Por Felipe Camarão

De 2016 até o presente ano, a temática analfabetismo tem sido presente e recorrente no nosso jeito de fazer educação. Sempre em busca de opções, formatos e parcerias que contemplem essa parcela da população maranhense que não sabe ler e escrever.

Agora, em junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou uma pesquisa importante que demonstrou significativa queda na taxa de analfabetismo no Maranhão. Saímos de 14,6% para 12,1%, a maior diminuição do país.

De certo e sem demagogias, muito temos a caminhar e a fazer para alcançarmos melhores números, diante de um cenário nacional devastado em várias esferas, buscamos, dia após dia, remar contra a corrente e trilhar caminhos pelos quais alcançássemos melhores resultados.

A nossa busca é por qualificação e melhoramentos na educação do estado, tanto para quem ensina quanto para quem aprende. Para nós, não são apenas números, é a materialização da mudança acontecendo na vida de milhares de maranhenses. Mais um indicativo de que as decisões que tomamos até aqui foram acertadas.

O caminho é longo, repito! Mas caminhar já nos tira do lugar!

Desde quando recebi esses dados e penso nesses 2.5%, esboço um sorriso. Vidas estão sendo mudadas, realidades estão sendo modificadas por alcançar direitos. E vamos seguir recalculando rotas, pois vamos tornar o nosso estado um território livre do analfabetismo. Perspectiva ousada? Sim! É preciso ousar quando se trata de reescrever histórias e torná-las realidade. Serão rostos, famílias inteiras à luz da leitura e da escrita.

Entre os anos de 2016 a 2018, muitos devem lembrar, que tivemos a alfabetização de 25 mil maranhenses por meio do Programa “Sim, eu posso!”, uma parceria construída e sedimentada entre o Governo do Estado e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que levou a metodologia inovadora para 15 municípios do Maranhão.

Revisito minhas memórias e trago aqui a história da Dona Graciliana da Vitória, do município de Aldeias Altas, que, à época, com 89 anos, foi alfabetizada pelo método. Graciliana, mãe de 14 filhos, já era avó, bisavó e tataravó, venceu as barreiras do analfabetismo e após tantos anos de vida, escreveu o próprio nome.

E é por conta de trajetórias como a de Dona Graciliana que vamos tornar o nosso estado livre do analfabetismo. Prosseguiremos com as ações já estabelecidas e lançaremos, dentro dos próximos meses, a “Jornada da Alfabetização”. Esse programa vai implementar novas ações de alfabetização de jovens, adultos e idosos que estão em situação de analfabetismo absoluto.

A “Jornada da Alfabetização” vai promover, por meio das habilidades de leitura e escrita, a cidadania, a inclusão social, econômica e cultural das pessoas. O véu do analfabetismo irá cair e com ele surgirá a luz do conhecimento, da dignidade e da inclusão social!