É impressionante a quantidade de problemas que a OAB-MA está enfrentando na condução do processo de escolha do novo desembargador do Maranhão, através do Quinto Constitucional.

Inicialmente, a OAB-MA, depois de se dizer “perplexa” com a denúncia feita pelo advogado Márcio Almeida, foi obrigada a admitir os erros grosseiros, anular a primeira eleição e realizar um novo pleito.

Sobre os dois pleitos, o que se viu foi uma diferença enorme da votação entre alguns candidatos, como o exemplo do advogado Gustavo Sauaia de Oliveira, que teve 2.791 votos na primeira eleição e foi o mais votado entre os homens, mas, de maneira inexplicável, perdeu mais de mil votos em menos de 30 dias e no segundo pleito teve somente 1.628 votos.

Depois da segunda votação e da definição da lista sêxtupla encaminhada ao Tribunal de Justiça do Maranhão, veio o primeiro questionamento e sobre o advogado indicado na cota racial.

O candidato que venceu a votação para a vaga de cota racial foi o advogado Hugo Passos. O problema é que Hugo Passos se declarou pardo, mas a sua auto declaração foi indeferida pela Comissão de Heteroidentificação da OAB-MA. Hugo Passos recorreu e a Comissão Recursal manteve o indeferimento.

No entanto, Hugo Passo conseguiu uma liminar na Justiça Federal para concorrer a vaga da cota racial. A decisão foi do juiz federal substituto em regime de plantão, André Coutinho da Fonseca Fernandes Gomes.

Só que estranhamente a OAB-MA, até o momento, não recorreu. Neste processo a ANAN (Associação Nacional da Advocacia Negra) já pediu habilitação como parte interessada.

Agora, o mais novo problema, foi um questionamento sobre o tempo de advocacia do candidato Flávio Costa. A celeuma levou a uma impugnação do advogado Aldenor Rebouças Júnior, que fez com que o presidente do Tribunal de Justiça, Paulo Velten, desse um prazo de 15 dias para a OAB-MA se posicionar.

Inegavelmente, foram muitos problemas para um processo organizado pela OAB-MA e que deveria ter sido exemplar, sem falhas e muito menos desconfianças.

Para piorar, a decisão agora está nas mãos dos desembargadores do Maranhão, alguns almejando voos mais altos em tribunais nacionais e obviamente não querendo ter que enfrentar nenhum problema, principalmente com o CNJ – Conselho Nacional de Justiça.

É aguardar e conferir.