Nem vou adentrar no mérito se o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, extrapolou e até de certa forma buscou a sua demissão após a entrevista do último domingo (12), no programa Fantástico, da TV Globo, mas sim na encruzilhada em que se meteu o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao confirmar a saída de Mandetta.

Por estarmos no meio da pandemia do novo coronavírus no Brasil, ainda não sabemos se já atingimos o ápice da doença ou não, se o número de mortes irá crescer ou não, tudo é muito duvidoso.

No entanto, a situação de Mandetta ficou extremamente cômoda, já a de Bolsonaro ficou complicada. Inicialmente, a maioria da população aprovava o trabalho desenvolvido pelo ex-ministro. Além disso, para onde o Brasil for a partir de agora, Mandetta será sempre lembrado para o bem, principalmente pelos oposicionistas ao Governo Bolsonaro.

Se a doença avançar e subirmos o número de mortes diárias, atualmente estamos na casa das 200 pessoas, a culpa será atribuída a Bolsonaro, pela saída de Mandetta. Já se a doença não propagar muito e não elevar o número de morte, o que quase todos queremos, ainda vão atribuir o sucesso ao bom início do combate a Covid-19 pela equipe de Mandetta.

Ficou evidente que, mais uma vez, faltou habilidade política para que Bolsonaro pudesse evitar se colocar nessa situação delicada e deixasse Mandetta em uma situação extremamente cômoda, algo que aconteceu após a sua saída do Ministério da Saúde.

Ou seja, para Bolsonaro foi um verdadeiro tiro no pé.

É aguardar, torcer e conferir, para, apesar de tudo, que a mudança dê certo, afinal é de vidas que estamos tratando.