A Comissão de Educação (CE) recebeu, nesta quarta-feira (09), o ministro da educação, Milton Ribeiro, chamado para explicar os cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC). Em sua fala, o chefe da educação do governo Bolsonaro cometeu erros e fez confusão quanto a definições de termos como ao falar de ‘minoria social’, reduzindo o significado ao quantitativo. O deputado federal Bira do Pindaré (PSB) foi obrigado a corrigi-lo.

O parlamentar recomendou que Milton Ribeiro estudasse mais. “O conceito de minoria não está associado à quantidade, mas a oportunidades. As minorias que nós tratamos são as que estão historicamente excluídas da sociedade; é o caso, por exemplo, da população negra, que em termos quantitativos é maioria em nosso país, mas em termos de oportunidades é minoria”, explicou.

Ele acrescentou que a tentativa do ministro de fundamentar a defesa do homeschooling em cima do conceito de minoria está completamente equivocada. O maranhense lembrou que esta modalidade de ensino, em que os pais assumem a função de professores na educação dos filhos, só atende os privilegiados.

“Quem tem as condições de educar os filhos em casa, são os privilegiados. A população trabalhadora, pobre e preta do Brasil, não tem esse privilégio. Nós precisamos de escolas, com professores e professoras valorizadas, com equipamentos e estrutura digna. Essa é a nossa prioridade”, defendeu.

Outro ponto levantado por Bira, que é presidente da Frente Parlamentar Quilombola e Combate ao Racismo, foi a Lei de Cotas, que passará por revisão obrigatória no próximo ano. Ele questionou qual a posição do ministro em relação às cotas raciais, da reserva de vagas na pós-graduação e também da Lei 10.639, que trata do ensino de história da África nas escolas brasileiras.

“O ministro Weintraub, que fugiu para os Estados Unidos, deu diversas demonstrações de perseguição à população negra desse país. Tanto que revogou em uma canetada a reserva de vagas em pós-graduações para as minorias”, completou.