Como já era esperado, o Governo dos Estados Unidos criticou nesta segunda-feira (17) o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Quando esteve na China e nos Emirados Árabes, Lula, em alguns momentos, chegou a afirmar que os Estados Unidos contribuem para a guerra.

“A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade desta guerra”, disse Lula em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

Na China, o petista defendeu o fim do envio de armamentos para a Ucrânia, dizendo que os Estados Unidos estariam incentivando a guerra.

“É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz pra gente poder convencer o Putin e o Zelensky que a paz interessa a todo mundo — e a guerra só tá interessado, por enquanto, aos dois”, afirmou Lula.

Para a Casa Branca, o Brasil está “papagueando” o discurso adotado pela Rússia para negar que tem culpa pelo conflito.

Em entrevista a jornalistas, o chefe de comunicação do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, lamentou que o Brasil esteja menosprezando os fatos e tenha evitado condenar a Rússia pela guerra.

“Francamente, neste caso, o Brasil está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto. É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra”, afirmou.

A fala de Lula também foi rebatida pelo porta-voz da Comissão Europeia para Negócios Estrangeiros e Políticas de Segurança, Peter Stano.

“Não é verdade que os EUA e a União Europeia estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das Nações Unidas. Em referência às falas do presidente brasileiro, gostaria de lembrar apenas alguns fatos básicos. O fato número um é que a Rússia, e apenas a Rússia, é responsável pela agressão ilegítima e não provocada contra a Ucrânia. Então, não há dúvidas sobre quem é o agressor e quem é a vítima”, afirmou Stano.