As tais reuniões do governador Flávio Dino (PCdoB) com o apresentador da TV Globo, Luciano Huck, dominou o noticiário local e nacional – pelo menos na mídia mais à esquerda conhecidas por publicar entrevistas com o governador maranhense.

As reuniões, que em poucas horas se tornaram encontros em eventos e até em ligações, parecem ter resultado no que o comunista esperava: voltar a sentar e conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo menos é o que garantem os sites como Valor Econômico e Fórum. Até data para a tal reunião Lula/Dino já foi divulgada: 17 de janeiro.

Apesar das informações estarem no mundo, o PT não confirmou tal agenda. Na verdade, na data divulgada ocorrerá a posse da nova direção do Partido dos Trabalhadores com a recondução da deputada Gleisi Hoffmann ao comando da legenda.

E para o evento serão convidados todos os governadores de esquerda (incluindo Flávio Dino) e outros nomes deste campo político. E fatalmente, o comunista deve conversar com o ex-presidente. Mas não houve uma agenda marcada exclusivamente para Lula ouvir o que o governador do Maranhão tem a dizer.

Ao que tudo indica é que plantar dificuldades e colher facilidades parece não ter colado como os comunistas tentam passar a ideia.

O PT se mantém com olhar de desconfiança com Flávio Dino, que em 2018 falou da necessidade de o partido abrir mão da candidatura de Fernando Haddad para apoiar Ciro Gomes (PDT) e é o mesmo Dino que preferiu não manifestar sua preferência política para presidente no primeiro turno, para evitar perder votos dos bolsonaristas no Maranhão. É ainda o mesmo Dino que afirmou que Lula deveria “passar o bastão da esquerda” para outras lideranças.

Enfim, os novos lances de Flávio Dino seriam mais uma maneira para pressionar o PT a deixá-lo ocupar um espaço que ele acredita estar vago? Com Lula solto e ainda sendo o nome mais forte e respeitado do PT e da esquerda, o governador tem uma tarefa árdua pela frente.

Estado Maior