – A presença de prefeitos do PDT, do PT e até do PCdoB no pré-lançamento da candidatura de Sarney Filho ao Senado mostrou o alcance da história política do ministro do Meio Ambiente.

Com 10 mandatos parlamentares, Sarney Filho sempre pairou acima das divergências políticas.

E a postura agregadora diz muito da presença de diferentes partidos na festa de amigos preparada para ele.

Candidatura – A declaração de Roseana em apoio ao irmão Sarney Filho deixou claro que ela nem cogita disputar o Senado em 2018.

A peemedebista afirmou que vai “lutar e trabalhar” pela eleição do ministro ao Senado.

Para muitos, ficou claro que Roseana pretende mesmo disputar o Governo do Estado.

Coluna Estado Maior

Recados dados

por Jorge Aragão

A festa de apoio à pré-candidatura do ministro Sarney Filho ao Senado trouxe pelo menos dois recados diretos à classe política, em particular, e ao eleitor, de modo geral. O primeiro deles diz que Sarney Filho é mesmo o principal nome do grupo para as eleições senatoriais; talvez o mais consolidado entre os nomes já lançados.

O outro recado é da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Sua presença na festa em homenagem ao irmão mostra que ela não pretende mesmo – como alguns especulam – concorrer a cargos que possam mantê-la em Brasília na maior parte do tempo.

Descartado o Senado, restam as vagas de deputada estadual e a de candidata a governadora. E a recepção dada pelo próprio Sarney Filho e pela classe política presente – centenas de prefeitos, ex-prefeitos, vices-prefeitos, deputados federais e estaduais, vereadores e lideranças partidárias e comunitárias – mostra que, independentemente de sua vontade, o caminho para uma candidatura ao governo está pavimentado em seu grupo.

Roseana e Sarney Filho viveram momentos de entusiasmo na última sexta-feira, mostrando afinação política e, sobretudo, objetivos definidos, ainda que nada oficialmente.

E a presença dos dois nas disputas majoritárias aponta para uma campanha de intensa movimentação até a contagem dos votos. E ainda faltam 14 meses.

Coluna Estado Maior

Pasta tucana

por Jorge Aragão

Até hoje, não se entendia claramente os motivos que levavam o agora presidente afastado do PSDB, Aécio Neves (MG), a não decidir sobre o futuro do partido no Maranhão. Aécio fez campanha aberta no Maranhão e teve o palanque do comunista Flávio Dino, que chegou a posar com adesivo do “45”. Depois da campanha, no entanto, Dino deixou claro que mantinha o mesmo pensamento de 2008, quando disse que “o PSDB é fruto do atraso”. E se afastou de Aécio.

Mesmo assim, o tucano resistia em tomar uma decisão sobre a legenda, atrelada em todos os aspectos ao projeto de poder do PCdoB. Sob o comando do vice-governador Carlos Brandão, o PSDB tem sido uma espécie de sublegenda do partido de Flávio Dino, para revolta dos próprios tucanos. E Aécio calado, sem tomar decisões, mesmo diante da pressão das lideranças do ninho maranhense.

Hoje se sabe que é da indicação de Aécio Neves todo o comando da Secretaria de Administração Penitenciária. A cúpula da Seap, a começar pelo titular Murilo Andrade – e todo o seu corpo técnico -, é fruto da indicação de Aécio Neves, que contou, à época, com a ajuda do senador Roberto Rocha (PSB), que ainda vivia a fase de lua de mel com os comunistas.

Com o controle da pasta, mesmo a distância, Aécio tem pouco interesse de afastar o partido da órbita de Flávio Dino. Mas o senador mineiro foi afastado da presidência da legenda, que passou a ser comandada pelo também senador Tasso Jereissati (CE). E Jereissati não reza propriamente na cartilha do comunismo. Tendo ou não secretaria para lotear.

Coluna Estado Maior

Islã no Maranhão

por Jorge Aragão

Um grupo de cidadãos barbudos, com turbantes ou túnicas, e vestidos à moda árabe, tem chamado a atenção nas ruas de alguns municípios maranhenses. E desperta o misto de temor, antipatia e admiração, o que tem dividido opiniões no Maranhão.

E a história ganhou também os meios políticos, com comentários de deputados e vereadores nas sessões da Assembleia e Câmaras.

Os muçulmanos paquistaneses chegaram ao Maranhão pela Baixada Maranhense, oriundos de Belém. Desde então, estão sendo monitorados pela Polícia Federal, segundo revelou reportagem de O Estado, na edição de ontem.

Mas a língua e os modos estranhos ao povo ocidental dificultam informações. E a presença, no momento em que o terror islâmico se espalha pelo mundo, gera a polêmica em torno dos paquistaneses.

Uma das imagens mostra os homens carregando um botijão de gás, em Pinheiro, o que gerou temor entre os habitantes da cidade.

