O senador e ex-juiz federal responsável pela Operação Lava Jato, Sérgio Moro (União-PR), disse que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), teria mentido para o Supremo Tribuna Federal no sentido de beneficiar o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sérgio Moro fez o comentário porque depois de ter informado ao ministro Dias Toffoli, no final de agosto, que não havia encontrado em seus sistemas qualquer dado sobre a existência de cooperação internacional oficial para trazer ao Brasil, no âmbito do acordo de leniência da Odebrecht, nesta semana acabou informando que localizou uma cooperação com a Suíça para recebimento das provas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), entre 2016 e 2017.

“O Ministério da Justiça de Flavio Dino produziu informações falsas para o STF sobre a cooperação da Lava Jato com a Suíça no caso Odebrecht. Com isso enganou um Ministro e obteve uma decisão favorável a Lula e que prejudicou centenas de investigações. Não satisfeitos, o MJ e a AGU abriram, com base no engano, investigações por “crime de hermenêutica” contra procuradores e juízes. Revelada a farsa pela ANPR, o MJ teve que que se retratar. Poderia isso ser mais escandaloso?”, afirmou Moro.

Flávio Dino já reagiu ao comentário de Moro, afirmando que ele é quem deve explicações. O ministro da Justiça afirmou ainda que todos os dados estão à disposição do STF.

“Quem deve explicações sobre atos judiciais de 2016 e 2017 é o ex-juiz, declarado suspeito e incompetente pelo STF. Sobre informações prestadas ao STF, o citado senhor devia lembrar que isso sequer tramita pelo gabinete do Ministro da Justiça. Tudo encontra-se devidamente exposto ao ministro relator no STF, que vai apreciar os fatos. Que o ex-juiz explique lá como utilizaram em 2016 provas que só foram objeto de procedimento formal em 2017. Boa sorte e boa viagem”, destacou Dino.

É aguardar e conferir, mas pelo visto ainda tem muita coisa a ser esclarecida.