É óbvio que a vitória foi do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não se pode fechar os olhos para que o sentimento expressado em 2018, se repetiu em 2022, mas com atores em posições diferentes.

Em 2018, mais do que uma vitória de Jair Bolsonaro (PL), que se elegeu presidente da República, foi uma nítida derrota da esquerda e principalmente do PT. O eleitor optou por uma guinada e escolheu Bolsonaro para isso.

No entanto, em 2022 o sentimento se repetiu. Nesta eleição, mais do que uma vitória de Lula, foi uma derrota individual de Bolsonaro. A sua postura rude, arrogante, prepotente, insensível em alguns momentos, lhe impuseram esse revés.

Ao contrário do que alguns comentam ou pensam, a esquerda não venceu a direita, tanto que a maioria dos governadores eleitos estão no espectro da direita e muitos eleitos com apoio de partidos ligados a Bolsonaro. O mesmo efeito se viu no Congresso Nacional, tanto na Câmara Federal quanto no Senado, onde a maioria que assume em 2023, neste momento, defendia a continuidade do Governo Bolsonaro.

O Governo de Bolsonaro, ao que parece não foi julgado pela maioria do eleitorado, mas sim a sua postura como presidente da República. Faltou ainda “jogo de cintura” a Bolsonaro, algumas situações não haveria necessidade de ter “esticado tanto a corda” e criado inimigos em diversos segmentos. Se sobrou “estômago” para engolir o que pensava e se aliar ao “Centrão”, pela governabilidade, faltou ter a mesma capacidade para outros embates infrutíferos.

No mesmo dia da eleição, de maneira acertada, Lula já buscou um discurso de pacificação e unidade, já pensando na sua governabilidade e por ter compreendido o recado das urnas, apesar da vitória.

Já Bolsonaro, após quase 20 horas do resultado da eleição, segue sem se pronunciar, nem mesmo para agradecer aos quase 60 milhões de votos que teve em todo o Brasil.

É aguardar e conferir.