Na Assembleia Legislativa, apesar de nenhum discurso – ainda – ter tratado da presença dos seguidores de Alah, alguns deputados defendem uma vigilância permanente.

Argumentam se os cristãos teriam a mesma liberdade para circular nos países muçulmanos e, principalmente, professar sua fé, como eles têm feito, agora, em São Luís.

Mas o fato é que o Islã está entre nós. Se em missão de paz, para professar sua fé ou para cooptar jovens, só uma investigação minuciosa dirá. E tranquilizará a população, já tão ressabiada por atentados mundo afora.

Coluna Estado Maior

Saída em massa

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu antecipar em seis meses a reforma administrativa que terá que fazer por causa das eleições. Seus auxiliares que pretendem disputar o pleito – e que poderiam ficar até abril de 2018 – terão de deixar o governo em outubro deste ano. A lista inclui até mesmo os homens fortes da gestão, como o chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, e o secretário de Articulação Política, Márcio Jerry.

Mas essa decisão de Flávio Dino, segundo parte da imprensa que tratou do tema na semana passada, foi comunicada pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Rogério Cafeteira (PSB), porque, fatalmente, a saída em massa dos secretários atingirá diretamente a bancada governista na Casa.

Além de Márcio Jerry e Marcelo Tavares, são pré- candidatos nas eleições do ano que vem os secretários de Agricultura, Márcio Honaiser (PDT); de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista (PSDB), de Agricultura Familiar, Adelmo Soares (PCdoB); de Indústria e Comércio, Simplício Araújo (SD); de Trabalho, Julião Amim (PDT), o presidente da Agência Metropolitana, Pedro Lucas Fernandes (PTB) e o secretário de Segurança, Jefferson Portela (PCdoB), além do chefe do Procon-MA, Duarte Júnior (PCdoB).

A saída de Evangelista deverá tirar da Assembleia o líder do maior bloco governista, Rafael Leitoa (PDT), que é suplente. A saída de Julião Amin, do governo, por sua vez, tira da Câmara o suplente Deoclides Macedo (PDT).

Mas o próprio Rogério Cafeteira nega a informação. Diz tratar-se de assunto antigo e entende que os secretários devem mesmo permanecer durante o tempo que a lei lhes permitir. Certamente, Cafeteira deve ter que dar explicações aos colegas que se incomodam com o movimento dos secretários-candidatos.

Uso da máquina – A pressão dos deputados estaduais sobre as ações dos secretários de Flávio Dino tem a ver com a campanha no interior.

Os deputados têm feito várias denúncias ao governador e ao seu líder na Assembleia de uso da máquina para cooptar lideranças. Os principais alvos dos parlamentares são o secretário de Agricultura Familiar, Adelmo Soares, e o presidente do Procon-MA, Duarte Júnior.

Coluna Estado Maior

Dificuldades

por Jorge Aragão

Dentre todos os pré-candidatos que se movimentam com vistas às eleições de 2018 – ao governo e ao Senado -, o senador Roberto Rocha (PSB) vive um dos momentos de maior indefinição. Ele não sabe se disputará mesmo o governo ou se decide negociar apoio com o governador Flávio Dino (PCdoB); não sabe se permanecerá no PSB ou se buscará nova legenda. E não sabe até mesmo se concorre ao governo ou outra vez ao Senado.

Embora se movimente mais do que qualquer outro adversário de Flávio Dino – e até mais que o próprio governador -, o senador não conseguiu construir um grupo em torno de si e segue sozinho em seu projeto de candidatura. E agora com a dificuldade adicional da ameaça de queda do presidente Michel Temer (PMDB).

Mas, mesmo com todas as dificuldades políticas e pessoais, Rocha ainda é o adversário de Dino que mais se movimenta no cenário eleitoral. Mesmo porque, além dele, todos os demais nomes anunciados ainda são projetos de candidatura.

A ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) se movimenta apenas nos bastidores, e só entre aliados consolidados. E não declarou em momento algum que será candidata, embora todas as pesquisas a apontem como a principal adversária de Flávio Dino.

Já a ex-prefeita Maura Jorge, apesar de desenvoltura de candidata, ainda carece de uma estrutura partidária consistente para fazer frente ao governador. E o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) mostra-se ainda indeciso quanto a encarar uma disputa majoritária.

Assim, Roberto Rocha, segue como único nome a se movimentar no tabuleiro da eleição. Mesmo que apenas consigo mesmo.

Coluna Estado Maior

Compasso de espera

por Jorge Aragão

Três partidos com forte atuação política no Maranhão – PMDB, PSDB e PSB – estão em uma espécie de compasso de espera em relação ao andamento das questões políticas de Brasília. E qualquer que seja seu resultado, a crise federal terá influência direta nas eleições maranhenses de 2018.

