Tivemos, nesta quarta-feira (21), mais um capítulo da polêmica eliminação da equipe de futsal masculino infanto da escola Upaon-Açu dos Jogos Escolares Ludovicenses (JEL’S) 2023.

Diante de uma denúncia da prática de racismo de um eventual torcedor do Upaon-Açu, no jogo contra o IEMA, pelos JEL’S, a Comissão Disciplinar Especial da competição decidiu suspender a equipe pelo período de 180 dias e aplicar uma multa de um salário mínimo, convertido em cestas básicas.

A partida foi válida pela fase de grupos, o Upaon-Açu liderava o grupo e passaria em primeiro lugar, enquanto que o IEMA poderia ter sido eliminado da competição.

Só que o Upaon-Açu decidiu recorrer, pois estava inconformado com a decisão, já que além de alegar inocência, a escola, de maneira acertada, afirmava que não haviam sido comprovadas, em momento algum, as ofensas e, consequentemente, a prática do racismo.

Diante dos fatos, o Ministério Público, através do promotor Lindonjonson de Sousa, da 2ª Promotoria de Justiça da Defesa da Educação, recomendou que o Tribunal de Justiça Desportiva Escolar (TJDE) reintegrasse a equipe de futsal infanto masculino do colégio Upaon-Açu nos JEL’S.

Perante a recomendação, o TJDE decidiu, por unanimidade, “pela recondução da mesma nos jogos escolares maranhenses (JEM’S)”. Ou seja, devolvendo o direito da equipe do Upaon-Açu de disputar novamente a competição (Clique aqui e veja a decisão)

No entanto, de maneira equivocada, a Secretaria Municipal de Esporte de São Luís (SEMDEL) deu sequencia a competição, optando por não aguardar a decisão final do TJDE.

Os JEL’S é uma etapa classificatória dos JEM’S e somente as duas primeiras colocadas dos JEL’S participam da fase metropolitana, que garantirá uma vaga para a fase final dos JEM’S.

Só que depois de errar em não paralisar a competição, a SEMDEL, querendo corrigir o erro, decidiu errar de novo, já que optou por beneficiar o Upaon-Açu, criando uma terceira vaga, não existente, e incluindo o Upaon-Açu como uma terceira equipe classificada.

O problema é que a decisão, além de exdrúxula, é injusta. O Upaon-Açu não passou pelas demais fases, como oitavas, quartas e semi-final, já que estava suspenso.

Sendo assim, para tentar minimizar os erros, a SEMDEL deveria retornar ao início da fase eliminatória dos JEL’S, afinal classificar uma equipe sem que ela tenha jogado as fases eliminatórias é injusto e um benefício, que diga-se de passagem, o Upaon-Açu jamais procurou.

Além disso, com a equipe do Upaon-Açu em quadra, os confrontos que classificaram duas equipes para fase metropolitana – Instituto Bom Pastor e Instituto Magnólia – poderiam ter sido outros e, obviamente, com resultados diferentes.

É aguardar e conferir, mas não se pode jamais corrigir um erro, com outro erro e muito menos uma injustiça, com outra injustiça.