O Instituto Federal do Maranhão publicou recentemente edital para realização do processo seletivo público para cursos oferecidos pela instituição para o ano letivo de 2021.

De acordo com o professor Caio Sad, coordenador da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (FENET), a escolha pelo sorteio como forma de entrada nos Institutos Federais acaba gerando um problema maior a curto prazo: a evasão escolar.

Estudantes podem ingressar em cursos para os quais não possuem real interesse ou aptidão, beneficiados por um método que não exigiu nenhum esforço. Contudo, o cotidiano exigente de atividades educacionais no instituto pode levar quem não quer se dedicar a abandonar os cursos, prejudicando as avaliações do IFMA e podendo gerar aumento da evasão escolar por abandono.

Para o professor do IFMA e membro da diretoria do SINASEFE Monte Castelo, Pedro Ribeiro, “o sorteio não é melhor forma de fazer o seletivo. É certo que não podemos ter uma prova presencial devido a pandemia de COVID, mas nós temos inúmeros estudantes passaram o ano inteiro se preparando para realizar esse seletivo e que agora precisam contar unicamente com a sorte. É injusto”, comentou.

Para Pedro Ribeiro, a direção do IFMA deveria ter consultado a comunidade acadêmica para buscar soluções em conjunto. “Uma das propostas é a análise de currículo”, complementou.

Reunião – Nesta semana a diretoria do SINASEFE Monte Castelo, professores, técnicos educacionais e representantes de Grêmios Estudantis de alguns campi do IFMA reuniram-se com o Defensor Público Federal, Titular do Núcleo de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPU no MA, Yuri Costa, para tratar do edital lançado pelo IFMA.

Participaram da reunião, estudantes e professores de Barreirinhas, São Raimundo das Mangabeiras, Grajaú e São Luís.

A metodologia anunciada pelo IFMA pegou de surpresa estudantes por todo o Estado que estavam se preparando para os exames de seleção.

“Muito embora o IFMA tenha informado tratar-se de uma situação excepcional, em decorrência da pandemia, o modelo de sorteio vem sendo utilizado há alguns anos em Institutos Federais de outros Estados, o que pode sinalizar a possibilidade de uma mudança definitiva do modelo de seleção de ingresso de alunos para o IFMA”, lembra o advogado do Sinasefe Monte Castelo, Rafael Silva.

A Defensoria Pública da União informou que enviará questionamento oficial ao IFMA para esclarecer pontos fundamentais sobre o processo seletivo anunciado pela instituição e, após isso, analisará a possibilidade de acionamento judicial sobre o caso.