Acaba sendo estarrecedor e revoltante, o relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), referente a 2020, sobre a aplicação de recursos de prefeitos maranhenses no enfrentamento da Covid-19.

De acordo com o levantamento do TCE, 16 prefeitos do Maranhão, em 2020, deixaram de investir cerca de R$ 73 milhões, enviados pelo Governo Federal, para o combate a pandemia nos seus respectivos municípios.

Os números levam em consideração informações prestadas pelas próprias gestões locais ao Sistema de Acompanhamento de Contratações Públicas (Sacop), do TCE, e nos portais da transparência municipais.

O prefeito que mais deixou de aplicar recurso para combater a Covid-19, de acordo com o TCE, foi o ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa. Só Timon recebeu no ano passado R$ 19,6 milhões do Governo Bolsonaro, e não havia informado, até o fim do exercício financeiro, nenhum gasto desse recurso.

Na sequencia aparecem as prefeituras de Vitorino Freire, com R$ 11,1 milhões recebidos e não aplicados, e Tutóia, com R$ 7,6 milhões. As demais prefeituras citadas nesse levantamento do TCE, são: Amapá do Maranhão (R$ 1,2 milhão), Centro Novo (R$ 3,6 milhões), Cidelândia (R$ 2,1), Formosa da Serra Negra (R$ 3,1), Godofredo Viana (R$ 1,6 milhão), Lago Verde (R$ 3,4), Mirinzal (R$ 2,5 milhões), Olho d’Água das Cunhãs (R$ 2,3 milhões), Pirapemas (R$ 3,3 milhões), Presidente Médici (R$ 1,4 milhão), Raposa (R$ 4,3 milhões), Santa Filomena (R$ 2 milhões) e Turiaçu (R$ 3,5 milhões).

O prejuízo ao combate ao novo coronavírus, no entanto, ainda pode ter siso maior no Maranhão. Isso porque, além dos 16 municípios que não registraram nenhum gasto de verba federal enviada para a luta contra a Covid-19, diversas outras prefeituras informaram gastos inferiores a 10% do total recebido.

Baseado nesse levantamento, não é errado afirmar que o cenário da Covid-19 poderia ser outro no Maranhão, se alguns gestores municipais tivessem feito sua parte.