No fim da semana passada, em entrevista coletiva, o governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou a retomada gradativa de atividades na Ilha de São Luís. Falou de uma série de reuniões que três membros de seu primeiro escalão fariam para definir os critérios de reabertura do comércio. Um desses membros é o secretário estadual de Indústria e Comércio, Simplício Araújo.

Dino, em momento algum “desdisse” o que declarou na coletiva. Pelo contrário: reafirmou que no Maranhão “nada mudará até dia 20” ao comentar o decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de considerar atividade essencial academias, salões e barbearias.

Mesmo assim, Simplício Araújo – após participar de uma série de reuniões com empresários – declarou a O Estado que não há previsões para retomada das atividades comerciais na Ilha de São Luís.

Segundo ele, o trabalho que está sendo feito nada mais é do que a reunião de ‘sugestões’ do empresariado para estabelecer medidas para cumprimento das determinações sanitárias que garantam barrar a proliferação do novo coronavírus.

Não se sabe ao certo, se o secretário de Indústria decidiu falar diferente do chefe devido à repercussão sobre a decisão de Bolsonaro. Ou se, o governador Flávio Dino acabou se antecipando demais e já declarando sobre a tal reabertura gradual das atividades.

O fato é que, pelo calendário dado por Dino, daqui há uma semana, parte das atividades deverão voltar. Ainda não se sabe quais serão reabertas. Talvez os salões de beleza e barbearias estejam incluídos.

O secretário Simplício Araújo não se importou, em nada, com o fato de Dino manter a barbearia fora da lista de serviços essenciais. Para participar das reuniões de ontem, o gestor foi sim ao salão para arrumar os cabelos antes das videoconferências.

Mais lockdown – E enquanto o governo planeja (ou não) a retomada das atividades, o juiz Douglas Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, decidiu ontem aumentar mais o tempo do lockdown na Ilha de São Luís.

O isolamento obrigatório deverá ir até dia 17, domingo. Na primeira decisão, que baseou o decreto de Flávio Dino, o lockdown iria até amanhã, 14.

Douglas Martins, após reunião com Ministério Públicos, governos estadual e os municipais, decidiu que é necessário mais tempo de isolamento.

Estado Maior