A saída do governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB ainda rende e alguns comunistas não escondem o descontentamento e a reprovação pela atitude do futuro filiado do PSB.

Entre os que demonstraram insatisfação está o deputado federal Orlando Silva. Nas redes sociais, o parlamentar disse que a articulação para a saída foi “coisa de cinema” e atribuiu o episódio ao principal aliado, leia-se o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já o professor Aloísio Sérgio Barroso, membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em artigo publicado na sexta-feira (18), classificou a atitude do governador maranhense como “desleal”.

Após meses inventando uma conversa de “fusão” partidária com o PSB, o governador do Maranhão desfila-se do PCdoB, às vésperas de reunião da Direção Nacional convocante do seu 15º Congresso. Flávio Dino e seus funcionários passaram mais de um ano plantando fartas notas na mídia burguesa sobre algo inexistente, enquanto aprontava as malas para o PSB: este partido, inclusive, jamais deu uma palavra formal sobre a tal “fusão” com o PCdoB. 

Flavio Dino foi DESLEAL com o Partido Comunista do Brasil, provocou enorme confusão na militância de norte a sul, chegando a insinuar que o PCdoB estaria liquidado institucionalmente; outra mentira que mistura não realizar eventualmente a (restritiva e antidemocrática) “cláusula de barreira”, com o suposto fim da representação parlamentar e institucional desse partido. Mais ainda: para não sair sozinho do Partido tentou “arrebanhar” importantes lideranças comunistas, que, dignamente, a isso rechaçaram. O que faz suspeitar que havia também o objetivo de “esvaziar” e assim desacreditar mais ainda o PCdoB. Ou aparentá-lo mais insignificante.

Já Elias Khalil Jabbour classificou a atitude como “golpe baixo” e “deslealdade” de Flávio Dino diante do momento difícil que o PCdoB vai atravessando.

Apesar de já anunciada, a saída antecipada de Flávio Dino parece ter deixado rusgas que talvez só o tempo irá apagar, mas que podem atrapalhar uma aliança já em 2022 na disputa pela Presidência da República.

É aguardar e conferir.