Não foi dessa vez que o desembargador maranhense Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ney Bello era cotado para assumir uma das duas vagas do STJ, mas o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), escolheu os dois nomes e deixou o maranhense de fora.

Nesta segunda-feira (01), após uma indefinição de dois meses, Bolsonaro decidiu por indicar os desembargadores Messod Azulay e Paulo Sérgio Domingues para o STJ. A decisão já foi publicada no Diário Oficial da União.

No início de julho, após revogar a prisão preventiva do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, Ney Bello chegou a ser apontado como favorito pela imprensa nacional (reveja). O maranhense teria apoio do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

No entanto, segundo a colunista Malu Gaspar, de O Globo, quem praticamente vetou a ida de Ney Bello para o STJ foi o ministro do STF, Nunes Marques, apontado como protagonista no processo de escolha de Bolsonaro.

“Um dos mais influentes interlocutores do presidente, o ministro vetou o desembargador Ney Bello, até então considerado favorito para uma das vagas”, assegurou a colunista.

Ney Bello integra o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), onde Kassio atuava antes de assumir uma cadeira no STF. Os dois chegaram a travar uma disputa de bastidores por essa mesma vaga de ministro do STJ, antes de Bolsonaro decidir nomear Nunes Marques para o Supremo, em 2020.

No auge da tensão, Nunes Marques se demonstrava convencido de que Bello conspirava contra ele. Ao final, Nunes Marques foi para o STF e Ney Bello continuou esperando pela vaga no STJ, mas o embate deixou marcas. Um interlocutor desses magistrados define a relação entre os dois como “ácida”.

Ney Bello pediu então para se encontrar com Nunes Marques em seu gabinete, mas saiu da conversa sem a garantia de apoio.

Sendo assim, não foi dessa vez que Ney Bello chegou ao STJ, mas nunca esteve tão próximo.