A grave situação social e econômica vivida pelo estado do Maranhão, constatada nos indicadores divulgados semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi tema de pronunciamento do deputado César Pires, na Assembleia Legislativa.

Segundo o parlamentar, o contexto é ainda mais preocupante diante da redução dos investimentos do Estado projetada no orçamento de 2020. “Não há perspectiva de melhoria na geração de trabalho e na qualidade de vida dos maranhenses”, lamentou.

“É abissal a diferença entre os compromissos assumidos pelo atual governador, em seus discursos de posse, e a realidade que vive o Maranhão hoje”, enfatizou César Pires, lembrando que nos últimos três anos a extrema pobreza no Maranhão teve um acréscimo de 223 mil pessoas, sendo que 12,5% da população maranhense ganha R$ 85,00 por mês, além de haver 377 mil desempregados no estado, porque a taxa de desocupação subiu de 7% para 14,4% da população com mais de 14 anos de idade. No Brasil, o índice de desemprego caiu de 12.5 para 11.5 no governo Bolsonaro.

Outro dado que chama a atenção é o número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego no Maranhão, porque não há investimentos que possam gerar novos postos de trabalho no estado. São mais de 588 mil nessa situação, sendo o IBGE.

Na avaliação do deputado César Pires, é um quadro que tende a se agravar, considerando o investimento de apenas 6,69 previsto no Orçamento do Estado para 2020. Até a previsão de transferências da União para o Estado sofreu drástica redução na proposta orçamentária: de R$ 533 milhões em 2019 para R$ 27 milhões em 2020.

“O aumento do desemprego, da pobreza e dos desalentados mostra que o Maranhão está falido e não há perspectiva de melhoria desses indicadores no planejamento do governo estadual para 2020. Basta analisar, por exemplo, que 47,3% dos maranhenses não têm acesso a água e 88,4% não têm rede de esgoto. Em vez de melhorar essa situação, a Caema terá reduzido o seu orçamento para o próximo ano: o investimento em sistema de abastecimento d’agua será 84% menor, e os recursos para esgotamento sanitário cairão 27%”, enfatizou César Pires.

Outras áreas importantes não terão os recursos necessários em 2020. A saúde continuará praticamente com o mesmo orçamento deste ano, apesar da precária assistência prestada aos maranhenses. E a Secretaria de Infraestrutura, que tinha um orçamento de quase R$ 933 milhões em 2018, passará a dispor de R$ 399 milhões no próximo ano, uma redução de 33%. Como esperar que construam novas estradas, se não terão mais recursos do BNDES e nem podem contrair novos empréstimos, porque o Estado foi péssimo gestor e péssimo pagador. Como o governador quer ser presidente do Brasil se não consegue administrar bem o próprio Estado?”, questionou.

O deputado concluiu dizendo que a situação do Maranhão é muito preocupante, pois o governo não demonstra ter planejamento nem determinação política para buscar recursos e investir em áreas prioritárias e estratégicas:

“Cortam drasticamente os investimentos em saneamento básico e infraestrutura, não têm solução para o déficit de R$ 1,7 bilhão na Previdência estadual mas garantem R$ 67 milhões para a Secretaria de Comunicação e R$ 126 milhões para a Casa Civil. Ou seja, é um discurso totalmente dissociado da realidade, que está acabando com a esperança do povo maranhense”.