O senador Marcos do Val (PL), que tem sido um árduo crítico da gestão de Flávio Dino (PSB) a frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, decidiu também criticar uma eventual ida do maranhense Nicolao Dino para o comando da Procuradoria Geral da República, em substituição ao atual titular, Augusto Aras.

Marcos do Val afirma que Nicolao Dino só seria conduzido ao cargo para uma eventual proteção do seu irmão, o ex-governador e senador eleito, Flávio Dino.

No entanto, Marcos Val parece desconhecer que Nicolao Dino já vem tendo seu nome cogitado para o cargo bem antes e não o ocupou anteriormente por uma decisão do então presidente da República, Michel Temer (MDB), que usou a prerrogativa de não respeitar a ordem da lista tríplice na indicação do nome para a PGR.

Em 2017, Nicolao Dino foi o mais votado para substituir o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e encabeçaou a listra tríplice encaminhada pelo Ministério Público Federal. Nicolao recebeu 621 votos, contra Raquel Dodge (587 votos) e Mario Luiz Bonsaglia (564 votos). Temer optou por escolher Dodge para o cargo.

Já em 2021, na última lista tríplice encaminhada para o então presidente da República, Jair Bolsonaro, lá estava novamente o nome de Nicolao Dino, mas novamente foi vetado, muito provavelmente por ser irmão de Flávio Dino, opositor de Bolsonaro.

Sendo assim, se por ventura Nicolao Dino voltar a configurar a lista tríplice e vier a ser indicado para comandar a PGR, não terá nenhuma relação com as acusações feitas por Marcos do Val.

Agora, é óbvio que se Flávio Dino atrapalhou involuntariamente o irmão em escolhas anteriores, pode, e deve, ajudar na próxima escolha, afinal quem decide é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado de Flávio Dino.

É aguardar e conferir, mas precisamos ser justo e dar a Nicolao o que é de Nicolao.