Por José Sarney
O tempo é uma invenção dos homens. O que existe é a eternidade, sem começo nem fim. Mas o homem resolveu marcar a vida pelos anos. Nós, cristãos, pelo nascimento de Cristo, há 2020 anos, menos que uma gota de água na imensidão dos dias e das noites. Os judeus têm o seu calendário, os chineses idem, e nós este que seguimos, chamado de gregoriano porque foi São Gregório que conseguiu esta fórmula de 28 dias em fevereiro, de quatro em quatro anos 29 e meses de 30 e de 31 dias, tudo de modo a fechar a rotação da Terra em torno do Sol nos 365 dias e ¼ de um ano.
No tempo bíblico se vivia muito. E não são poucos os personagens que viviam séculos, o maior deles, Matusalém, avô de Noé, que chegou aos 969 anos e não sabia quantos filhos, netos, bisnetos e tataranetos tinha, porque todos eram avós e bisavós e já tinham morrido. Até aos 187 anos procriou e Noé, seu neto, até aos 500 anos. Todos os patriarcas, segundo a Bíblia, viveram muito e funcionaram demais.
Hoje, na sociedade digital, da comunicação em tempo real, a gente tem a impressão de que há uma compressão do tempo, porque tudo passa rápido e a gente sabe de tudo enquanto acontece. O ano passa como um raio e quando a gente pensa que é janeiro já é setembro e logo acaba um ano e começa outro. Aqui no Brasil querido, não se conta os anos por primavera, verão, outono e inverno. É Natal, Carnaval, Quaresma, São João, julho das férias, Semana da Pátria, feriado gostoso de meio de semana que a enforca toda, Finados e dezembro com os sinos do Natal que começam a tocar em outubro. E o ano acabou e começa tudo de novo.
As mulheres não gostam muito de conhecer o fim dos anos. Eu tinha uma tia solteirona, velha, que tomava conta da casa de um tio avô. Um dia, seu aniversário, perguntei-lhe: “Manana – era seu nome -, quantos anos a senhora está fazendo?” Ela me tomou pelo braço, entrou no quarto e me disse: “72 anos, agora vai dizer lá fora, seu abelhudo.”
Eu tinha um amigo cuja família toda se preparou para comemorar os seus 70 anos. Data redonda, que marca a vida de todos nós, porque a partir daí começa a velhice mesmo. Ele se recusou a fazer 70 e proibiu a família de falar nisso. Uns dois anos depois – éramos muito amigos e vizinhos – seus filhos me procuraram: “Tio Sarney, veja se papai aceita completar 70 anos, nós estamos com a festa feita já há três.” Não houve jeito. Nunca revelou a idade e, quando se fazia o livro da biografia dos senadores, seu maior cuidado era ir à Gráfica do Senado e subtrair uns dois anos.
A verdade é que é muito bom fazer aniversário e assistir à mudança de ano. Saulo Ramos, meu querido amigo, sempre dizia: “A outra solução é pior. Melhor é confessar!”
Em São Bento tinha um senhor muito respeitado que era casado com uma viúva que tinha uma enteada balzaquiana. Dizia-se que vivia com as duas. Mexerico da cidade. Uma doida, dessas que antigamente perambulavam pelas ruas, cantando, chegou na sua porta no fim do ano e começou a cantar e dizer palavrões: “Sua velha devassa, vá embora…” Ela, Georgina, não se fez de rogada: “Seu Abílio, o senhor que dorme com a mãe e beija a filha, dorme com a filha e beija a mãe, diz que eu que sou devassa! Agradeça o ano que passou e vá à missa…”
Todos souberam na cidade que a Georgina não era tão doida como parecia. Milagre do Ano Novo.
Feliz Ano Novo a todos os de boa vontade! Deus conosco com a vacina – e felicidade!
O imortal José Sarney, confabulando o tempo mas o imortal sabe que o tempo é o Senhor do Universo, e com ele ninguém pode. O Tempo também nos mostar nossas preferências pelas coisas da vida, por exemplo o imortal Sarneyzão, quando era mais moço sempre teve admiração pelo o Comunismo, e agora pouco depois de sentar na roda com os comunistas, os ex-presidentes FHC, Lula,Dilma Rousseff, Rodrigo Maia e João Doria Ciro Gomes, e outros Aglobados, parece que saiu da roda de celebro lavado só falando numa tal vacina igual aos comunistas, vacinas essas que seus fabricantes não responsabilizam pelos efeitos colaterais benignos ou malignos. Cadê senso do imortal José Sarney, de benfeitor da humanidade, será que agora vai deixa enchovalha a sua imortalidade, o Maranhão Brasil e o Mundo, não vai te perdoar Imortal do Maranhão Sarneyzão.
Texto infantil. Nao tem outro colunista melhor nao?