As colocações desprivilegiadas em rankings ou levantamentos nacionais que tratam de questões sociais e econômicas são uma realidade no Maranhão. E, apesar das peças publicitárias, o estado não tem muito que comemorar no primeiro semestre de 2019.

E a prova disto é uma sequência de números que demonstram que a gestão estadual está comprometida e a sociedade vem pagando um preço.

Na última quarta-feira, dados do Tesouro Nacional mostraram que o Maranhão anda gastando com folha de pessoal acima do que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê. Da Receita Corrente Líquida, o Maranhão compromete mais de 60% com servidores públicos (minoria), comissionados e contratados. Sobra quase 40% para investimentos. Uma máquina pesada que compromete, para o funcionamento, um percentual muito maior que os 60% previstos na legislação.

A consequência é a falta de investimentos e políticas que possam promover desenvolvimento econômico, o que também tem efeitos terríveis: homens e mulheres sem empregos formais e muitos desalentados, que são aqueles que em plena idade de ser um trabalhador ativo já deixaram de buscar uma vaga no mercado de trabalho.

O Maranhão tem quase 600 mil trabalhadores que já não mais buscam um emprego formal. Aliado a este número, existe outro: mais de 49% de quem tem trabalho não se encontra na formalidade. Quase metade não tem direitos trabalhistas garantidos porque não têm carteira assinada.

São números ruins, são tempos difíceis para o Maranhão.

Mas se o foco for mudado – menos Brasil e mais Maranhão -, a situação pode até ser amenizada. Será que as vaidades e os projetos políticos permitirão? Aos maranhenses, restam a esperança e a torcida por dias menos complicados.

Estado Maior