As minas de ferro de Carajás determinaram uma guerra entre o Pará e Maranhão. É que essas minas, das maiores do mundo, pela sua localização no interior do Pará, não tinham como escoar sua enorme riqueza. Desencadeou-se uma guerra para saber como viabilizar seu aproveitamento. O escoamento seria por via fluvial ou terrestre — ferroviária?
O Pará reivindicava a via fluvial, pois assim todas as receitas de sua exploração seriam naquele estado. Acontece que ele, dos mais ricos do Brasil, não dispunha de porto com o calado necessário para escoar tanto minério de ferro, além do Rio Tocantins necessitar de uma barragem dotada de comportas, a serem construídas em Tucuruí, sem o que o Rio não seria navegável.
Foi aí que o Maranhão entrou na história oferecendo a solução ferroviária da construção da Estrada de Ferro de Carajás até o Itaqui, porto que, tendo uma das melhores localizações do mundo, poderia capacidade de receber graneleiros de até 400.000 toneladas, o que acontece hoje.
Mas o Pará não se conformava com essa solução. Numa dessas reuniões de bancadas com o Presidente Médici, o Deputado Epílogo de Campos, paraense de grande talento, disse ao Presidente:
— O Pará tem direito, Presidente.
O Presidente Médici respondeu:
— Direito tem, o que não tem é Porto.
É que eu já construirá o Porto do Itaqui com esse objetivo, sabendo que se tivéssemos o porto em condições o viabilizaríamos, pois Carajás seria a grande fonte de carga que sustentaria o Itaqui. Para isso lutei com todas as forças, tendo o apoio decisivo do Ministro Andreazza, do Presidente da Vale, Eliezer Batista e de Vicente Fialho, que o Ministro Cesar Cals, que tinha sido Presidente da Cemar, nomeara presidente da Amazônia Mineração, companhia criada para estruturar a presença da Vale nesta região.
Foi uma guerra. Lutei e finalmente vencemos. O Maranhão conquistou Carajás. Fui ao Pará, falei na Associação Comercial tentando fazer as pazes entre os dois estados. Depois da minha conferência, em que eu dizia que o Maranhão salvara Carajás com o Porto do Itaqui, o Fialho que fora ao banheiro, ouvira a conversa de dois empresários paraenses:
— O Sarney, com essa conversa, se não abrirmos os olhos, termina levando o Círio de Belém para São Luís.
Injustiça, ninguém mais admirador, amigo e desejoso do desenvolvimento do Pará do que eu. Os tempos passaram. Hoje vê-se que o Pará muito lucrou juntando-se ao Maranhão, promovendo um dos maiores polos de riqueza do Brasil.
Fico feliz de ter contribuído para essa grande obra. Ajudei Carajás, o Maranhão, o Pará e o Brasil. O Maranhão sem o Itaqui, que eu construí, e sem Carajás, que viabilizei, não teria as perspectivas que hoje tem — terceiro porto do Brasil.
Ótimo texto e que mais uma vez comprova o bem que Sarney fez pelo Maranhão e muitos nem reconhecem
Sempre preciso na escrita e mostrando o que muita gente desconhece, ou faz questão de esquecer. Parabéns imortal.
O melhorar governador que o Maranhão já teve.
O texto merece pelo menos uma correção: o Porto do Itaqui foi construído pelo governo federal que ainda hoje é seu proprietário. É inteiramente falsa a afirmação de Sarney de que construiu o Porto.
A genialidade e o trato com as palavras o imortal José Sarney, surpreendia e a sustava qualquer colega mesmo sendo correligionario, mas o objetivo de ambos eram o desenvolvimento do Maranhão e Pará, air esta o porto de Itaqui escoando o minério de Carajas para o mundo inteiro sem guerra, e parabéns Sarneyzão, por mais este feito em prol do desenvolvimento do Maranhão.
Somos mais desenvolvidos que o Ceará, Pernambuco, Bahia e todo o Norte, e NE e CO