Depois de arquivar uma notícia-crime contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), por omissão intencional nos atos criminosos em Brasília (DF), protocolada pelo vereador de Belo Horizonte e deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes decidiu incluir nas investigações o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

A inclusão de Bolsonaro nas investigações foi uma solicitação da Procuradoria Geral da República e acatada pelo STF, através do ministro Alexandre de Moraes.

O inquérito mira “autores intelectuais” e instigadores dos atos criminosos em Brasília. A representação enviada ao STF foi assinada por integrantes do Ministério Público Federal.

O MPF justificou a solicitação da inclusão de Bolsonaro por um vídeo postado pelo ex-presidente, no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos de vandalismo, questionando a lisura das eleições de 2022. Apesar do vídeo ter sido apagado no dia seguinte, o MPF entendeu que Bolsonaro teria praticado incitação pública à prática de crime.

“O pronunciamento do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal – imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o Tribunal Superior Eleitoral –, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi é fraudado”, escreveu o ministro.

É aguardar e conferir, mas muitos vão compreender que Alexandre de Moraes estaria se utilizando de dois pesos e duas medidas para definir quem serão os investigados pelos criminosos e vergonhosos atos no DF.