O deputado estadual Yglesio Moyses (PSB), nesta semana, questionou o julgamento do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Inicialmente, Yglesio disse que o julgamento seria uma tentativa de calar os votos de Bolsonaro. Depois, ainda mais crítico, o deputado fez uma analogia dos eventuais crimes de Bolsonaro com o do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O PDT pediu a inelegibilidade do ex-presidente, já que Bolsonaro, em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, questionou o resultado do processo eleitoral e levantou dúvidas sobre urnas eletrônicas e criticou ministros de tribunais superiores.

“Tivemos o início da tentativa de calar os 58.206.322 votos com o julgamento no TSE. Um foi condenado e ficou preso por corrupção por 20 meses. Foi eleito presidente. O outro não cometeu crime algum, no máximo uma fala sujeita a críticas e vai ficar oito anos inelegível. Que Justiça é essa? As coisas por aqui andam estranhas”, destacou Yglesio.

O curioso é que Yglesio já entende que a derrota de Bolsonaro, mais cedo ou mais tarde, acontecerá.

Talvez, Yglesio esteja contabilizando a derrota pelo fato de a maioria dos membros atuais do TSE, cinco dos sete, terem sido indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do ministro Alexandre de Moraes. Veja abaixo.

Cármen Lúcia, vice-presidente da Casa, nomeada por Lula para o STF em 2006;

Benedito Gonçalves, corregedor e relator do processo, nomeado por Lula para o STJ em 2008;

Raul Araújo Filho, nomeado por Lula para o STJ em 201;

André Ramos e Floriano de Azevedo, que chegaram neste ano ao TSE por nomeação direta de Lula a partir da lista enviada pelo STF.

Os outros dois membros são: o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que apesar de ser indicado pelo ex-presidente Michel Temer, é desafeto público de Bolsonaro; e Kassio Nunes Marques, indicado ao STF por Jair Bolsonaro em 2020.

É aguardar e conferir, mas para muitos o placar será de 6×1 pela inelegibilidade de Bolsonaro. O julgamento será retomado na próxima terça-feira (27).