Mesmo com mais uma decisão judicial declarando a greve dos professores como ilegal, professores de oposição tumultuam assembleias, impedem professores contrários a greve de votar e mais uma vez adiam a volta as aulas de estudantes, prejudicando o futuro daqueles que deveriam ser o foco total de um verdadeiro educador.

O Maranhão, sabidamente, é o segundo estado que melhor paga os professores. Só esta informação já é o suficiente para deslegitimar qualquer movimento paredista. Isso porque não é razoável negar o direito fundamental de nossos jovens de receber educação para pleitear valorização salarial em um estado que tem o segundo maior salário do país. Isso mesmo! Ainda que não tenhamos o melhor desempenho nos índices educacionais, os professores percebem salários maiores que a maioria dos colegas de outros estados.

Isso é motivo de vários professores dos estados vizinhos a fazerem concurso em nosso estado para obterem valorização. A luta por melhores condições de vida é inegociável, deve ser realizada e deve ser de constante debate, mas deve também respeitar a Constituição Federal que garante a Educação como um direito do povo e um dever do Estado.

As assembleias que aconteceram nos últimos dias foram uma demonstração clara do descompromisso de parte da classe de professores com o futuro da carreira e da juventude do estado do Maranhão.

O discurso de que “o professor deseja estar em sala de aula” caiu por terra, na medida em que mesmo com a proposta do estado de aplicar o reajuste, no limite proposto segundo a lei de responsabilidade fiscal, de 11% em duas parcelas, uma em janeiro e outra em julho, com o objetivo de suspender a greve, mas não de interromper a mesa de negociação de modo que, mesmo após o fim da greve, sindicato, professores e Ministério Público continuariam os debates para realizar auditoria na folha com o objetivo de encontrar margens para desenvolver a pauta financeira.

Isso fica mais claro, quando recebemos os relatos de hostilidade a professores que votaram pelo fim da greve e a completa balburdia proposta por aqueles que deveriam educar, mas impediram os pares de votar, não permitiram a participação corrompendo o processo.

A justiça maranhense, seguindo a jurisprudência dos tribunais superiores, já bloqueou mais de 350 mil reais das contas do sindicato e já aplicou mais 1,8 milhões de reais em multas reconhecendo a ilegalidade do movimento grevista que impõe sérios prejuízos ao futuro da sociedade do estado.

Não há clima de greve com propostas encaminhadas pelo executivo estadual com total indisposição do sindicato em negociar e de maneira intransigente manter uma greve sem pensar nos estudantes e no futuro da carreira.

É aguardar e conferir.