O PMDB é o partido do presidente Michel Temer, alvo de pressões por uma renúncia. Se o ato extremo ocorrer, obviamente a legenda ganha nova configuração de cenário para a disputa no estado. Entraria o partido em uma disputa sem o fundamental apoio do governo central?

O PSDB, por sua vez, tem seu principal nome – senador Aécio Neves – envolvido diretamente nas denúncias de corrupção trazidas à tona pela delação dos executivos da JBS. E seu revés acaba por diminuir a importância eleitoral do seu partido. Aos tucanos, resta esperar se um deles possa almejar o poder em uma eventual troca de comando em Brasília.

Das três principais legendas, o PSB foi a única que já tomou posição em relação ao governo Temer. O partido decidiu anunciar-se na oposição. E isso, claro, influencia diretamente no projeto do senador maranhense Roberto Rocha. O socialista tem cargos e acesso a verbas no governo Temer, que também podem cair em caso de queda do atual presidente. E sem espaços em Brasília, torna-se missão difícil competir no Maranhão em 2018.

Coluna Estado Maior

Dois pesos e duas medidas

por Jorge Aragão

O Brasil virou de ponta-cabeça após a divulgação de conteúdo da delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS. Na delação, estavam envolvidos o presidente da República, Michel Temer, e o senador do PSDB Aécio Neves. A repercussão foi gigantesca. No Maranhão, muito se falou e entre os que tanto comentaram estão o governador Flávio Dino (PCdoB) e sua trupe.

Mas os comentários de Dino e seus subalternos se restringiram somente a Temer. Pediram diretas já, renúncia do presidente, levantaram teses jurídicas e aliados de Brasília fizeram movimentos – mesmo que fracos – para dizer que são a favor da democracia.

O que chama atenção no episódio é que nem Flávio Dino e nem os seus aliados fizeram a menor das críticas ao senador Aécio Neves, afastado do mandato devido à gravação que deixa claro que ele pediu dinheiro (R$ 2 milhões) ao empresário Joesley para pagar advogados que o defendessem da acusação de recebimento de propina.

Nada de tese jurídica para saber se o tucano poderia ser ou não preso, se ele pode ou não perder o mandato.

Alguns sonhadores, que ainda acreditam em alguma faísca de coerência do governador, até chegaram a comentar se o comunista não defenderia o tucano. Motivo para tal pensamento? A aliança do PCdoB com o PSDB, que teve aval de Aécio Neves, em 2014. A festa para declarar a união entre as legendas teve direito à vinda do senador ao Maranhão com abraços, apertos de mãos, elogios e muitos afagos de Dino ao ego do agora enrolado senador tucano.

Mas como sempre quando têm que se posicionar e o cenário não é favorável, os comunistas fingem que o fato não ocorreu.

Fingiram não ter ocorrido nada com Aécio Neves em relação à delação da JBS, assim como fingiram inexistir a festa tucano-comunista, há cerca de dois anos. Nenhuma palavra. Nem críticas, nem solidariedade.

O jogo de cintura do governador, em nome do seu projeto de poder, parece mais descompassado a cada dia.

Coluna Estado Maior

Todos errados???

por Jorge Aragão

A Secretaria de Infraestrutura do governo Flávio Dino (PCdoB) enfrenta, desde o domingo, 14, uma série de acusações de abandono de obras em rodovias estaduais no interior. E insiste em responder com respostas-padrão, afirmando já estar recuperando os trechos cobrados.

Essa história começou no domingo, quando a deputada Andrea Murad (PMDB) veio a público para denunciar que a MA-020, entregue totalmente construída em 2014, no fim do governo passado, está destruída por falta de manutenção. A parlamentar publicou uma série de fotos para mostrar a situação da rodovia no trecho Coroatá-Vargem Grande.

Na segunda-feira, 15, a Sinfra emitiu nota garantindo que iniciou a recuperação da estrada. Justificou que o trecho foi destruído por causa das carretas acima do peso, combinadas com as intensas chuvas na região.

Terça-feira, nova denúncia, desta vez na região da Baixada. O deputado Edilázio Júnior (PV) revelou que a MA-014 está completamente destruída; e lembrou que foi promessa do próprio Dino a manutenção completa da rodovia.

Ontem, a MA-020 voltou ao debate, quando o deputado Fábio Braga (SD), da base governista, voltou a denunciar a destruição do trecho entre Vargem Grande e Coroatá. O parlamentar governista lembrou que a rodovia é palco de tráfego de importantes caminhões que carregam a safra de grãos. As mesmas carretas que a Sinfra acusou pelo estrago.

Como se vê, na visão dos parlamentares, é a falta de ação do governo que está levando à destruição das rodovias. Mas para a Sinfra, todos eles estão errados.

Coluna Estado Maior