São Luís é um patrimônio cultural da humanidade, título outorgado pela UNESCO. E talvez, não teve gestora que mais se dedicou a manter este título do que Kátia Bogéa. Por quase 18 anos, ela se dedicou a preservação do Patrimônio Histórico e Artístico Mundial.

Destes 18 anos, 13 foram em São Luís quando comandava a superintendência do Iphan no estado. E mesmo depois de deixar o comando do órgão no Maranhão, ainda sim trabalhou para viabilizar projetos como os mais recentes: rua Grande e complexo Deodoro.

Na lista das ações comandadas por Bogéa estão praça do Pescador, reforma dos teatros Arthur Azevedo e João do Vale, do Cine Rox, que se tornou o Teatro Municipal, da Fábrica Santa Amélia, do Palacete Cristo Rei, além de manter em pé cerca de 42 casarões.

A estas obras se somam outras feitas em Imperatriz, Rosário e Alcântara, sendo esta última cidade um foco na gestão de Kátia Bogéa.

Se sair da área da infraestrutura e partindo para o simbolismo da cultura popular, foi no comando dela que o Maranhão viu o tambor de crioula e o bumba meu boi se tornarem patrimônio cultural brasileiro.

E quis o destino (leia-se jogos políticos) que o dia em que o bumba meu boi do Maranhão se tornou patrimônio cultural do mundo fosse o mesmo em que Bogéa acabou exonerada do cargo que vinha à frente desde 2015.

Nesta matemática do que foi feito, do que deveria ter saído do papel, do que já estava confirmado para ser feito pelo Iphan, com toda a certeza, São Luís perdeu com a mudança de comando no Instituto.

Agora é torcer para que a próxima comandante do instituto mantenha uma linha de preservar as cidades históricas brasileiras reconhecidas no mundo todo.

Estado Maior

Obs: Em uma edição extra do Diário Oficial da União, ainda na quarta-feira (11), o Governo Federal suspendeu a nomeação da nova presidente do IPHAN, Luciana Rocha Féres. No entanto, até agora, Kátia Bogéa continua exonerada.