Por Joaquim Haickel
Ontem presenciei a entrevista que o presidente José Sarney deu a Charly Braun, premiado roteirista e diretor de “Além da Estrada”, que está realizando para a Globoplay, uma série documental sobre a todo o período de transição política brasileira, do regime de exceção para a democracia, entre os governos Figueiredo e Sarney, e Sarney e Collor, sendo os cinco anos de governo de Sarney, aqueles que efetivamente consolidaram a construção de nossa democracia.
Depois de duas horas de um bate papo descontraído, ficou claro para quem viu a entrevista, assim como ficará patente para quem assistir à participação de Sarney nesta minissérie, que lucidez e coerência não são coisas que se possa encontrar com facilidade em qualquer pessoa, muito menos em qualquer político. Mais que isso, ficou claro que esses artigos raros e de luxo, lucidez e coerência, naquele homem lá das bandas do Pericumã, transbordam, e ainda vêm acompanhados de uma singela simplicidade, que coroa o alto de seus 93 anos.
Ouvi aquilo tudo que Sarney disse a Charly e pensei comigo mesmo, sobre o privilégio que tive por ter sido testemunha de alguns daqueles acontecimentos, principalmente aos ligados à Assembleia Nacional Constituinte. Enquanto ele falava, eu rebobinava a fita de minha memória e visitava eventos e fatos acontecidos naquela época, fatos e eventos que nem sempre foram entendidos da maneira que Sarney expunha agora, e sob a lente da maturidade e do bom senso, os reavaliava.
Quando cheguei em casa, minha mulher me perguntou onde eu estava, pois minha cara era de alguém que viu passarinho verde e eu lhe disse que estava em uma aula de pós-doutorado. Ela não entendeu nada, mas eu expliquei-lhe que cada encontro com Zé Sarney, equivale a uma aula de pós-doutorado em política, em sabedoria, e em compreensão das coisas da vida.
Agora, enquanto escrevo esse texto, me senti triste, porque muitos jovens não terão a sorte e a felicidade que eu e alguns outros tivemos, de conhecer pessoas como “José” e como “Sarney”, duas entidades que compõem esse gigante, que só terá reconhecido o seu devido valor, muitos anos depois que não mais pudermos agradecer a ele pessoalmente.
Joaquim Haickel de novo ? Jorge, por favor nos livre desse sujeito. Insuportável.
Mas amigo, basta não ler, não é mais simples???;
kkkkkkkkk
O mais engraçado é que você é tão covarde que não tem coragem de assinar o seu verdadeiro nome!…
Coluna essencialissíma! Só não aprecia quem não sabe o que é bom! Só lamento que hoje Joaquim já não joga mais, mas como todo bom jogador que “se aposenta”, ainda pode é capaz de dar aulas. Me refiro a política, fora cultura, filosofia… Enfim..
Deixa de ser leviano, turco.
O texto despertou a curiosidade sobre o conteúdo da entrevista. Vou esperar pelo lançamento no Globoplay…
Parabéns pelo texto, muito rico e sujestivo…
Sou um leitor assiduo do Blog e aproveito para parabenizar o Blog em publicar os artigos semanais de Joaquim Haickel. São excelentes…
Pra quem gosta de m…. é um bom prato.
A múmia saiu do sarcófago.