O questionamento pertinente de Adriano Sarney

por Jorge Aragão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), comemorou nas redes sociais o fato de ter sido capa da Revista Carta Capital, onde concedeu entrevista e, obviamente, abordou a conjuntura nacional e teceu críticas ao Governo Jair Bolsonaro.

No entanto, o deputado estadual Adriano Sarney (DEM), também utilizando as redes sociais, revelou algo inusitado sobre a edição da mesma revista e fez um questionamento pertinente.

O Líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Maranhão, afirmou que na entrevista que concedeu e foi publicada pela Revista Carta Capital, foi retirada, coincidentemente, a parte que o deputado afirma que o Governo Flávio Dino tem gasto milhões com a imprensa nacional para lhe divulgar.

Adriano Sarney, após essa estranha e coincidente edição de sua entrevista, fez um questionamento pertinente. Veja abaixo.

De acordo com dados do Portal da Transparência, o Governo do Maranhão já pagou, nos três primeiros meses de 2019, R$ 2,7 milhões à Informe Comunicação Integrada, empresa que cuida da imagem do governador Flávio Dino na mídia nacional.

O detalhe é que o valor que já foi pago até agosto deve ser bem maior e vale destacar que em todo o ano passado a mesma empresa recebeu R$ 4,7 milhões. Ou seja, esse ano o valor deverá ser bem superior.

O Blog do Jorge Aragão vai publicar na íntegra a entrevista que o deputado Adriano Sarney concedeu a Revista Carta Capital e foi editada, sendo suprimida justamente a parte que o parlamentar destaca os gastos do Governo Flávio Dino com a imprensa nacional. Veja abaixo.

Como o senhor descreve a gestão de Flávio Dino?

Péssima, quebrou o estado e a economia maranhense. Enquanto o PIB do Maranhão crescia mais do que a média nacional, hoje cai mais do que a de outros estados. O número de pessoas vivendo na extrema pobreza aumentou em mais de 300 mil. Todas as áreas do governo sofrem com o descaso. Por exemplo, sacou mais de R$ 1 bi do Fundo dos Aposentados estaduais e R$ 150 milhões de recursos federais do Porto do Itaqui, hospitais foram fechados, delegacias sucateadas, etc. Mas na área de comunicação vemos um gasto de R$ 80 milhões anuais, dos quais R$ 7 milhões para comunicação institucional a nível nacional. 

As declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre os paraíbas o incomoda? O que acha dos confrontos entre o governador e o presidente?

Não sou complexado, sou nordestino e maranhense com muito orgulho. Acho esse confronto péssimo para o estado. Um conflito puramente ideológico, cujo único interesse do Flávio Dino é o de se promover a nível nacional.  

Por que o senhor não usa o sobrenome da família? Teme a rejeição?

Não temo rejeição. Uso apenas meu primeiro nome para imprimir minha própria marca. Sou economista, administrador, nunca precisei de emprego público. Meu primeiro cargo público foi pelo voto popular em 2014 e já na oposição ao governo do PCdoB. Nunca fiz parte de qualquer governo e tenho pensamentos próprios. 

O senhor pretende ser candidato a prefeito de São Luís?

Meu partido quer lançar minha pré-candidatura. Estou estudando os números de São Luís e como posso fazer para reverter a situação caótica que se encontra a capital. 

O senhor reclama de perseguição do governador? Pode ser mais específico?

Há quase cinco anos como deputado estadual o governo nunca pagou nenhuma de minhas emendas parlamentares, recursos que iriam para o hospital do câncer e da criança, para segurança, cultura, educação, etc

O governador é bem avaliado no estado e fora.  O senhor acha que o Sudeste tem uma percepção equivocada de Flávio Dino?

Primeiro, acho que a avaliação de Flávio Dino está caindo drasticamente no Maranhão nesse segundo mandato, pois a realidade dos fatos estão batendo na porta. Tenho acompanhado o esforço dele em tentar passar uma boa imagem para fora do estado. O trabalho de marketing e os recursos de mais de R$ 7 milhões anuais do povo maranhense para agenciais nacionais de propaganda tem surtido efeito, apesar de passar uma imagem distorcida da realidade.

A dura resposta de Uchoa as declarações de Portela à Carta Capital

por Jorge Aragão

uchoa

O delegado e ex-secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Governo do Maranhão, malady Sebastião Uchoa, respondeu duramente a matéria “Maranhão em chamas” publicada na revista Carta Capital no último fim de semana.

Uchoa responde as afirmações do atual secretário de Segurança, Jefferson Portela. Para o ex-secretário, “É muita ousadia falar sem conhecimento de causa” e lamentou a total politização da pasta.

O ex-secretário afirmou não ter medo de perseguição e assegurou que só a morte irá lhe calar diante das falácias criadas pelo atual governo sobre a situação de Pedrinhas durante a sua gestão. Veja abaixo a resposta de Sebastião Uchoa.

É muita ousadia falar sem conhecimento de causa por parte de uma pessoa que se quer domina tecnicamente a pasta que politicamente assumiu.

Falar que herdaram desordens, “que estão construindo presídios”, mais precisamente que “… o maior controle sobre os presos resultou na resposta violenta da facção nas ruas” e “Eles queriam o retorno a regras da gestão anterior, quando os presos tinham liberdade para ficar soltos no pátio”, e apelando no sentido de que “o novo governo impôs o uso obrigatório de uniformes e refez o gradeamento de todas as celas”, e que “a realidade prisional do Maranhão é aquela que foi herdada da administração anterior. E “Estamos inaugurando novas unidades, mas convivemos com a superlotação, um problema nacional”, por fim “defende a estratégia de isolamento das facções rivais”, é no mínimo ser digno dos adjetivos que um deputado estadual lhes deu ano passado, assim como de profunda adjetivação recebida numa charge de um conceituado jornal no estado, com a palavra depreciativa de “verborrético”. Onde, parecem-me que bem se encaixa na defesa fundamentalista de um modelo de gestão que já nasceu morto em várias acepções, embora os esforços dos heroicos de plantão existentes nas forças policias civis e militares, no estado.

Desafio a ele ou a quem fizer sua vez para um debate técnico, moral e ético, sobretudo apartidarizado, frente a frente para se discutir Pedrinhas e Segurança Pública em todos os sentidos.

Contudo, repito, tecnicamente, sem jargões, sofismas ou decorebas inflamatórias, que visam vender ilusão ao povo que cansado se encontra diante do caos que se instalou no estado, a partir da completa politização da pasta, tão avisado que se foi, antes que o governo em curso assumisse a grande missão de promover “mudanças” no cenário da gestão estadual como um todo.

Por isso que Carta Capital, desta feita, parece-me não fora tão infeliz com sua matéria, por conseguinte, puxou-me à presente reação.

Por fim, repito: não tenho medo de perseguições sob qualquer espécie e, enquanto continuarem mentindo ou omitindo sobre Pedrinhas e tentando subjugar nossos inúmeros verdadeiros e estratégicos combates a organizações criminosas que se instalaram em Pedrinhas, somente a morte física me calará, tenham certeza disso!!!!

Indiscutivelmente uma resposta dura e precisa.