Os inquéritos tomam por base relatórios de uma série de inspeções realizadas pela Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) entre os anos de 2017 e de 2019 nas UPAs do Bacanga, Vila Luizão, Vinhais, Araçagy, Parque Vitória e da Cidade Operária.
Entre as irregularidades apontadas nos relatórios, estão materiais sujos utilizados na atividade médica em contato com material limpo; ausência de protocolos de limpeza, preparo e esterilização de artigos médicos hospitalares; ambientes insalubres e com alvará sanitário já desatualizado.
Cada uma das UPAs é administrada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh) e apresentam uma série de outros problemas.
De acordo com os relatórios da Suvisa, as diversas inconformidades põem a vida dos pacientes e dos próprios funcionários em risco. Em algumas das unidades há infiltração na recepção, banheiros sujos e mal conversados, pia para lavagem de mãos sendo utilizada para preparação de medicamentos, garrafões de água mineral acondicionados de forma incorreta, sala de medicação infantil desorganizada e célula de resíduo infectante subdimensionada.
Na Cidade Operária, por exemplo, sequer foi encontrada a existência de contrato formal com empresa terceirizada de esterilização de artigos termossensíveis e nem de execução de projeto de adequação da CME (Central de Material Esterilizado).
A situação é estarrecedora e revela o caos ao qual têm sido submetidos os pacientes das unidades na capital.
Desconfiguração – Construídas, instaladas e entregues na gestão Roseana Sarney, as UPAs despencaram de um patamar de atendimento de excelência para a situação de decadência.
Na gestão anterior, as UPAs, todas elas, eram mantidas limpas, padronizadas, com equipamentos de ponta e atendimento padrão e com respeito ao paciente.
Hoje, há equipamentos quebrados e as vezes inutilizados – a exemplo de aparelhos de raio-X -, banheiros sujos e materiais médicos de péssima qualidade.
Superlotação – Além de todos os problemas já citados, as UPAs sofrem com a superlotação nas unidades.
Programadas para manterem pacientes internados em no máximo 24 horas, até que a regulação de leitos fosse feita para o Carlos Macieira ou para o Hospital Geral, as unidades ficaram sem referência por falta de organização na SES.
Resultado: UPAs superlotadas, pacientes acomodados em cadeira de rodas e desgaste de profissionais da enfermagem, com uma carga acima do limite para um atendimento adequado.
E o concurso? – Na campanha eleitoral de 2014, quando foi eleito governador do Maranhão, Flávio Dino prometeu realizar concurso público para a Saúde do Estado.
Mas, em vez disso, mandou projeto de lei para a Assembleia Legislativa [270/2017] e criou cargos de empregos no quadro da Emserh.
Ao substituir o concurso público por um seletivo para criação de empregos na entidade, Dino descumpriu o prometido, que era de valorizar o profissional da Saúde na sua gestão.
Estado Maior