O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o juiz Douglas Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís – autor da decisão que obrigou o comunista a decretar bloqueio total (lockdown) de atividades na região metropolitana da capital maranhense -, têm claramente visões diametralmente opostas acerca do sucesso das medidas adotadas, até agora, pelo Estado e pelas prefeituras locais para garantir o cumprimento da decisão judicial.

O chefe do Executivo tem preferido exaltar, desde as primeiras horas de terça, quando o lockdown mal tinha começado, o sucesso da ação. Usa para isso imagens de avenidas com pouco ou nenhum carro transitando.

Ontem, ele reforçou a narrativa: disse que não há necessidade de uma postura mais dura por parte do Estado, porque o bloqueio total tem sido um sucesso.

– Não faremos encarceramento em massa das pessoas. Um grau de movimentação é normal, em face dos serviços essenciais e das condições sociais no Brasil. Lockdown é um sucesso -, escreveu, em sua conta no Twitter.

Douglas Martins diverge. Para ele, houve baixa circulação de pessoas no primeiro dia do bloqueio, mas, na quarta-feira, 6, ocorreu burla às regras.

O magistrado defendeu que, após dois dias de orientações à população, seria hora de as autoridades começarem a fazer valer o decreto e aplicar sanções a quem desobedecer as ordens de isolamento.

– Penso que seria a hora de começar a aplicar punições -, disse, em entrevista a uma rádio local, na noite de quarta. Posicionamento reiterado durante o dia de ontem, em vários contatos com a imprensa.

Estado Maior