Obviamente que o fato político que mais chamou atenção nesta quarta-feira (22) foi a Operação da Polícia Federal que, em cinco estados, prendeu nove membros de uma quadrilha que se preparava para sequestrar e assassinar servidores públicos e autoridades, um dos alvos era o senador da República, Sérgio Moro (União-PR).

Nas redes sociais, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), se solidarizou com Moro, lembrou outros episódios de violência envolvendo políticos, insinuou que não pode ser coincidência e afirmou que uma CPMI assombra os “inimigos da democracia”.

“Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda. -Nossa solidariedade a Sérgio Moro, Lincoln Gakiya e famíliares. A CPMI assombra os inimigos da democracia”, afirmou o ex-presidente.

Já o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo menos até o início da noite, optava pelo silêncio, mesmo diante de uma operação que tinha como um dos objetivos executar um senador da República.

Para piorar, na terça-feira (21), em entrevista ao site Brazil 247, Lula declarou que repetia um “mantra” quando esteve preso na Polícia Federal (PF), em Curitiba. O petista afirmou que sempre que recebia visitas e estas perguntavam se ele “estava bem”, ele respondia: “Só vou ficar bem quando eu foder com o (Sérgio) Moro”.

Defesa – Apesar do silêncio equivocado de Lula, que deveria se posicionar se solidarizando com o senador Sérgio Moro, mesmo sendo seu adversário político, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), classificou de disparate vincular a fala do presidente Lula sobre Sergio Moro à organização criminosa que planejava um ataque ao senador.

“Nós estamos vendo em redes sociais uma narrativa escandalosamente falsa de que haveria uma relação entre entrevistas ou declarações do senhor presidente da república com estes planejamentos. Isso é um disparate, uma violência e nós não aceitamos isso. Eu fico espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria, tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo”, afirmou Dino.

O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), foi na mesma linha e repudiou qualquer ilação entre os dois episódios.

“Com eficiência, a Polícia Federal conseguiu frustar os planos de organizações criminosas para assassinato de agentes públicos. Agora, insinuar que falas do presidente Lula estejam vinculadas a isso é uma estratégia vil de manipulação da informação”, destacou Brandão, que se junta a Lula na comitiva brasileira oficial em visita a China.