As aulas na rede pública de ensino no Maranhão seguirão sendo não presenciais, foi o que garantiu nesta quinta-feira (10) o secretário de educação do estado, Felipe Camarão, em entrevista ao titular do Blog no programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM.

Felipe Camarão disse que desde março as aulas presenciais foram suspensas seguindo as recomendações da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e que a liberação para as aulas presenciais estava prevista para o mês de agosto, desde que fossem cumpridos os protocolos de segurança.

“A respeito das aulas remotas, aulas não presenciais, pedagogia não presencial. Tem várias nomenclaturas. Certo que não é EaD, são aulas não presenciais. O governador desde março resolveu tomar uma atitude que foi de suspender as aulas temporariamente, isto é, de 15 em 15 dias. Se vocês puxarem da memória foram vários decretos adiando retorno. Sempre de 15 em 15 dias porque estávamos esperando a Vigilância Sanitária nos passarem. Todo mundo querendo conhecer a doença. Quando foi ali em meados do mês de julho, junho, a Secretaria Estadual de Saúde, as autoridades sanitárias disseram: Olha, há condições de voltar em agosto, desde que obedecido o protocolo de biossegurança”, explicou.

Diante do aval das autoridades sanitárias o secretário afirmou que foi criado em conjunto o protocolo para a implantação do ensino híbrido, porém a comunidade escolar ainda demonstrava preocupação.

“Nós construímos em conjunto. Secretaria de Estado de Saúde, Secretaria de Educação, Conselho Estadual de Educação, Ministério Público, Tribunal de Contas, Sistema S, que tem educação também, rede privada, sindicato de professores. Enfim, era muita gente de forma democrática construindo esse protocolo tanto pedagógico, quanto de biossegurança de volta às aulas, porque nós prevemos o ensino híbrido, prevemos o rodízio entre estudantes, uso de máscara, álcool em gel, uma série de medidas mesmo. Então houve a liberação a partir do dia 3 de agosto para as aulas presenciais. Só que nós percebemos que dentro da nossa comunidade ainda havia muita dúvida, muita insegurança, muita incerteza. Então como é que tá hoje? A aulas presenciais no Maranhão estão liberadas desde que obedecidos os protocolos de biossegurança que foram editados pela Casa Civil, Secretaria de Estado da Saúde numa portaria e no decreto do governador também. Quem pode ter aula presencial? Todas as redes. redes municipais, rede estadual, rede privada e as universidades e faculdades respeitadas as suas autonomias”, acrescentou.

Para decidir pelo ensino híbrido Felipe Camarão disse que o governador determinou a realização de uma consulta à comunidade escolar, envolvendo professores, alunos e pais de aluno. Como resultado, a maioria optou pela manutenção das aulas remotas.

“E ai vem esse ponto. Dentro da nossa autonomia da rede estadual, mesmo podendo voltar presencialmente o governador Flávio Dino determinou que a gente fizesse uma escuta, uma escuta democrática. Nós fizemos duas. Na primeira o “não voltar” ganhou amplamente, foi disparado. E nessa nós já tivemos um resultado mais equilibrado de 55% a 45%. E se a gente for pelas faixas os estudantes querem voltar, quase 60% querem voltar. As mães já um pouco mais receosas, mais ou menos 55% a 60% não querem voltar. E os professores 80% não querem voltar. E os professores 80% não querem voltar que ai resulta nesse percentual que eu falei de 55% a 45%”, afirmou Felipe Camarão.

Com o resultado da pesquisa, o secretário de educação confirmou que por orientação do governador, será respeitada a vontade da maioria. Portanto, as aulas remotas serão mantidas e a previsão de mudança para o ensino híbrido ficou para 2021.

“A nossa posição, por orientação do governador é justamente manter o respeito a essa vontade democrática da nossa comunidade escolar. Enquanto isso, a gente vai fortalecer as atividades não presenciais das nossas escolas. A gente deve conversar sobre isso com chips, videoaulas, aulas na rádio, uma série de medidas que nós temos para o não presencial. Vamos cuidando da infraestrutura. A gente está aproveitando esse período para cuidar da infraestrutura das nossas escolas, aproveitando que as aulas não estão aí. E se preparando para, se Deus quiser, no ano que vem a gente poder voltar pelo menos de forma híbrida. Todo mundo em sala de aula, de fato, como era antigamente só quando tiver vacina. Tudo bem, concordamos. Mas até lá a gente precisa encontrar, de forma muito séria, preservando sempre a vida, a saúde, a segurança de todos, uma maneira da gente minimizar os terríveis danos que estão acontecendo nesse período”, concluiu.

Clique aqui para ouvir a entrevista completa.