Por José Sarney
Na minha adolescência, um grito incendiava nossos pensamentos de patriotismo: “O petróleo é nosso!” Repudiávamos nossa dependência econômica dos países do “primeiro mundo”, principalmente dos Estados Unidos. Os jovens denunciavam a CIA, o entreguismo, o imperialismo americano como os grandes empecilhos ao progresso do País.
Naquele tempo de grande ebulição estudantil, depois da Segunda-Guerra, discutiam-se muito os “ismos”. Eu não me deixei contaminar por nenhum “ismo”, fugi aos aliciamentos ideológicos, para ser aquilo que sempre fui, um liberal, tolerante e humano, seduzido pelos grandes nomes nacionais do antigetulismo e por seu partido, a UDN – União Democrática Nacional. Bem moço, no Liceu, fui da Juventude Brigadeirista.
O petróleo escapava às posições políticas, pois era uma causa nacional. Isto me fez defender a bandeira “o petróleo é nosso”. Pressionado pela onda nacionalista, que envolvia inclusive grande parte das Forças Armadas, Getúlio Vargas mandou ao Congresso o projeto de lei que criava a Petrobrás (Lei nº 2.004). A UDN, contrária a Vargas, apoiou a criação da Petrobrás e fez mais: apresentou a Emenda Bilac Pinto, que estabeleceu o monopólio estatal do petróleo.
A Petrobrás mandou buscar um grande especialista americano em petróleo, Walter Link, da Standard Oil, para mostrar como descobrir os hidrocarbonetos (petróleo). Qual a nossa grande decepção quando Mr. Link, com toda a sua sabedoria, anunciou que o Brasil não tinha petróleo! Foi uma verdadeira revolta. Ele era um traidor, agente da interferência americana em nossos problemas. Mr. Link foi o grande saco de pancadas.
No meu governo, aumentamos nossas reservas de petróleo de 2,3 para 8 bilhões de barris. Mandei mapear todas as bacias sedimentares do Brasil, onde o petróleo se esconde, e descobrimos os maiores campos antes do pré-sal.
O futuro nos mostrou que o petróleo promove o aquecimento global e ameaça o mundo de extinção caso continuemos a poluir. O caminho é a energia limpa: eólica, solar e hídrica.
No desenrolar da novela do petróleo, acabamos de ver a decepção de o grande leilão de petróleo, tão esperado, não ter atraído o investidor internacional. O Ministro de Minas e Energia disse que perdemos o timing: não vendemos o petróleo quando ele valia cem dólares o barril, e hoje ele está em sessenta. Isso nos traz dúvidas se o pré-sal será competitivo.
O mundo está inundado de dinheiro, mas o capital é medroso, prefere a segurança ao lucro.
E o Brasil, com instabilidade, populismo, problemas institucionais, não oferece a segurança que ele deseja.
Assim, “o petróleo é nosso”, que defendemos com tanto ardor, está ameaçado de ser mesmo nosso, mas ficar escondido no fundo do mar.
O imortal Sarneyzão, sempre astuto e malicioso contando histórias da grande política brasileira, e refrescando a memória de muita gente com “jargão do tal petróleo é nosso.” E o Sarneyzão, que nunca se deixou levar pelas ondas das políticas momentâneas, e nem é politico troxão para embarcar em canoa furada ninguém, air José do Maranhão, com todo paciência que Kiola de Sarney, lhe ensinou cair no mar com sua canoa feita na tábua de cedro, e venceu todas as ondas que aparecerão na sua frente e chegou no porto como grende vencedor e par ser coroado com a coroa da imortalidade do grande Brasil.
Infelizmente as pessoas importantes só são reverenciadas depois que morrem…só depois que morrer que reconheceremos o verdadeiro valor e a importância do político José Sarney para o Brasil!
Perfeitas as observações de José Sarney